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A Negritude: Usos e Sentidos

Por:   •  4/12/2017  •  Resenha  •  1.231 Palavras (5 Páginas)  •  2.915 Visualizações

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                        UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS – UEG

                                     CÂMPUS URUAÇU

                        Patricia Ribeiro dos Santos Bernardo

                                                             

                   

                                  URUAÇU-GO, NOVEMBRO DE 2017

                                                 

              PATRICIA RIBEIRO DOS SANTOS BERNARDO

                             

Resenha apresentada à Universidade Estadual de Goiás Câmpus Uruaçu, como requisito avaliativo na disciplina de História do Mundo Atlântico na Época Moderna, no curso de Licenciatura Plena em História, sob a orientação do professor Neilson Mendes.

                                               

                          URUAÇU-GO, NOVEMBRO DE 2017

                                                   

MUNANGA, Kabengele. Negritude: Usos e Sentidos. São Paulo: Ática, 1986.

Kabengele Munanga, é um professor universitário e pesquisador, sendo considerado um dos maiores estudiosos da cultura negra no Brasil e no mundo.

A presente obra resenhada, do autor citado acima, tem como finalidade introduzir o assunto e esclarecer a compreensão acerca do termo negritude, com suas múltiplas definições e interpretações. Segundo Kabengele, historicamente, a negritude sendo uma reação racial negra contra uma agressão racial branca, não poderíamos, entretanto, fazer um entendimento sem que aproximemos do racismo, do qual é consequência e resultado.

Nos oito capítulos que integram a obra, inclui-se uma Introdução, um Vocabulário crítico e uma Bibliografia comentada.  O leitor não irá encontrar grandes dificuldades na compreensão dos textos, pois, a obra possui uma literatura com clareza na exposição dos argumentos que acercam as ideias centrais dos fatos, permitindo uma maior aproximação à temática

          Através de uma ideologia colonial, o negro toma aos poucos conhecimento de uma inferioridade forjada e imposta pelo branco. Para o negro, o modo de abolir essa inferioridade seria, portanto, adotando os valores culturais do branco superpotente, abrindo mão de suas raízes, iniciando, então, o embranquecimento cultural. Com isso, os negros intelectuais esperavam um tratamento igualitário, assemelhando-se ao máximo possível ao branco e obter o devido reconhecimento, entretanto, isto não ocorreu, pois mesmo com tal semelhança, não deixavam de ser negros e consequentemente inferiorizados. O intelectual negro africano, não deixava de parecer um ser inferior, por somente macaquear o branco.

          De antemão, o negro intelectual nega o embranquecimento aceitando sua herança sócio-cultural. Esse retorno do negro às suas origens é chamado negritude, que expressa uma resposta racial negra a uma agressão branca de mesma proporção. O grito do negro que vivia em constante humilhação, tem seu registro em Paris, na França, na década de trinta.

O termo negritude não permaneceu estático. Enquanto movimento, cumpriu bem seu papel emancipador, traduzido pelas independências africanas e estendeu-se como alforria na diáspora, ainda vítimas do racismo branco, como nas Américas, por exemplo.  

Kabengele Munanga, destaca que a negritude deve ser vista não sendo associada à cor da pele, mas como uma afirmação e construção de solidariedade entre as vítimas das piores tentativas de desumanização e inferiorização a que foram submetidos os povos africanos, retirados a força de seu mundo e escravizados em terras distantes.

No século XVIII, alguns filósofos iluministas fizeram uma descrição do negro na literatura científica da época. Para Buffon, as raças são resultado de mutações no interior da espécie humana. O determinismo climático é importante, sendo que, no clima mais temperado, vivem os homens bonitos e com traços perfeitos, ao qual se devem citar todas as tonalidades de cor e beleza.  Para Helvétius, tudo no homem é aquisição, até a própria humanidade. A natureza deu ao homem apenas sensibilidade física, o resto é produto adquirido de sua vida social. A inferioridade dos selvagens não resulta de falhas de constituição, sendo ela de ordem puramente histórica. Já para Voltaire, os negros não são brancos escurecidos pelo clima. Ele acredita na superioridade do branco em relação ao negro como na do negro frente ao macaco, e assim por diante.

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