Analise do Caso ônibus 174
Por: Rafaela Moura • 14/6/2016 • Seminário • 1.518 Palavras (7 Páginas) • 1.650 Visualizações
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"Caso Ônibus 174"
Franceline Arruda Ferraz
Marlene Eugenio da Silva
Pâmela Cristina Proença Navarros Duarte
Rafaela de Moura
Quem foi Sandro do Nascimento?
Filho de Clarice Rosa do Nascimento, Sandro nasceu em 07 de julho de 1978 em São Gonçalo - RJ.
Aos 10 anos Sandro presenciou a mãe ser assassinada, após o assassinato Sandro foi morar na casa de uma tia.
Ainda criança, foge de casa e se torna menino de rua.
Sobrevivente da Chacina da Candelária, no Rio de Janeiro.
Aos 21 anos, Sandro entra em um ônibus decidido a assaltá-lo. No entanto, o que a principio era um “simples assalto” se tornou um sequestro de repercussão nacional com um desfecho trágico.
Estrutura familiar
Estrutura familiar
Sandro residia na Favela do Rato Molhado, São Gonçalo – RJ, com sua mãe e mais um casal de irmãos;
Pai desconhecido;
Após a morte da mãe (gravida de 5 meses) foi morar com uma tia, Julieta, e o marido dela, com quem não se dava bem;
Infância e adolescência
Morte da mãe;
Rejeição;
Menino de rua;
Drogas;
Chacina da Candelária;
Passagens pela policia;
No dia 27 de março de 1988, Clarice Rosa foi vitima de um latrocínio (roubo seguido de morte), Sandro presenciou o crime.
Chacina da candelária (23 de julho de 1993)
Por volta de 1h da manhã, de 23 de julho de 1993, um grupo de policiais à paisana chegou ao entorno na Igreja da Candelária, atirando contra os meninos de rua que dormiam no local.
Foram 8 vitimas fatais.
O motivo do crime seria a vingança contra o apedrejamento de uma viatura pelos menores, no dia anterior.
Sandro Rosa do Nascimento foi um dos sobreviventes da chacina.
Outro sobrevivente, Wagner dos Santos, levou quatro tiros, foi responsável pelo reconhecimento dos policiais, um ano e meio depois sofreu novo atentado, atualmente Wagner está na Suíça, no Programa de Proteção a Testemunha.
Acusados: Maurício da Conceição (apelidado de Sexta-Feira Treze já havia sido expulso da PM na época do crime, foi morto durante o processo judicial); Nelson Oliveira dos Santos Cunha, Marco Aurélio Dias de Alcântara e Marcus Vinícius Emmanuel Borges, foram julgados e condenados, e apesar das penas altas os três condenados já estão em liberdade.
Passagens pela policia
Em setembro de 1994, aos 16 anos, Sandro é apreendido após assaltar uma mulher no transito. Em 01 de novembro de 1994 consegue fugir do Instituto Padre Severino onde já havia sido internado ao menos 4 vezes.
Em agosto de 1998, Sandro foi condenado a 3 anos, 3 meses e 20 dias de prisão por roubo. Em 1° de janeiro 1999, novamente foge da carceragem.
O Sequestro – 12 DE JULHO DE 2000
Sequestro durou mais de 4h;
14h10min – O ônibus linha 174 (Central-Gávea) deixa o ponto final na Praça Sibélius em direção ao centro do Rio;
14h25min - Sandro embarca no ônibus 174 em frente ao hospital da Lagoa, na rua Jardim Botânico;
14h30min – um passageiro desce do ônibus e avisa a dois policiais que havia um homem armado dentro do ônibus;
Viatura intercepta o ônibus em frente ao Clube Militar, o motorista do ônibus e alguns passageiros conseguem fugir;
Sandro saca a arma, faz uma das passageiras de escudo e fecha as portas do ônibus, iniciando assim a tomada de reféns;
14h40min – reforço policial começa a chegar;
O Sequestro – 12 DE JULHO DE 2000
14h50min – André Batista (então Capitão do BOPE) chega ao local e assume a negociação;
Aglomeração de jornalistas e curiosos;
Durante a negociação os policiais se referem ao sequestrador como Sergio;
15h50min – Sandro dispara o primeiro tiro em direção aos jornalistas posicionados em frente do ônibus;
16h02min – Carlos Leite Faria, 35 anos, pula a janela do ônibus e foge;
16h30min – William Nunes de Moura, 28 anos, é liberado;
17h15min – Damiana Nascimento de Souza, 39 anos, é liberada após passar mal;
18h44min – Um senhor de muletas é liberado;
18h45min – Sandro desce do ônibus trazendo Geisa como escudo.
Papel da imprensa
Reportes, cinegrafistas e fotógrafos fizeram transmissão em tempo real dos fatos ocorridos;
A principio, Sandro demonstrou irritação com a presença da imprensa, chegando a disparar contra eles;
O país parou para ver o sequestro pela televisão;
Cobertura internacional;
Aos poucos Sandro passa a falar diretamente para as câmeras;
Comoção nacional;
Documentário Ônibus 174, de José Padilha, e o filme de ficção Última Parada 174, de Bruno Barreto.
Comportamento das vitimas
Onze passageiros foram feitos reféns;
Luciana Carvalho e Willian são obrigados a dirigir o ônibus;
Carlos é preso logo após sair do ônibus suspeito de ser cumplice de Sandro;
Janaína Lopes Neves, 23 anos, é obrigada a escrever com batom no para-brisa do ônibus: “Ele vai matar geral às 6h. Arrancaram a cabeça da mãe dele”. “ele tem um pacto com o diabo”;
Willian relatou aos PMs que o sequestrador aparentava estar drogado;
Damiana teve um AVC (acidente vascular cerebral) durante o sequestro e ficou com sequelas, ela tentou a todo tempo conversar com Sandro e usou a história do irmão preso para criar uma ligação com o sequestrador;
Geisa Gonçalves, 21 anos, mente para o sequestrador e é descoberta, ela é a refém que mais sofre;
Comportamento das vitimas
Janaina é obrigada a se cobrir com um lençol e se deitar, em seguida Sandro atira em sua direção;
Sandro forja a morte de Janaina para intimidar os policiais, os reféns encenam a pedido do sequestrador;
Luanna Belmont, 19 anos, tenta ser amigável com o sequestrador a pedido do Capitão Batista, negociador;
Dona Gloria oferece uma medalha de Nossa Senhora ao sequestrador;
Os reféns eram obrigados a chorar e a gritar, para que a situação dentro do ônibus parecesse ainda mais dramática. Sandro diz aos reféns que teme ser morto pelos policiais ou na cadeia;
Reféns falavam ao telefone durante o sequestro.
Ação da policia
Mais de uma hora depois o Coronel José Oliveira Penteado chega ao local e assume a operação;
Cerco é refeito e atiradores são posicionados;
Área é isolada;
Quatro Alternativas Táticas para esse tipo de operação.
Erros de Operação
Coronel Penteado questiona o Capitão Batista se ele teria condições de tiro;
Capitão Batista se dirige aos atiradores posicionados e o Cap. Ricardo Soares se oferece para o disparo.
Quatro Alternativas táticas
Negociação;
Uso de armas não-letais;
Uso de sniper (atirador de elite);
Equipe de intervenção (invadir o ônibus).
Segundo Rodrigo Pimentel (ex-capitão da PM), o sniper era a melhor opção diante do contexto apresentado.
Erros de operação
Área isolada somente após a chegada do Coronel Penteado, mais de 1h depois do inicio do sequestro;
Poucos policias controlando a distancia dos populares e da imprensa;
Falta de equipamento e treinamento;
Falta de colete a prova de balas;
Comunicação entre os policiais era por mimicas, sinais, pois não havia radio.
Não houve avaliação psicológica, não levaram em conta um possível estado psicótico, uso de drogas, ou histórico dele. Tais fatores se lavados em conta mostrariam a imprevisibilidade dele e embasaria o trabalho dos negociadores;
Houve ao menos dez oportunidades para ação do sniper,
Ações e decisões do Coronel Penteado estavam limitadas, estava ao telefone;
Erros de operação
Após liberar o quarto refém, Sandro desce do ônibus com Geisa surpreendendo os policiais que naquele momento não se comunicavam com ele;
Enquanto Cap. Batista e Cel. Penteado tentavam acalmar Sandro, o soldado do BOPE, Marcelo Oliveira dos Santos, se aproximou e atirou em direção ao sequestrador; Errou os dois tiros disparados, o primeiro disparo acertou de raspão o queixo de Geisa;
Erros apontados pelo ex-Cap. Rodrigo Pimentel:
Marcelo foi para cima do sequestrador sem engatilhar a submetralhadora;
Sequestrador percebeu a aproximação antes do disparos;
Arma apontada para o ombro e não na cabeça do sequestrador;
Atirador estava a mais de 2 anos sem praticar exercícios táticos.
tragédia
Geisa foi socorrida pelos bombeiros e foi encaminhada ao hospital mais próximo;
Logo após o primeiro disparo, os populares invadiram a área isolada gritando que queriam matá-lo;
Para evitar o linchamento, Sandro foi colocado as pressa dentro de uma viatura, três policiais entraram com ele no camburão da viatura;
Geisa faleceu após dar entrada no hospital, ela foi atingida por quatro tiros;
Sandro morreu por asfixia mecânica dentro da viatura, os 5 policiais que acompanharam Sandro na viatura até o hospital ficaram presos no batalhão acusados de homicídios.
O soldado Marcelo foi afastado das ruas até o final do inquérito, onde foi inocentado;
Tragédia
Somente os PMs Ricardo de Souza Soares, Flavio Durval Dias e Márcio Araújo Davi foram a julgamento, onde foram absolvidos por júri popular;
Os policiais alegaram que Sandro estava transtornado, se debatia muito, chegou a quebrar o braço de um policial, morder o dedo de outro e quebrar o vidro da viatura;
Cap. Ricardo foi quem asfixiou Sandro, dele também partiu a ordem para levá-lo ao Hospital Souza Aguiar;
Os policiais levaram o sequestrador para um hospital que ficava a 15 quilômetros (Hospital Souza Aguiar), quando havia um outro hospital a cerca de um quilômetro (Hospital Miguel Couto).
A perícia mostrou que Geísa foi atingida por quatro disparos: o primeiro, feito pelo policial, de raspão no queixo, e os outros três, de Sandro – dois no tórax e um no braço.
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