A emergência do pensamento social em bases científicas
Por: claaudia • 3/9/2015 • Trabalho acadêmico • 2.544 Palavras (11 Páginas) • 695 Visualizações
A emergência do pensamento social em bases científicas
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Introdução
Para a formulação do pensamento social em bases científicas, foram analisados vários fatores, como por exemplo, o aparecimento de condições históricas exigindo a análise da vida social em sua especificidade e concretude, o amadurecimento do pensamento científico e o interesse pela vida material do homem. Tais fatores que resultaram no aprofundamento das análises filosóficas, especialmente as propostas que foram estimuladas pela Revolução Burguesa, Revolução Gloriosa, Revolução Francesa e a Independência Norte-americana. Foram esses movimentos que trouxeram as duvidas em relação às liberdades humanas, aos direitos individuais e à legitimidade dos movimentos sociais. Diante dessa filosofia social, foram criadas tendências e escolas de pensamento que fizeram as primeiras formulações sociológicas.
O darwinismo social
O crescimento da indústria, resultante das Revoluções Burguesas, acabou com a velha ordem feudal e iniciou um novo sistema, que hoje é predominante no mundo, o sistema capitalista. A teoria de Charles Darwin nos mostra que ocorre a chamada seleção natural, ou seja, as espécies vão se adaptando ao ambiente para garantir sua sobrevivência. Assim é o capitalismo, cuja sua principal característica é o lucro, a acumulação dede capital; e é aí que podemos observar que, a sociedade também se modifica e se desenvolve cada vez mais de acordo com suas necessidades. Diante desse pensamento, os cientistas sociais estudaram as sociedades tradicionais (África, Ásia, América e Oceania), e observaram que essas, deveriam procurar evoluir para garantir seu progresso na escala da evolução social. Isso justificava a intervenção europeia, pois podemos observar que o progresso não era distribuído de forma igualitária e nem todos faziam parte da civilização.
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Uma visão crítica do darwinismo social – ontem e hoje
Nota-se que a complexidade da cultura humana tem concorrido para limitar a ação da lei de seleção natural. A adaptabilidade do homem e sua dependência cada vez menor em relação ao meio vêm transformando o ser humano, onde a competitividade se torna o principio natural. É preciso lembrar que o mercado, como outros elementos da cultura humana, obedecem as formas de organização social essencialmente humanas, e por essa razão histórica, resultante do desenvolvimento das relações entre os homens e entre as sociedades se torna mutáveis e relativas.
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Duas formas de avaliar o darwinismo social
O darwinismo social justificava o colonialismo europeu e refletia o otimismo dos europeus em relação a sua cultura. O desenvolvimento industrial gerava, a todo o momento, novos conflitos sociais; onde os explorados (camponeses e operários) organizavam-se, exigindo mudanças políticas e econômicas. Então, August Comte identificou na sociedade dois movimentos vitais: o que chamou de ‘‘dinâmico’’ – representava a passagem para as formas mais complexas da existência, como a industrialização; e de ‘‘estático’’ – responsável pela preservação dos elementos permanentes de toda organização social.
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Organicismo
O organicismo, também foi outra forma de aplicar princípios à explicação da vida social. Alguns filósofos como Albert Schaffle, Hebert Spencer e Alfred Espinas, procuraram criar a relação entre leis biológicas e sociais, analisando as relações sociais humanas como um estudo universal das espécies vivas, deixando de lado suas particularidades.
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Evolucionismo e história da humanidade
A partir dos diferentes momentos da história de cada sociedade, desenvolveram-se teorias sobre a igualdade de todos os seres humanos em relação às suas características distintivas. Charles Montesquieu e alguns outros autores procuraram compreender os fatos históricos e as diferenças sociais. Retomando até a decadência do Império Romano, que estaria submetida a leis gerais e invisíveis. Essas leis são semelhantes às leis naturais, pois os princípios morais teriam sido vencidos pelo vício do poder.
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Da filosofia social à sociologia
O darwinismo social e o organicismo foram escolas de pensamento social de grande importância, mas de forma pioneira, chega o positivismo para sistematizar o pensamento sociológico. Foi o pensamento que procurou resolver a coesão social e a harmonia dos indivíduos em sociedade. Comte investigava essa filosofia social positivista, analisando a vida social e o modo como os cientistas explicavam a vida natural. Foram analisados os procedimentos de natureza científica, análises sociológicas com maior sistematização teórica e metodologia de pesquisa, estas, introduzidas por Émile Durkhein.
A sociologia de Durkhein
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O que é fato social
Como Durkhein queria definir a sociologia como ciência, estabeleceu princípios e limites para romper com as ideias de senso comum que interpretavam a realidade social como vulgar e sem critérios. E em sua obra, As regras do método sociológico, ele definiu os fatos sociais como objeto da sociologia. Aponta que o fato social é experimentado pelo indivíduo como uma realidade independente e preexistente; atua sobre os indivíduos independentemente de sua vontade ou de sua adesão consciente e ainda, a generalidade, onde coloca todo fato social sendo geral.
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A objetividade do fato social
Segundo Durkhein, para aprender a realidade dos fatos, deve deixar de lado valores e sentimentos pessoais em relação aquilo que está sendo estudado. Ainda aconselhava o sociólogo a encarar os fatos sociais como ‘‘coisa’’, ou seja, como objetos que lhe são exteriores e podem ser observados e medidos de forma objetiva.
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Suicídio
Durkhein estudou profundamente o suicídio, e o aponta como um fato social, que, segundo ele, a prova de que o suicídio depende de leis sociais e não da vontade dos sujeitos. Também aponta a regularidade com que variavam as taxas de suicídio de acordo com as alternâncias das condições históricas.
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