A Idade Média e o Nascimento do Estado Moderno: Aspectos Históricos e Teóricos
Por: Leonardo Boschetti • 21/5/2016 • Artigo • 3.627 Palavras (15 Páginas) • 731 Visualizações
A IDADE MÉDIA E O NASCIMENTO DO ESTADO MODERNO: ASPECTOS HISTÓRICOS E TEÓRICOS
Leonardo Boschetti[1]
1 Introdução
Neste trabalho serão abordados tópicos do livro “A Idade Média e o Nascimento do Estado Moderno: Aspectos Históricos e Teóricos” escrito por Gilmar Mendes Bedin, tendo como objetivo resgatar alguns dos principais acontecimentos e algumas das formulações conceituais que impulsionaram o processo de centralização política e deram origem ao Estado moderno.
2 ASPECTOS HISTÓRICOS (seção primária)
Neste primeiro tópico serão abordados alguns conceitos iniciais referentes à Idade Média e suas características, à Sociedade Feudal, à Baixa Idade Média, o Declínio do Papado, o Renascimento, à Reforma Protestante e o Nascimento Do Estado Moderno.
2.1 A Idade Média e suas Características
A Idade Média teve início na Europa com as invasões bárbaras, no século V, sobre o Império Romano do Ocidente. Essa época estende-se até o século XV, com a retomada comercial e o renascimento urbano. É um período de fragmentação do poder, também se caracteriza pelo seu longo período de duração, pela economia ruralizada, enfraquecimento comercial, supremacia da Igreja Católica, sistema de produção feudal e sociedade hierarquizada.
Prevaleceram na Idade Média as relações de vassalagem e suserania. O suserano, ou senhor, era quem dava um lote de terra ao vassalo, sendo que este último deveria prestar fidelidade e ajuda ao seu senhor. O vassalo oferecia ao senhor, fidelidade e trabalho, em troca de proteção e um lugar no sistema de produção. A sociedade tinha pouca mobilidade social e era hierarquizada. A nobreza feudal era detentora de terras e arrecadava impostos dos camponeses. A economia feudal baseava-se principalmente na agricultura, as trocas de produtos e mercadorias eram comuns na economia feudal. O feudo era a base econômica deste período, pois quem tinha a terra possuía mais poder.
2.2 A Idade Média Central e a Sociedade Feudal
A Idade Média Central compreende o período de revitalização após o dano do Império Carolíngio e as novas invasões e roubos de bárbaros. Nesse período, há também o desenvolvimento da arquitetura gótica e românica, e o aparecimento das universidades, além de eventos de erros sistemático militar e religioso, como as Cruzadas.
A sociedade feudal se formou durante o feudalismo na Idade Média europeia. Tinha como origem, a mistura de elementos do Império Romano e dos povos germânicos invasores. Esta sociedade tinha como ponto principal de organização o feudo.
A sociedade era hierarquizada e de origem familiar. Hierarquizada, pois era muito difícil para uma pessoa passar de uma posição social para outra. Origem familiar, estamental, pois cada pessoa assumia um papel muito bem definido na sociedade, geralmente de acordo com o grupo em que nasceu.
A posição e o status social de uma pessoa eram determinados pelo nascimento e pela posse de propriedades, principalmente terras. Havia uma grande disparidade de renda entre a camada dos mais ricos e os mais pobres. Portanto, a sociedade feudal era marcada por forte desigualdade social.
2.3 A Baixa Idade Média e o Declínio do Papado
A Baixa Idade Média corresponde à fase em que as principais características da Idade Média, estavam em transição. É uma época em que o sistema feudal estava entrando em crise. Muitas mudanças econômicas, religiosas, políticas e culturais ocorrem nesta fase.
O século XIII representou uma época de avanços tecnológicos na área agrícola. O desenvolvimento do arado de ferro com rodas, do moinho hidráulico e a utilização da atrelagem dos animais pelo peito representaram uma evolução agrícola importante, trazendo um aumento significativo na produção dos gêneros agrícolas.
Os burgueses passaram a ser a nova camada social, ligados ao comércio enriqueceram e dinamizaram a economia no final da Idade Média. Esta nova camada social necessitava de segurança e buscou construir habitações protegidas por muros. Surgiam assim os burgos que, com o passar do tempo, deram origem a várias cidades.
As cidades passaram a significar maiores oportunidades de trabalho. Muitos habitantes da zona rural passaram a deixar o campo para buscar melhores condições de vida nas cidades europeias. Com a diminuição dos trabalhadores rurais, os senhores feudais chegaram a oferecer pequenas remunerações para os servos. Estas mudanças significaram uma transformação nas relações de trabalho no campo, desintegrando o sistema feudal de produção.
Com o aquecimento do comércio surgiram também novas atividades como, por exemplo, os cambistas e os banqueiros. Estes novos componentes sociais passaram a começar a se preocupar com a aquisição de conhecimentos.
O Papado foi o poder mundial na época da Idade Média, dominou vastos territórios, submeteu reis, recolheu impostos, teve exércitos armados e destruiu seus opositores. Declaravam que tinham poderes para revogar leis, mudar os tempos e alterar os preceitos de Cristo.
O poder pontifical foi declinando, de forma especial, em face do crescente poder dos reis, que defendiam os interesses paroquiais dos Estados. O papa acabou se envolvendo em conflitos de interesses e com isso o processo de declínio acentuou-se ainda mais rapidamente, pois com o envolvimento do papa na política europeia, muitos cristãos passaram a achar que o papa atuava mais como governante secular do que um Apóstolo de Cristo.
2.4 O Renascimento e a Reforma Protestante
O Renascimento foi um importante movimento que se deflagrou na passagem da Idade Média para a Moderna. Essa passagem apresentou um novo conjunto de temas e interesses aos meios científicos e culturais de sua época, porém, o renascimento não pode ser visto como uma radical ruptura com o mundo medieval.
De acordo com o pensamento do renascimento, um dos aspectos fundamentais das obras renascentistas era o privilégio dado às ações humanas. Essa valorização das ações humanas abriu um diálogo com a burguesia. Suas ações pelo mundo ganharam atenção dos homens que viveram todo esse processo de transformação privilegiado pelo Renascimento. Além disso, podemos ainda destacar a busca por prazeres como outro aspecto fundamental que colocava o individualismo da modernidade em destaque.
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