MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE
Por: Jonas SD • 18/10/2016 • Trabalho acadêmico • 1.783 Palavras (8 Páginas) • 222 Visualizações
UNIJUÍ – Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul
DACEC – Departamento de Ciências Administrativas, Contábeis, Econômicas e da Comunicação
Curso de Administração/Educação Física/Engenharia/Direito
ESTUDO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS DA AGROPECUÁRIA
Jonas da Silva
Professor Valmir Jose de Quadros
Santa Rosa, 1º semestre de 2016.
Efeitos do Gás Metano Oriundo da Agropecuária
Estudos Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) apontam, sem maiores dúvidas, a participação humana no aquecimento global, sendo os maiores responsáveis os países mais ricos que utilizaram os combustíveis fósseis para promover seu desenvolvimento, sem se preocupar com os custos ambientais. Além do carbono, há outros gases participantes do Efeito Estufa com poder de aquecimento muitas vezes superior ao do dióxido de carbono, como é o caso do metano, o qual chega a ser 23 vezes potente que o dióxido de carbono.
O metano é produzido principalmente pelos bovinos criados para fornecer leite e carne para o consumo humano. Classificados como herbívoros ruminantes, são considerados os maiores emissores de metano no planeta, já que a população de ruminantes, na Terra, é de aproximadamente 1,2 bilhão, com emissão estimada de aproximadamente 80 milhões de toneladas de metano por ano.
A produção de metano por esses animais ocorre, principalmente, devido à fermentação entérica do alimento ingerido, por meio de um processo anaeróbio efetuado pela população bacteriana existente no rúmen, que é o primeiro estômago do animal. Nesse processo, parte do carbono existente no alimento é também transformado em CO2. A emissão desses gases pelos animais ocorre, então, principalmente pelas narinas e pela boca.
O problema ocorre em vários países, como nos Estados Unidos, que têm um rebanho maior de 100 milhões de cabeças, responsáveis por grande parte das emissões de metano. Também na Nova Zelândia, destaca-se por ter a indústria animal representando grande parte do setor agrícola daquele país, com um plantel maior de 50 milhões de ruminantes.
Um bovino em média emite de 80 a 110 quilogramas de metano por ano, sendo um perigo a grande emissão do dióxido de carbono para a atmosfera. Outra fonte de emissão de metano ocorre posteriormente no momento da decomposição do estrume desses animais. Pesquisas estão sendo feitas no sentido de buscar e modificar o volume de metano emitido pelos animais, seja por mudanças de ordem genética no sistema digestivo ou pela mudança no volume de alimentos fornecidos,
Estudos também revelam que o volume emitido em determinada região depende de vários fatores, entre os quais se destacam o número e a raça dos animais presentes, o volume de dejetos produzido por cada animal, a umidade e as fibras presentes nos dejetos animais, o sistema de tratamento de dejetos utilizado e o clima da região. Os diferentes sistemas de tratamento de dejetos contribuem para a redução de metano na atmosfera, pois, na sua ausência o estrume é depositado diretamente no solo e em contato com o oxigênio irá se decompor aerobicamente, aumentando a emissão não só de metano, mas de demais gases para a atmosfera.
A (EMBRAPA), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária vem realizando algumas pesquisas nesse sentido. Nesse caso, a natureza cria um paradoxo, pois a própria natureza animal parece ir de encontro à saúde da natureza do Planeta.
O assunto de grande preocupação no Brasil, pois a atividade agropecuária sendo é uma das principais responsáveis pelas emissões de poluentes que elevam a temperatura do planeta, o país, que possui o maior rebanho comercial do mundo com 212 milhões de cabeças.
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O aumento da concentração desses e de outros gases na atmosfera é o que intensifica o efeito estufa, pois eles absorvem uma parcela da radiação infravermelha, aumentando a temperatura do planeta e causando o chamado aquecimento global.
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Existem outros fatores que são mais difíceis de serem mensurados, mas que também contribuem em muito para o aquecimento global, tais como o transporte da carne, do gado, de rações para os rebanhos, emissões dos solos de pastagens degradadas ou mal manejadas, emissões vindas da produção da ração, emissões do processamento industrial primário da carne que será consumida e assim por diante.
Alternativas estão sendo criadas para um melhor acompanhamento e estudo, entre as formas de pesquisa um sistema que acompanha a emissão de gás metano durante a alimentação dos bovinos captando no ato o teor de gás gerado.
O alimentador automático reconhece o animal assim que a cabeça entra no cocho por meio da leitura automática de um brinco. No mesmo momento, um exaustor aspira e mede a cada segundo os gases emitidos pela boca e narinas durante a alimentação. Os dados de emissão durante determinado intervalo de tempo são armazenados em um computador. Com isso é possível calcular as taxas de emissão do rebanho ao longo do dia.
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Crédito: C-Lock
Outra experiência para aproveitar o gás metano produzido por bovinos foi colocada em prática por cientistas argentinos que desenvolveram uma espécie de mochila para ser acoplada nas costas das vacas com capacidade para armazenar até 300 litros de metano. Um tubo é inserido no aparelho digestivo de vaca para coletar o gás, que depois é convertido em energia. A inovação poderia solucionar o problema da dependência do petróleo e ao mesmo tempo ajudar a reduzir a contaminação gerada pelas vacas durante a digestão.
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Cada animal emite por ano 4,8 toneladas de gás metano, o mesmo liberado anualmente por uma caminhonete com tração nas quatro rodas.
Uma mochila cheia de gás metano produzido por uma vaca seria suficiente para movimentar um motor de um veículo por 24 horas. A iniciativa dos cientistas tem por objetivo encontrar uma alternativa para reduzir a emissão de gás de efeito estufa e ao mesmo tempo desenvolver uma forma de aproveitamento sustentável dessa energia que hoje é liberada na atmosfera.
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