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Fichamento Nancy Fraser

Por:   •  15/9/2015  •  Resenha  •  593 Palavras (3 Páginas)  •  683 Visualizações

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RESUMO – NANCY FRASER

        De acordo com a autora Nancy Fraser, as demandas por justiça social se dividem em dois tipos, sendo a mais comum a redistributiva, buscando uma distribuição mais justa de recursos e bens. A segunda, “política de reconhecimento”, com o objetivo de obter um mundo amigo da diferença, com demandas por reconhecimento das perspectivas diferenciadoras de minorias étnicas, raciais e sexuais, ou até mesmo de gênero.

        Desse modo, os dois tipos de demandas de justiça estão frequentemente dissociados um do outro, como exemplo Fraser cita os movimentos sociais feministas, que vislumbram a redistribuição como remédio para a dominação masculina está cada vez mais dissociada das tendências que, ao invés, visualizam o reconhecimento da diferença de gênero. Alguns defensores da redistribuição rejeitam completamente a política de reconhecimento, como se esta fosse uma “falsa consciência”, dificultando a busca da justiça social.

        Na visão da autora, reconhecimento e redistribuição são falsas antíteses, pois a justiça requer tanto redistribuição quanto reconhecimento, não sendo suficiente apenas uma delas, sendo assim, é fundamental a questão de como combiná-las, ou seja, desenvolver uma concepção bidimensional da justiça, que possa acomodar o reconhecimento e a redistribuição, integrando o melhor de cada uma delas.

        Para explicar sua menção da “falsa antítese”, a autora utiliza algumas definições, como na política da redistribuição, esta engloba também as reformas sócio-econômicas como remédio para as injustiças de gênero e étnico-raciais. Já a política de reconhecimento, engloba tendências desconstrutivas que rejeitam o “essencialismo” da política de identidade tradicional. Fraser deixa claro sua oposição quanto à presunção familiar de que a política de redistribuição enfoca exclusivamente as injustiças de classe, enquanto a política de reconhecimento enfoca as injustiças de gênero, sexualidade e         “raça”, para ela, as duas demandas podem permear todos os movimentos sociais.

        Assim, as políticas redistributivas e de reconhecimento podem ser contrastadas em três aspectos. Sendo o primeiro, as duas abordagens pressupõem diferentes concepções de injustiça, para a redistribuição, as injustiças definem como sócio-econômicas enraizadas na economia política, enquanto a política de reconhecimento mira as injustiças que entende como culturais enraizadas nos padrões sociais de representação, interpretação e comunicação. No segundo ponto entende-se que as duas abordagens propõem diferentes tipos de remédios para a injustiça. Para a redistribuição, o remédio é a reestruturação político-econômica, para o reconhecimento, o remédio adequado seria a transformação cultural. O terceiro aspecto consiste nas diferentes concepções das coletividades que sofrem injustiça, para a redistribuição, os sujeitos coletivos são classes sociais ou coletividades análogas as classes, aqueles definidos economicamente por uma relação característica com o mercado ou meios de produção, como dizia Marx; para o reconhecimento, as vítimas da injustiça são os grupos de status, definidos não só pelas relações de produção, mas principalmente pelas relações de reconhecimento.

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