Doze homens e uma sentença visão antropológica

DOZE HOMENS E UMA SENTENÇA

Em meio a um calor escaldante do verão nova-iorquino, Doze jurados devem decidir se um jovem é culpado ou não de um assassinato, sob pena de morte. Onze têm plena certeza de que ele é culpado, enquanto um (jurado número 8) não acredita em sua inocência, mas também não o acha culpado e isto faz com que tenha dúvidas sobre sua escolha, pois está lidando com a vida de um jovem de dezoito anos, que poderá morrer se ele fizer a escolha errada. Diante disso, o debate se instaura entre os doze jurados.

Questionado pelos demais jurados sobre o voto pela inocência do réu, o jurado número 8 começa a explicar quais são os pontos duvidosos que o impedem de votar pela condenação. A argumentação desse jurado é pautada na lógica e na razão e acaba por abalar a certeza dos demais componentes do júri.

No que tange aos aspectos antropológicos sobre o filme, podemos abordar o pensamento forte de etnocentrismo, determinismo social, determinismo geográfico, como também os pensamentos de Max Weber e Durkheim.

Onde o etnocentrismo é definido como a visão demonstrada por alguém que considera o seu grupo étnico ou cultura o centro de tudo.

Um indivíduo etnocêntrico considera as normas e valores da sua própria cultura melhores do que as das outras culturas. Isso pode representar um problema, porque frequentemente dá origem a preconceitos e ideias infundamentadas.

Uma visão etnocêntrica demonstra, por vezes, desconhecimento dos diferentes hábitos culturais, levando ao desrespeito, depreciação e intolerância por quem é diferente, originando em seus casos mais extremos, atitudes preconceituosas, radicais e xenófobas. Um dos jurados no filme diz que as pessoas nascidas nas favelas são perigosas, percebemos o determinismo social, na antropologia científica ela rejeita esse pensamento de que se a pessoa nasce numa situação desfavorável, ela tende a reproduzir os mesmos comportamentos.

O determinismo geográfico também, onde o meio ambiente define ou influencia fortemente a fisiologia e a psicologia humana. No que tange ainda sobre as questões antropológicas, o pensamento de Max weber aqui também será bem-vindo, onde fala a respeito da ação social, que é toda reação e ação do indivíduo na sociedade. Um dos jurados era dotado de arrogância, orgulho, vingança, com isso gritava com os demais, ele tinha sempre respostas ao seu comportamento. E tem sempre uma motivação para isso. No caso desse jurado era a questão da relação dele com o filho.

Ação social afetiva, em que a conduta é movida por sentimentos, tais como orgulho, vingança, loucura, paixão, inveja, medo, etc. Para Weber, a ação social é aquela que é orientada ao outro. No entanto, há algumas atitudes coletivas que não podem ser consideradas sociais. Émile Durkheim diz que as leis existem para poder controlar os indivíduos dentro da sociedade. Assim, os fatos sociais são produtos da vida em sociedade.

O filme mostra que a convicção inicial dos jurados ao julgar o garoto, que poderia resultar em uma sentença injusta, era baseada em experiências pessoais e preconceitos dos próprios jurados. Estes, inconscientemente, a partir da imagem do réu, transformaram-na para que se enquadrasse