Meditações metafísicas
Por: Maryprys • 30/5/2016 • Trabalho acadêmico • 2.416 Palavras (10 Páginas) • 306 Visualizações
1 Das coisas que se podem colocar em duvida
Nessa primeira meditação Descartes deixa bem claro suas dúvidas existentes de uma série de coisas e sua insegurança, ainda não tem formada uma opinião própria, dúvida de tudo, como nessa passagem:
Há já algum tempo me apercebi de que, desde meus primeiros anos, recebera grande quantidade de falsas opiniões como verdadeiras e que o que depois fundei sobre princípios tão mal assegurados só podia ser muito duvidoso e incerto. (DESCARTES,1973, p 93)
Descartes nessa passagem se sente mais seguro de suas opiniões, e revê seus antigos conceitos.
Agora, pois, que meu espírito está livre de todos os cuidados, e que me proporcionei um repouso assegurado numa aprazível solidão, aplicar-me-ei seriamente e com liberdade a destruir em geral todas as minhas antigas opiniões. (DESCARTES,1973,p. 93).
Descartes nessa meditação muitas das vezes, volta-se em contradição o que próprio ele diz:
Haverá talvez aqui pessoas que preferirão negar a existência de um Deus tão poderoso e acreditar que todas as outras coisas são incertas. Mas não lhes resistamos no momento e suponhamos, em favor delas, que tudo quanto aqui é dito de um Deus seja uma fábula. (DESCARTES,1973, p. 96)
1.1 Da natureza do espirito humano: e de como ele é mais fácil de conhecer do que o corpo
Ainda pensando na sua meditação passada, suas duvidas ainda é muito presente nessa segunda meditação, ele diz que “seguiria esse ponto até que tenha encontrado algo de certo, ou, pelo menos se outra coisa não me for possível.” (DESCARTES, 1973, p.100). “Acredita também que pode haver algum Deus que faz brotar tais pensamentos no mesmo e de contra partida diz que Há algum, não sei qual,enganador muito poderoso e muito ardiloso que emprega toda a sua indústria em engana-me sempre.”(DESCARTES, 1973, p.100).
Descartes questionava o que era ser, uma hora pensava que era um homem, mais questionava o que era o homem. Em contra partida o considerava como “só rosto, mãos, braços, e toda essa maquina compostas de ossos e carne, tal como ela parece em um cadáver.” (DESCARTES, 1973, p.101). Pensava em atributos que a alma tinha, e logo deduziu que:
Os primeiros são alimentar-me e caminhar; mas, se é verdade que não possuo corpo algum, é verdade também que não possuo nem caminhar nem alimentar-me. Um outro é sentir; mas não se pode também sentir sem o corpo; além do que, pensei sentir outrora muitas coisas, durante o sono, as quais reconheci, ao despertar, não ter sentido afetivamente. Um outro é pensar; e verifico aqui que o pensamento é um atributo que me pertence; só ele não pode ser separado de mim. Eu sou eu existo. (DESCARTES, 1973, p.101 - 102).
Descartes entra em contradição ao decorrer dessa meditação diversas vezes, em relação o que ele é, mas uma hora chega ao ponto de dizer que é uma coisa que pensa. Enfim, ele se encerra dizendo que:
Só concebemos os corpos pela faculdade de entender em nós existentes e não pela imaginação em pelos sentidos, e que não os conhecemos pelo fato de o ver ou de tocá-las, mas somente por concebê-lo pelo pensamento, reconheço com evidencia que nada há que seja mais fácil de conhecer do que meu espirito. (DESCARTES, 1973, p.106)
3.1 De deus se ele existe
Descartes em sua terceira meditação está certo que é um ser pensante, e acredita ter relatado até agora tudo que sabe verdadeiramente. Ele diz que: “E, por certo, posto que não tenho nenhuma razão de acreditar que haja algum Deus que seja enganador, e mesmo que não tenha ainda considerado aquelas que provam que há um Deus, a razão de duvidar que depende somente desta opinião é bem frágil e por assim dizer, metafisica! (DESCARTES, 1973, p.108)
E quanto mais longa e cuidadosamente examino todas estas coisas, tanto mais clara e distintamente reconheço que elas são verdadeiras. Mas enfim, que concluirei de tudo isso? Concluirei que, se a realidade objetiva de alguma de minhas ideia e tal que eu reconheço claramente que ela não está em mim nem formal nem eminentemente e que, por conseguinte, não posso, eu mesmo, ser-lhe a causa, dai decorre necessariamente que não existo sozinho no mundo, mas que há ainda algo que existe e que é a causa desta ideia; ao passo que, se não se encontrarem mim tal ideia, não terei nenhum argumento que me possa convencer e me certificar da existência de qualquer outra coisa além de mim mesmo. (DESCARTES, 1973, p. 113).
Descartes ao longo de meditação transparece sua certeza da existência de Deus, mas não deixa de por em duvida tal afirmação. “A ideia , digo, de esse ser soberanamente perfeito e infinito é inteiramente verdadeira; pois, ainda que talvez se possa fingir que tal ser não existe, não se pode fingir, todavia, que sai ideia não representa nada de real.” (DESCARTES, 1973, p.116).
Ao longo da meditação Descartes já percebe que seu conhecimento vai aumentando e aprofundando no assunto, e que o mesmo não pode impedir isso. Descarte nessa etapa da meditação já se baseia nas crenças divinas, pensa que tem nele alguma ideia nele, de um Deus, qual quer seja, que causa tais pensamentos e já é soberano á ele, também pensa que devido muitas causas reunidas fazem o leva-lo a esse pensamento.
Neste momento a existência de Deus está muito clara para ele, e o resta examinar de que maneira o mesmo adquiriu tais pensamentos, para ele não foi recebida dos sentidos que possuímos, ou produção do espirito, então Descartes diz que: Não resta outra coisa a dizer senão que, como a ideia de mim mesmo, ela nasceu e foi produzida comigo desde o momento em que foi criado (DESCARTES 1973, p.119/120). Descartes pensa que ao ser criado, Deus em sua infinita inteligência, passou tais pensamentos para o mesmo.
Enfim, para ele quando ele pensa em si próprio, ele pensa em Deus, que para ele é: “Quem depende, possuem em si todas essas grandes coisas a que aspiro e cujas ideias encontram em mim, não indefinidamente, e só em potencia, mas que ele as desfruta de fato, atual e infinitamente e, assim, que ele é Deus.” (DESCARTES, 1973, p. 120).
4.1 Do verdadeiro e do falso
Nessa quarta meditação, Descartes aborda que pensando meditações interiores, pensa como temos dúvidas, e como há coisas de fato concretas e diz: “Agora desviarei sem nenhuma dificuldade meu pensamento da consideração das coisas sensíveis ou imagináveis, para dirigi-lo aquelas que, sendo desprendidas de toda matéria, são puramente inteligíveis” (DESCARTES, 1973, p.124). Ele diz que seria impossível se engando por Deus “posto que em toda fraude e embuste se encontre algum modo de imperfeição” (DESCARTES, 1973, p.125). Em seguida ver em si mesmo capacidade de julgar, e outras coisas que ele possui que acredita ser uma coisa que veio do criador, Deus, e pensa que jamais poderia falhar ao usar tais coisas. Quando o mesmo pensa em Deus não ver em si nenhuma causa de erro ou de falsidade, mas também vem a si próprio uma porção de possibilidades de que possa sim ocorrer de errar.
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