A TEORIA DA ARGUMENTAÇÃO DE TOULMIN
Por: Danilo Amorim • 8/4/2018 • Trabalho acadêmico • 982 Palavras (4 Páginas) • 429 Visualizações
Capítulo 4
A TEORIA DA ARGUMENTAÇÃO DE TOULMIN
1. Uma nova concepção da lógica “A intenção de Toulmin – como ele mesmo indica (1958, prefácio) – é “radical” e consiste em se opor a uma tradição que parte de Aristóteles e pretende fazer da lógica uma ciência formal, comparável à geometria.” (p. 100, 101)
2. Uma concepção não formal da argumentação
2.1. Introdução. O que significa argumentar?
“O ponto de partida de Toulmin é a constatação de que um dos nossos modos de comportamento é constituído pela prática de raciocinar, de dar aos outros razões a favor do que fazemos, pensamos ou dizemos.” (p. 101)
2.2. O modelo simples de análise dos argumentos
“Num argumento pode-se sempre distinguir quatro elementos: a pretensão, as razões, a garantia e o respaldo. O primeiro deles, a pretensão (claim), significa tanto o ponto de partida quanto o ponto de chegada do nosso proceder na argumentação.” (p. 103)
“Caso o oponente questione de alguma forma a pretensão (do contrário não surge a necessidade de argumentar), o proponente terá de dar razões (grounds) a favor de sua pretensão inicial, que sejam ao mesmo tempo relevantes e suficientes.” (p. 103, 104)
“O oponente poderá, então, discutir novamente os fatos, mas, caso os aceite, poderá, inclusive, exigir do proponente que justifique a passagem das razões para a pretensão. Os enunciados gerais que autorizam essa passagem constituem a garantia (warrant) do argumento.” (p. 104)
“O proponente estabeleceu agora uma garantia para o seu argumento, masisso nem sempre é o bastante [...] Para isso, ele deverá indicar o campo geral de informação ou o respaldo (backing) pressuposto na garantia apresentada e que, naturalmente, variará conforme o tipo de argumento.” (p. 104)
2.3. O modelo geral. A força dos argumentos
“Os elementos anteriores fazem com que tenhamos um argumento válido e correto.” (p. 106)
2.4. Tipos de argumentos “Como é óbvio, a maior parte dos argumentos articulados na prática – e para os quais se dirige frequentemente a atenção de Toulmin – são argumentos não formais.” (p. 115)
2.5. Tipos de falácias
“O estudo dos argumentos não estaria completo se nele não se incluíssem as falácias, isto é, as formas em que se argumenta incorretamente. Embora sem pretensões de sistematicidade, o modelo de análises de Toulmin oferece um critério para classificar as falácias, que permite distribuí-las em cinco categorias diferentes, conforme elas aparecem: 1) de uma falta de razões, 2) de razões irrelevantes, 3) de razões falhas, 4) de suposições não garantidas ou 5) de ambiguidades.” (p. 115-116)
2.6. A argumentação jurídica
“Além do estudo das falácias, numa teoria da argumentação é importante considerar as diversas ligações existentes entre a linguagem e o raciocínio, as peculiaridades de alguns tipos de raciocínio, aos quais se costuma atribuir uma importância especial (p. ex., o argumento por analogia, a partir de generalizações, a partir de signos, a partir de causas e de autoridade) e, sobretudo, deve-se levar em conta que a atividade deargumentar tem características especiais conforme o campo ou a empresa racional de que se trate. Toulmin distingue basicamente estas cinco: o Direito, a ciência, a arte, os negócios e a ética.” (p. 117)
3. Avaliação crítica da concepção de Toulmin
“Como já indiquei anteriormente, Toulmin parte da mesma constatação que Viehweg e Perelman, a saber, a insuficiência da lógica formal dedutiva para dar conta da maioria dos raciocínios; mas a sua concepção se diferencia da deles porque sua crítica à lógica formal é, de certo modo, mais radical.” (p. 121, 122)
3.1. Uma superação da lógica?
“Se adota o primeiro ponto de vista, o que se teria de comprovar é até que ponto a concepção de Toulmin implica realmente uma superação dos esquemas habituais da lógica e, consequentemente, se de fato a sua análise oferece algo mais que o habitual da lógica.” (p. 122)
...