O Dever Moral e os Imperativos Kantianos
Por: EmilyNatyelle • 4/10/2016 • Relatório de pesquisa • 3.059 Palavras (13 Páginas) • 354 Visualizações
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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
COORDENAÇÃO DE EDIFICAÇÕES
LEGISLAÇÃO
DEVER MORAL E OS IMPERATIVOS KANTIANOS
Belo Horizonte/MG
Agosto/2016
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO
2. O DEVER MORAL KANTIANO
2.1 OS MOTIVOS E AS CONSEQUÊNCIAS DAS AÇÕES: EM QUE É BASEADA UMA AÇÃO MORAL?
2.2 A RELIGIÃO E O DEVER MORAL
2.3 O SENTIMENTO E O DEVER MORAL
2.4 A INTENÇÃO E O DEVER MORAL
2.5 AS MÁXIMAS UNIVERSALIZÁVEIS
2.6 O QUE É UMA AÇÃO POR DEVER
3. OS IMPERATIVOS KANTIANOS
4. O DIREITO PARA KANT
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
6. REFERÊNCIAS
- INTRODUÇÃO
Immanuel Kant, nascido em Königsberg, no dia 22 de abril de 1724, e falecido na mesma cidade, no dia 12 de fevereiro de 1804, foi um importante filósofo prussiano e é considerado um dos principais pensadores da era moderna. Filho de um pequeno artesão, Kant passou toda a sua vida em sua pequena cidade natal.
Com relação à sua formação acadêmica e sua vida profissional, o filósofo estudou no Colégio Fredericianum e na Universidade de Königsberg, tendo se doutorado em filosofia em 1755. Trabalhou por alguns anos como preceptor para filhos de famílias abastadas, e depois passou a dar aulas privadas na universidade. Em 1770, tornou-se catedrático em matemática e lógica na Universidade de Königsberg.
Conhecido por ser um homem extremamente metódico e por sua saúde frágil, Kant não se casou e nem teve filhos, tendo dedicado toda sua vida à elaboração de suas obras, que tiveram grande influência e importância na história da filosofia. Os estudos de Kant abrangem diversos assuntos, e dentre eles destacam-se suas obras sobre a antropologia e suas três grandes críticas: a “Crítica da Razão Pura”, publicada em 1781 e responsável pelo início do idealismo alemão, em que o filósofo tenta responder uma das grandes questões da filosofia: “Que podemos saber?”, distinguindo nessa obra o conhecimento empírico, relacionado às percepções do sentido, do conhecimento puro, independente dos sentidos e da experiência, sendo a priori e universal; a “Crítica da Razão Prática”, publicada em 1788, em que discute acerca dos princípios e características de uma ação moral, da interação entre as ações humanas e da conquista da felicidade; e a “Crítica da Faculdade de Juízo”, publicada em 1790, em que expõe o conceito de juízo estético. Além destes, os escritos de Kant sobre assuntos religiosos também merecem grande destaque e atenção.
Apesar de toda essa variedade no que diz respeito às contribuições de Kant para a filosofia, o foco do presente trabalho serão seus estudos e conclusões acerca do dever moral e seus imperativos. O conceito de dever moral kantiano é extremamente interessante pelas suas características universais, que permitem a qualquer ser racional a prática de ações morais. Dessa forma, a partir da sua razão, todo indivíduo seria capaz de escolher a coisa certa a ser feita conforme e pelo seu dever moral.
- O DEVER MORAL KANTIANO
Immanuel Kant, dentre seus diversos estudos, ocupou-se também do problema da moral. Para entender o conceito kantiano de dever moral, deve-se levar em consideração que, para o filósofo, o que difere o ser humano dos outros animais é sua capacidade de reflexão sobre suas escolhas. Nesse sentido, os homens não agem somente por instinto, mas também pela razão.
Tendo-se como base essa capacidade de escolha das pessoas com relação às suas atitudes, Kant formulou uma concepção de dever moral que o torna praticável por todo e qualquer indivíduo dotado de razão, além de tê-lo tornado também algo universal. Para tanto, afastou desse conceito de moralidade a influência de variáveis como as consequências das ações, sua relação com a religião, o sentimento dos indivíduos quanto à sua execução e suas intenções ao praticá-las, além de ter feito necessário que só se agisse com base em ações que pudessem ser aplicadas a todo e qualquer indivíduo em uma dada circunstância.
- OS MOTIVOS E AS CONSEQUÊNCIAS DAS AÇÕES: EM QUE É BASEADA UMA AÇÃO MORAL?
Tratando-se da moral kantiana, o filósofo defende que a moralidade está relacionada aos motivos que levam as pessoas a praticarem suas ações, e não às suas consequências. Nesse sentido, independente das consequências que determinada ação possa ter e sua influência na forma de agir do indivíduo, essa ação só é moral se o motivo que levou ao seu exercício for o cumprimento do dever moral.
Para melhor entendimento dessa ideia, tem-se um conhecido exemplo de Kant em que um comerciante, tendo a oportunidade de cobrar mais caro por um produto ao vendê-lo a uma criança, opta por não fazê-lo por haver a possibilidade de outras pessoas ficarem sabendo de sua atitude e seu comércio ser prejudicado. A partir desse exemplo, pensa-se que o comerciante, não roubando da criança, agiu conforme a moralidade. Entretanto, a ação do comerciante de cobrar o valor normal da criança em si não foi uma ação moral, pois foi pautada na consequência de seu negócio ser afetado, e não na consciência de que é um dever moral seu não enganar aos outros.
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