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As Causas de Burnout

Por:   •  10/8/2021  •  Bibliografia  •  1.601 Palavras (7 Páginas)  •  104 Visualizações

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CAUSAS DO BURNOUT

A Síndrome de Burnout possui diversas dimensões causadoras, sendo que essas apresentam um caráter multifatorial, uma vez que se tratam da reunião das características pessoais, do tipo de atividade realizada e das particularidades variáveis oriundas da empresa em que é exercido o trabalho. Estes fatores podem mediar ou facilitar o processo de estresse ocupacional que irá dar lugar ao Burnout. Alguns aspectos acerca da personalidade do trabalhador, assim como variáveis de caráter sócio- demográfico não são, por si só, provocadores da síndrome, mas diante de uma instituição comprometida, podem facilitar o seu desencadeamento. (PEREIRA, 2013, p. 392)

Em suma, é importante a identificação das causas de Burnout, uma vez a Síndrome ocorre de forma lenta, levando o profissional que há possui que não está ocorrendo nada apenas uma carga laboral muito grande.

O começo é enganoso e traiçoeiro, visto que o Burnout se instala de forma silenciosa e progressiva. Ocorre uma sensação de mal estra indefinido, físico ou mental, sintomas que o obreiro associa ao excesso de trabalho que está realizando, não se dando por conta que está adoecendo. (GARCIA; PEREIRA, 2013, p.76)

Para Ribeiro (2008, p.55), diversos autores apontam também as seguintes causas para o crescimento dessa síndrome:

[...] ritmos intensos de trabalho, longa jornada de trabalho, ritmo mecânico do trabalho com repouso insuficiente, condições de trabalho e mobiliário inadequado, tensão para apresentar-se como produtivo com vistas à manutenção do emprego entre outros.

        Por fim, o modo como as características se combinam entre si podem postergar ou facilitar o processo de Burnout, por exemplo, uma pessoa com alta resistência, em uma organização com características propensas ao estresse ocupacional, poderá resistir por um maior período quando comparada a outro colega de trabalho. Todavia, no decorrer do tempo, diante do aumento dos fatores negativos na instituição ou vindo a sofrer dificuldades de caráter pessoal, este equilíbrio pode ser rompido. “Muitas vezes, um agente estressor, pode ser inócuo para uma pessoa e extremamente pernicioso para outra.” Assim, o mesmo elemento gerador de estresse pode ser suficientemente lesivo em um determinado momento e plenamente neutro em outro, estando sujeito ao processo de vida vivenciando pelo trabalhador, o que “implica em uma dimensão complexa e, muitas vezes difícil de ser determinada.” (PEREIRA 2013, p.393)

A PROBLEMATICA DOS OPERADORES DE TELEMARKETING

        O trabalho possui essencial importância na vida de um indivíduo, investindo-se inicialmente boa parte de seu tempo com a preparação (estudos, estágios) e com a dedicação ao trabalho. Subtraindo a fase inicial de instrução e de instrumentação, despende-se, normalmente, cerca de 8 horas diárias trabalhando, ou seja, 1/3 do nosso dia, durante 30 a 35 anos ou mais. Tendo em vista tais fatores, analisa-se, nos últimos anos, o impacto do trabalho na esfera da saúde física e mental do trabalhador. (PEREIRA, 2010, p.13)

        Atualmente, o número de casos da Síndrome de Burnout em empresas vem crescendo, em decorrência da incrementação de grandes mudanças organizacionais que acompanham a reestruturação produtiva. Nessas alterações, os trabalhadores são constantemente pressionados para atingir metas cada vez mais elevadas, adquirindo caráter extenuante e podendo levar ao esgotamento profissional. (SILVA, E.,2013b, p.230)

        Diante disto, os operadores de telemarketing pertencem a esta situação, pela natureza de seu serviço exercido o qual ocasiona um desgaste laboral. Está ligado ao ambiente profissional o desgaste emocional, que pode vir ocorrer de exigências elevadas, excesso de trabalho, falta de intervalos e etc.

        A propósito, no sindicato da categoria existem inúmeros registros de reclamações em virtude do excesso de cansaço, esgotamento mental, tristeza e sentimento de impotência, resultantes das exigências no âmbito organizacional do trabalho, ao demonstrar a ligação entre os componentes da atividade e o peso da organização do trabalho no desencadeamento dos sintomas de patologias psicológicas. (VILELA; ASSUNÇÃO, 2004, p.1069)

        Por isso, organizações internacionais sindicais tem denunciado as condições laborais inaceitáveis da atividade, remuneração inaceitáveis da atividade, remuneração baixíssima e as diversas discriminações sofridas por estes profissionais. Denomina-se internacionalmente, inclusive, o call center como “sweatshops of the electronic age, que em tradução livre, corresponderia a senzalas da era eletrônica”. (SILVA, A.,2007, p.04)

        Vale ressaltar, que os trabalhadores de telemarketing em grande maioria se tratam de pessoas inexperientes, sem preparo, uma vez que não há exigências para a contratação, sendo assim utilizado pelos jovens para se inserirem no mercado do trabalho.

        Destaca-se que não é dada a devida atenção à saúde física e mental destes profissionais, que, em regra, passam cerca de 85% à 90% de sua carga horaria diária de trabalho sentados e com atenção total ao monitor do computador, ao mouse e ao fone de ouvidos. Além disso, há sempre a presença de um superior hierárquico cobrando o alcance das metas. Desta forma, com essa rotina, pode o operador de call center esboçar algum tipo de sofrimento ou passar a desenvolver, rapidamente, algumas doenças, como a Síndrome de Burnout. (RÊGO, 2008, p. 15)

        A problemática experimentaria no exercício das funções do operador de telemarketing é evidenciada, também, pela existência de roteiros e scripts planejados e controlados pelos empregadores para captar, reter ou recuperar clientes. Em outras palavras, no âmbito de telemarketing existem diversas técnicas que possuem a finalidade de controlar e dominar todos os atos dos operadores. Esta função cota com procedimentos altamente padronizados e controlados, com o objetivo de elevar a eficiência e diminuir os custos, produzindo e exacerbando mais a atividade, ocasionando, neste campo, processos de intensificação e precarização das condições de trabalho. Desta feita, a maneira de como se organiza o trabalho exercido por essas categoria (divisão do trabalho, o conteúdo da tarefa, o sistema hierárquico, as modalidades de comando, formar de gestão e as relações) influência de sobremaneira esses trabalhadores, tornando a atividade excessivamente condicionada, monótona e humilhante. (SUTTILE, 2010, p.21)

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