Maquiavel e o estado moderno
Por: mandasouto • 8/6/2015 • Pesquisas Acadêmicas • 1.058 Palavras (5 Páginas) • 363 Visualizações
ASCES
Associação Caruaruense de Ensino Superior
MAQUIAVEL E O ESTADO MODERNO
Todos os Governos e Estados que têm poderes sobre os homens, são Repúblicas ou Principados (que podem ser adiquiridos de forma hereditária, ou novos, que são membros acrescidos ao Estado hereditário). Domínios estes que podem ser acostumados a serem submetidos a um Príncipe ou viverem livremente, sendo conquistados seja por tropas, fortuna ou virtude.
A respeito dos principados, discute-se como devem ser governados e mantidos. Preservar Estados anexados é, em suma, mais fácil que os novos, acreditando na possibilidade de terem a mesma língua e serem da mesma província. São nos estados puramente novos que moram as maiores dificuldades. Uma possível solução para combater esses incômodos, seria que o conquistador habitasse tal região, vendo o foco do problema assim que seja lançado, logo o combatendo, e não acompanhando de longe, onde só saberia dos acontecidos quando já tivessem em proporções quase incontroláveis.
Teria dois meios de “repressão”, um seria de instalar colônias, prejudicando apenas os que perderam os campos e casas para a construção destas, tornando-os pobres e dispersos, e amedrontando os demais, que não querem que isso aconteça também com eles; a outra forma seria a criação de forças militares, com um custo mais alto, o que se transformaria em perdas para todo o país, transformando os habitantes em inimigos que causariam danos ao conquistador.
Para um Príncipe, melhor seria se fosse temido, pois se fosse amado correria risco de traição e se fosse odiado ganharia inimigos. Teria que ter duas qualidades importantíssimas: a primeira seria a Virtu (virtude), ou seja, liderança, e a segunda seria a Fortuna, mas não financeiramente falando, diz respeito a destino, sorte.
Afirmava que era coisa natural e comum do homem o desejo de conquistar. E assim o fazendo, serão louvados, ou pelo menos não censurados. Declarou imperdoáveis cinco erros: primeiro, eliminar os menos fortes, segundo, aumentar prestigío de um lugar a um único poderoso, terceiro, colocar estrangeiros no poder, quarto, não habitar o país conquistado e quinto, a não instalação de colônias.
Cita uma regra geral que nunca ou dificilmente falharia, que diz: “Quem é causa do poderio de alguém arruina-se, por que esse poder resulta ou da astúcia ou da força e ambas são suspeitas para aquele que se tornou poderoso.”
Sobre a conservação dos principados, argumenta que têm sido governados de formas diversas: ou por um príncipe, sendo todo o demais servos, que por concessão ajudam a governar o estado, ou por príncipe e por barões (que têm súditos e fãs próprios, não havendo uma unanimidade de poder, qualquer atitude do rei contrária a isso, oferece riscos a si próprio), que prestam essa ajuda não por graça, mas por antiguidade de sangue.
Volta a lembrar dos estados conquistados, que estão habituados a viver com suas próprias leis e em liberdade, existem três modos de conservá-los: o primeiro, arruiná-los; o segundo, ir habitá-los pessoalmente; e terceiro, deixá-los viver com suas leis, cobrando tributos. Não existe forma mais segura de proteger algo, senão a destruição, e sendo o senhor de uma cidade acostumada a viver livre, se não fizer isto, ela o fará com ele! Já os que se acostumaram a viver sob tutela de um príncipe, não sabem viver em liberdade, sentindo dificuldade até na escolha de um sucessor para este.
Deveria um homem prudente seguir os passos dos que se tornaram grandes e imitar aqueles que foram excelentes, isto para que, não sendo possível chegar à virtude destes, algum proveito tirariam. Os que tornaram-se príncipes por suas virtudes, conquistaram o principado com dificuldades, mas com facilidade os conservaram. Não há nada mais difícil e perigoso do que tornar-se chefe e introduzir novas ordens. O Resultado que todos os profetas armados venceram e os desarmados fracassaram, vem do pensamento que se as inovações forem baseadas em forças próprias, acabam mal e sem realizações, mas quando se pode forçar, raramente falham.
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