Deus da Carnificina
Por: nadialacerda • 23/9/2016 • Trabalho acadêmico • 660 Palavras (3 Páginas) • 314 Visualizações
Basicamente o filme trata de dois casais que se reúnem no apartamento de um desses casais para discutir um incidente causado pelos filhos, em uma briga, no qual ambos se enfrentaram numa briga.
Em determinado ponto da conversa “amigável” os casais acham por bem chamar os garotos para fazerem as passes e daí começam a aflorar as diferenças e toda aquela “cordialidade” desaparece e a verdadeira face de cada um vem à tona.
O filme começa a tomar um rumo não planejado pelos casais que tem personalidades e características marcantes. A exemplo da esposa de um dos casais (Penelope) concilia o emprego de meio período em uma livraria com o de escritora voltada para os problemas africanos. Com personalidade forte e decidida, é ela quem assume a defesa dos Longstreet e que bate de frente com Alan nas discussões. Seu marido, (Michael), é vendedor de material hidráulico e outras utilidades e encarna o pacificador, fazendo de tudo para evitar conflitos. Essa sua atitude faz com que ele seja apontado por Alan como submisso e fraco. E, falando no (Alan), ele é um advogado com clientes importantes e que no momento defende a indústria farmacêutica. Arrogante e cínico, ele tem o dom de ser irritante, se apega a detalhes e seu celular toca sem parar, deixando claro que o trabalho é a prioridade de sua vida. Sendo assim, (Nancy), que trabalha como corretora de investimentos, é subestimada pelo marido e seu papel é o de esposa perfeita, que se encarrega sozinha de todos os problemas domésticos e da educação dos filhos.
Um dos pontos importantes é o assunto, diferença social, aparentemente o casal (os Longstreet) tem uma situação financeira mais confortável, no entanto o outro casal (os Cowan) tem as finanças mais equilibrada, no início, marido e esposa se unem para atacar a dupla adversária, mas, conforme as horas passam, os problemas conjugais de ambas as duplas são desenterrados e a lavagem de roupa suja faz os protagonistas apontarem os defeitos alheios sem dó, não importando se são os do próprio cônjuge ou os das visitas. É uma constante na justiça que frequentemente lidam com situações de atribuir culpa e assumir responsabilidades. A subtrama dos remédios adulterados (que faz o celular do personagem tocar de tempos em tempos, um inteligente respiro na trama) é concluída com o advogado assumindo uma responsabilidade que ele passou negando o filme todo (ao dizer para uma pessoa não tomar os remédios que ele representa).
É um material interessante e que muita gente, preocupada com o futuro-das-nossas-crianças, vai julgar indispensável por ser uma comédia que "faz rir e pensar". O fato é que a lição mais valiosa do filme não está na questão dos garotos, mas na postura do advogado nessa subtrama dos remédios - tanto que o filme só termina quando ela se resolve.
O grande mérito deste filme encontra-se no "como", e não no "porque". Atacando as diferentes situações de cada individuo que deixam após cair às máscaras abordam temas sobre cada personalidade como, ideologia quanto para o capitalista cínico, feroz e niilista. Com claras críticas à burguesia, um toque sutil não querendo falar sobre a falência dos valores humanos, mas apenas um cutucão cômico e leve sobre as hipocrisias sociais.
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