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Algumas Concordâncias Entre a Vida Psíquica dos Homens Primitivose dos Neuróticos

Por:   •  19/3/2024  •  Resenha  •  2.398 Palavras (10 Páginas)  •  62 Visualizações

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UFRN - UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CCSA - CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

CURSO DE DIREITO

RESENHA DO ENSAIO TOTEM E TABU (1912-1913) DE SIGMUND FREUD

                

                

INTRODUÇÃO

       Totem e Tabu: Algumas Concordâncias Entre a Vida Psíquica dos Homens Primitivose dos Neuróticos.  Os dois temas principais que fornecem o título deste  livro, o totem e o tabu, não são nele tratados da mesma forma. A análise do tabu aparece como tentativa segura e exaustiva de solução do problema. A investigação sobre o totemismo limita-se a declarar que “é isto o que a observação psicanalítica pode contribuir, no momento, para esclarecer a questão do totem”. Tal diferença liga-se ao fato de que o tabu ainda subsiste entre nós; embora considerado negativamente e dirigido a outros conteúdos, ele não é outra coisa, em sua natureza psicológica, senão o “imperativo categórico” de Kant, que tende a agir coercitivamente e rejeita qualquer motivação consciente. Já o totemismo é uma instituição social-religiosa alheia à sensibilidade atual, realmente há muito abandonada e substituída por novas formas, que deixou traços mínimos na religião, nos usos e costumes dos povos civilizados de hoje, e que teve de sofrer grandes transformações mesmo nos povos que ainda a mantêm. O avanço técnico e social da história humana afetou muito menos o tabu do que o totem. Neste livro tentou-se, ousadamente, descobrir o significado original do totemismo a partir de seus traços infantis, dos indícios que reafloram no desenvolvimento de nossas crianças.   O primeiro capítulo do livro Totem e Tabu de Sigmund Freud, Horror ao incesto, apresenta ao leitor costumes e ideologias dos tempos primórdios. A definição dos termos totem e tabu foi sucintamente explicada no inicio do texto, porém ao decorrer da leitura é possível obter melhor entendimento.

CAPÍTULO I: O HORROR AO INCESTO

        

     De acordo com a leitura do livro o fenômeno do totem possui ligação intrínseca com o tabu e, por consequência, com o horror ao incesto. Com base no pressuposto de um desenvolvimento social retilíneo, o estudo de tal fenômeno se inicia na análise de tribos aborígenes do interior do continente australiano — tidos, por Freud, como descendentes diretos dos humanos mais primitivos — que possuem como base de sua organização social o totemismo, ao qual tem como representantes animais, plantas e fenômenos naturais, que nada mais são que ancestrais comuns dos clãs que, a partir desta classificação, se tornam reguladores da vida sexual de seus componentes no sentido de impedir que estes se relacionem entre si; o que promove, por conseguinte, através do tabu do incesto, a exogamia.

        O primeiro capítulo do livro Totem e Tabu de Sigmund Freud, Horror ao incesto, apresenta ao leitor costumes e ideologias dos tempos primórdios. A definição dos termos totem e tabu foi sucintamente explicada no inicio do texto, porém ao decorrer da leitura é possível obter melhor entendimento.

        Comparações são feitas entre o homem moderno e o primitivo; isto proporciona ao leitor a reflexão do quão semelhante é dos seus antepassados. Existem nos dias atuais costumes herdados, como a prevenção de relações incestuosas. A partir desta característica comum, o autor conclui o texto ressaltando que atualmente, o sujeito definindo como neurótico é aquele que não supera os desejos proibidos na infância, o complexo de Édipo.

         Há uma provocação de Freud quando exige do leitor que haja reconhecimento de suas semelhanças com homens selvagens. Mas, de certa forma, o regulamento totêmico existente em tempos tão distintos ainda se aplica ao cotidiano.

       Apesar das configurações sociais complexas citadas, um estudo cuidadoso do ponto de vista puramente morfológico sobre elas parece ser, no primeiro momento, pelo menos na análise psicanalítica, algo dispensável; importando, em vez disso, apenas seu caráter de completo asco ao incesto na medida que procura restringir de todos os modos imagináveis sua nefasta prática, ao passo que até mesmo ultrapassa estes arranjos no ato de firmar culturalmente vários costumes vistos em outras sociedades também caracterizadas como primitivas.Tais hábitos, por conseguinte, apesar de fugirem em parte das noções totêmicas mais

básicas já abordadas, são, paradoxalmente, apenas mais um desdobramento claro e direto delas, aos quais parecem ter, aparentemente, uma relação notável com a vida psíquica dos neuróticos, numa visão psicanalítica, sob o aspecto da conservação dos traços peculiarmente infantis no que tange à presença inconsciente de fixações incestuosas da libido.

    CAPÍTULO 2: O TABU E A AMBIVALÊNCIA DOS SENTIMENTOS  

           

        No segundo capítulo "Tabu e ambivalência emocional", Freud utiliza os conceitos de projeção e ambivalência emocional para discutir a relação exis-tente entre tabu e totemismo. O autor apresenta o significado de tabu, que diverge entre algo de cará-ter sagrado e ao mesmo tempo misterioso e proibido. Para Freud, os povos primitivos tratavam o tabu como algo natural, sem levantar nenhum questionamento. Para eles, o tabu teria como objetivo os resguardar contra ações que representassem perigo ou ameaça e quando violados esperava-se que a penalidade pro-viesse automaticamente do poder divino ou em outros casos a própria sociedade

encarregava-se de punir os transgressores. Nesse quesito, pontua-se que os primeiros sistemas penais humanos podem ser remontados ao conceito de tabu.

      Progressivamente,  o conceito e os mitos que permeiam o tabu são elucidados e se adentra nas suas nuances, o sagrado e o impuro. É perceptível que o caráter místico e repressor do tabu não se relaciona, diretamente, com ordens divinas nem morais, mas se sustenta por conta própria. A força e a persuasão do tabu não tem nenhuma premissa, sua adesão se dá por histórias enraizadas e por uma organização social regada por abstinências e renúncias, sendo o seu significado incompreensível - ainda. O tabu, atua na construção da identidade de uma comunidade e de um grupo de indivíduos, pois, é com sua influência que se delimita os ideais de mal, sagrado, profano, perigoso, maligno, consagrado e impuro. Logo, sua presença ininteligivel, pouco explicada e, muitas vezes, cruel e desprovida de sensibilidade desenvolve a veneração e/ou o horror.

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