LIVRO AS VOZES DE TCHERNÓBIL – A HISTÓRIA DO DESASTRE NUCLEAR
Por: tanialenz • 3/8/2017 • Resenha • 819 Palavras (4 Páginas) • 274 Visualizações
RESENHA
LIVRO AS VOZES DE TCHERNÓBIL – A HISTÓRIA DO DESASTRE NUCLEAR
Rosemere Lima
No livro Vozes de Tchernóbil – a história oral do desastre nuclear, é o primeiro livro a apresentar relatos pessoais da tragédia. Nele a jornalista Svetlana Aleksiévitch, Prêmio Nobel de Literatura, em 2015, inquire e expõe relatos dos sobreviventes, narrando os fatos relacionados à destruição e terror que foi gerado, em abril de 1986, na explosão na usina nuclear de Tchernóbil, na Ucrânia, gerou uma calamidade sem antecedentes: uma quantidade desmesurada de fragmentos radioativa foi espalhada na atmosfera e a cidade de Prípiat teve que ser, prontamente, evacuada.
Vozes de Tchernóbil é uma obra complexa, dolorosa, cruel e necessária, levando mais de uma década para ser desenvolvido. A história inicia-se expondo subsídios obtidos de jornais sobre o episódio. O livro, de Svetlana Aleksiévitch, é composto de três partes: A Terra dos Mortos; A Coroa da Criação e Parte e A Admiração pela Tristeza. Exibe testemunhos de viúvas, cientistas, artilheiros, pesquisadores, ex-ocupantes de cargos públicos e camponeses, médicos, engenheiros, bombeiros, esposas, liquidatários, responsáveis políticos, crianças e pessoas comuns, que tiveram o seu presente aniquilado e o seu futuro furtado, pois as decorrências da negligencia que abrangeu essa catástrofe estará inflado na vida de muitas pessoas, por décadas, por meio de crianças adoentadas, animais com modificações genéticas e cidades fantasmas.
Salienta-se que o livro é não ficcional, ou seja, é uma descrição ou reprodução de um tema que é exibido como fato. Como foi escrito por uma jornalista, o relato é objetivo. Em cada capitulo quem discorre são os personagens. Personagens reais, já que o livro é composto por entrevistas verdadeiras, obtidas com um pequeno gravador. As gravações foram transtornadas em monólogos, refletindo a linguagem e os silêncios dos entrevistados, ajuíza, igualmente a dor, o medo, a agonia, conjeturando o tudo e o nada... Foram mais de 500 entrevistados em dez anos de pesquisa.
A história contada pode ser comparada a uma colcha de retalhos, onde suas costuras são as mazelas expostas, por intermédio das dores físicas e emocionais, coação, revolta, conformismo e nostalgia. É esta a magia que a autora faz, a magia de escutar silêncios calados nos clamores e revelar muito mais do que poderia ser imaginado quando inicia-se a leitura.
Os relatos, contidos no livro, levam a dois extremos de forma rápida e absoluta: descortinando a esperança e a resiliência dos que enfrentaram o pesadelo e de forma mais brutal as agonias e dramas vivenciados. Assim, as vozes apresentadas por intermédio de histórias, não se concentram em um personagem central, mas em um grupo de elementos. Entre lamúrias e silêncios, eles descrevem como a radiação esvaneceu o mítico passado soviético e a expectativa no amanhã da nação proletária. A URSS desabou, levando consigo a utopia política e social que sobrepujou os países do bloco.
O ano de 1986 ficará gravado na historia da humanidade, como sendo o ano que ocorreu uma explosão, uma catástrofe nuclear que comprometeu o mundo, deixando um rastro de destruição e de vitimas, que ainda hoje continua a pagar o alto preço das consequências
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