Estudos Dirigidos: Notações Subjetivas
Por: st.ss • 22/6/2022 • Abstract • 1.565 Palavras (7 Páginas) • 104 Visualizações
Universidade Federal de Minas Gerais
Disciplina: Introdução aos Estudos da Linguagem: Língua, Texto e Discurso
Tarefa: Estudo Dirigido
Alunos: Daniela Campos de Freitas
João Vítor Alexandre Melo
Lara Hanya Rodrigues Xavier
Lizlayne Ramos Ribeiro
Stéfany Ferreira de Sousa
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- O que é língua:
A linguagem se dá por meio de vários signos e um deles é a língua, podendo ser ela escrita ou falada. Nesse aspecto, considera-se língua como um fenômeno cultural, já que ela muda de cultura para cultura, podendo ter palavras que existam em apenas um respectivo grupo, à título de exemplo, a palavra “camela” utilizada para se referir a bicicleta, na região norte, que, por sua vez, passa a ser desconhecia na região sul. Além disso, existem palavras que apresentam um significado em uma cultura, mas que em outra seu sentido é alterado conforme as variações presentes. Assim sendo, nota-se que a língua é um fator paralelo à cultura. Não obstante, a língua pode ser considerada como um fenômeno social, pois por meio dela os indivíduos se interagem, transmitem e registram conhecimentos.
A princípio, vale ressaltar que, segundo Saussure, a língua é um “acervo linguístico” (1969, p. 92). Desse modo, ela é uma soma de sinais depositados em cada cérebro, mais ou menos como um dicionário cujos exemplares, todos idênticos, fossem repartidos entre os indivíduos. Esse sistema gramatical existe, de modo intangível, no cérebro de cada indivíduo, que foi depositado pela prática da fala, analogamente à um sistema de armazenamento de informações de um smartphone, na nuvem, como por exemplo o “Google Drive” e o “Dropbox”, ambos sistemas são bancos de dados virtuais, salvos em um ambiente inátil, não físico, mas acessível. Assim acontece com a língua, ela está presente nos indivíduos, em um lugar não físico, por outro lado é um lugar abordável, justamente por ela existir virtualmente.
Em segundo plano, por a língua ser uma soma de sinais e uma relação entre os códigos, ela tem um conjunto de elementos: morfológicos, fonológicos, fonéticos sintáticos, que trabalham entre si formando o sintagma, tornando-a como um elemento valioso, tendendo a inferir que o conhecimento da língua é fundamental para o indivíduo, pois, como reiterado por Perini ( ReVEL, vol. 8, n. 14, 2010), a língua que uma pessoa fala condiciona sua maneira de ver o mundo.
Portanto, constitui-se a língua como um tipo de linguagem verbal, comum entre os falantes de uma sociedade afim, que foi estabelecida por uma necessidade de comunicação, para se fazer entender o sistema signos convencionais.
- Qual a relação entre língua, linguagem e sociedade?
- Quais as ligações entre língua, pensamento e cultura?
A cultura é expressada por meio de símbolos convencionais, os quais são denominados pela língua. Desse modo, para que haja a interpretação de um símbolo, faz-se necessário remeter à cultura, pois seu significado pode variar em decorrência da diversidade cultural, presente no corpo social. A relação entre cultura e linguagem é estreita, isso porque tudo se passa pela linguagem, seja ela verbal ou não.
De início, percebe-se que o repertório simbólico da língua é o que auxilia na compreensão da vida social em cada cultura, assim a língua é capaz de conduzir sentidos, transmitir e carregar valores da sociedade, a qual ela condiciona, como mencionado por Perini ( ReVEL, vol. 8, n. 14, 2010), a cultura inclui manifestações de base linguística, como a literatura, o humor, as fórmulas e rituais para as diversas ocasiões da vida, e todas essas manifestações são marcadas por expressões linguísticas especiais. Assim, a poesia, por exemplo, utiliza certos tipos de métrica, rima e aliteração, que são marcas específicas de cada língua.
Já no campo do pensamento, por meio da língua o homem é capaz de reter na memória experiências vividas e, dessa maneira, se situar dentro de uma dimensão temporal, além de poder abstrair na consciência a essência das coisas, com ausência da concretização, como por exemplo, ao se pensar em uma cadeira, há uma universalização do conceito do objeto, ou seja com a abstração é possível haver a interpretação da ideia de uma cadeira, por meio do pensamento, sem que haja o objeto físico visível, isso só é possível graças à relação intrínseca entre língua e pensamento.
Por conseguinte, fica nítido as relações entre os tópicos, ao passo que a língua é um instrumento de raciocínio, que ao usa-lá, se profere todo tipo de conhecimento, e isso para Perini( ReVEL, vol. 8, n. 14, 2010), é o maior vínculo entre a língua e o pensamento, outrossim, a língua, de certa forma seria a manifestação cultural de um respectivo meio, ela participa da construção cultural e oferece um modelo para outras linguagens.
- A linguagem tem sujeito?
- O que é linguística?
- A linguística é ciência?
Tem-se discutido a respeito de a linguística ser ou não uma ciência. Assim, com base nos textos “SOBRE LÍNGUA, LINGUAGEM E LINGUÍSTICA – UMA ENTREVISTA COM MÁRIO A. PERINI” e “Conversas com linguistas: virtudes e controvérsias da linguística”, observa-se que há uma compatibilidade entre as concepções de ambos autores. Então trata-se de uma resposta condicionada pelo que se entende de "ciência”. Portanto, partindo da definição desse termo como algo atrelado à explicação da realidade, que possui hipóteses a serem verificadas, pode-se considerar a linguística como uma ciência, arriscando categorizá-la como empírica (baseada na experiência). Contudo, ao ler ciência como um ramo da física, não é possível enquadrar a linguística nesse contexto. Por fim, obter uma resposta exata para esse questionamento não é algo facilmente atingível, logo é possível conceituá-la considerando, imprescindivelmente, o “status” da palavra.
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