A ecologia dos pobres
Por: Julia Blakeney • 26/6/2015 • Resenha • 827 Palavras (4 Páginas) • 1.263 Visualizações
Texto Ecologismo dos Pobres
O ecologismo ou ambientalismo se expandiu como uma reação ao crescimento econômico, mas isso não significa que os ambientalistas se opõe ao mesmo. Em verdade, o autor explica que há três correntes principais do movimento ambientalista: "o culto ao silvestre". "o evangelho da ecoeficiência" e "o ecologismo dos pobres". O texto explica as três e suas relações com as diferentes ciências ambientais (ex biologia da conversação, ecologia industrial) e movimentos sociais (feminismo, movimentos religiosos).
A primeira corrente, representada a mais de cem anos, é a da defesa da natureza intocada, foi importante para dar mais realce não só p a beleza do meio ambiente, mas p a ciência da ecologia. Não ataca o crescimento econômico, apenas propõe a preservação e a manutenção do que nos resta dos espaços da natureza original. É respaldada cientificamente com a biologia da conservação, em 1960. Mesmo que inexistissem razões científicas, existem razões estéticas e utilitárias que justificam a preservação da natureza, como é o caso das espécies comestíveis e medicinais, por exemplo. Como vitória podemos mencionar a eco 92. Eventualmente essa corrente política apela para a religião, em geral, as panteístas e orientais, menos antropocêntricas que o cristianismo e judaísmo. Ha uma real sacralidade da natureza, gerando um inevitável conflito com a sociedade de mercado. A principal proposta política dessa corrente consiste em manter reservas naturais, parques nacionais, livres da interferência humana, onde os homens podem visitar mas não habitar. Uma importante organização representante é a Amigos da Terra.
O Evangelho da Ecoeficiência, tem atenção direcionada para os impactos ambientais ou riscos à saúde decorrentes das atividades industriais, da urbanização e também da agricultura moderna. Adepta do "desenvolvimento sustentável", se preocupa mais com a "modernização ecológica" e a "boa utilização dos recursos", e não tanto pela perda dos atrativos da natureza ou dos seus valores intrínsecos. Da ênfase à economia, e sendo um movimento com grande número de engenheiros e economistas, usa termos como "serviços ambientais" e capital natural". O conceito-chave da nossa chamada "ecoeficiência" são "as curvas ambientais de kuznets", pelas quais o incremento de investimentos conduz, em primeiro lugar, a um aumento da contaminação, depois, a sua redução. A ecoeficiência repousa na economia ambiental e tem pilares econômicos e tecnológicos. Assim, a ecologia é tida como uma ciência gerencial para diminuir a degradação causada pela industrialização, e a ecoeficiência, como o vínculo empresarial com o desenvolvimento sustentável". Se no primeiro movimento, observávamos uma reverência transcedental para com a natureza, no segundo, observamos a gestão científica dos recursos naturais para conseguir sua utilização permanente. Movimento Audubon. Essas duas correntes são dominantes no cenário mundial.
A justiça ambiental e o ecologismo dos pobres, entende que o crescimento econômico implica maiores impactos no meio ambiente, chamando atenção para o deslocamento geográfico das fontes de recursos e das áreas de descarte dos resíduos. Os países desenvolvidos são cada vez mais dependentes das importações de matérias primas e bens de consumo. Enquanto os Eua importam metade do petróleo que consomem, a América Latina exporta uma quantidade seis vezes maior de materiais do que importa. O resultado a nível global é que a fronteira do petróleo e do gás, a fronteira do alumínio, do eucalipto, do camarão, da soja transgênica, etc; avançam na direção de novos territórios. Isso gera impactos que atingem determinados grupos sociais que protestam e resistem, mesmo que não sejam denominados de ecologistas, como por exemplo grupos indígenas que lutam por direitos territoriais. O eixo principal dessa terceira corrente é um interesse material pelo meio ambiente como fonte de condição para subsistência dos humanos pobres que dela dependem. É o caso de pescadores artesanais contra os barcos de alta tecnologia que ao mesmo tempo destroem seu sustento e esgotam os bancos peixeiros. Sua ética nasce da demanda por justiça social contemporânea. Nos EUA surgiu um termo denominado "racismo ambiental" porque nas áreas com grande incidência de contaminação do ar, pintura com chumbo, dejetos tóxicos e outros perigos ambientais coincidem com aquelas habitadas por minorias raciais. Essa corrente é apoiada por sociólogos ambientais, agroecologia, ecologia urbana e economia ecológica, e está crescendo em nível mundial pelos conflitos ecológicos distributivos. Engana-se quem pensa que as novas tecnologias representam, necessariamente, a solução para o conflito entre a economia e o meio ambiente, como é o caso da polêmica dos transgênicos. O autor busca comparar o movimento por justiça ambiental com o ecologismo dos pobres, mais difuso e estendido a nível mundial, na tentativa de explicar que ambos são integrantes da mesma corrente. O autor ainda que a obra preocupa-se com a maioria da humanidade, aqueles que dispõe de relativamente pouco espaço ambiental, mas que, ao mesmo tempo, tem gerenciado sistemas agrícolas e agro-florestarais sustentáveis. Além dos problemas locais de contaminação, preocupa-se o autor também com questões como a biopirataria, a biosegurança e as mudanças climáticas.
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