O ESTADO NA CONCEPÇÃO DE PIERRE BOURDIEU
Por: febueno • 13/9/2018 • Ensaio • 575 Palavras (3 Páginas) • 362 Visualizações
O ESTADO NA CONCEPÇÃO DE PIERRE BOURDIEU
INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem a finalidade de tratar sobre o Livro de Pierre Bourdieu, Sobre o Estado, onde o Estado é o poder simbólico na sua dimensão essencial, de tal modo como sua compreensão de forma de crença, tendo atribuição e o poder de preparar a vida social através de determinações estruturais.
DESENVOLVIMENTO
O livro Sobre o Estado do autor Pierre Bordieu traz textos que permitem analisar e estudar este “objeto impensável”, cujo todos os poderes tiram a sua legitimidade.
Os textos exibem um conjunto de ideias teóricas, recomendações metodológicas, dúvidas, esboços de análises baseadas na experiência e pistas de investigações importantes para as pesquisas atuais sobre questões relacionadas ao Estado moderno.
As principais analises do autor estão na residência da incorporação do poder simbólico como dimensão essencial do Estado. Idealizado como uma forma de crença, ao Estado é dada a função de organizar a vida social através da imposição de estruturas cognitivas. Também é a atividade de se investigar a formação de um setor do campo de poder. Este é assim denominado pelo fato de condicionar o manuseio dos demais campos e intervir no sentido da posição que cada um deles mantém em relação aos demais. De tal modo, a análise feita pelo autor em Sobre o Estado se registra em seu projeto de elaboração de uma teoria geral do espaço social.
O Estado, denominado como um conjunto de agentes e instituições, que exerce a autoridade soberana sobre um agrupamento humano fixado num território e que expressa de forma legítima esse agrupamento é um desejo político. Essa representação dominante do Estado é interpretada pelo autor ao mesmo tempo como condição de sua existência e um de seus efeitos. Ele, O Estado, é definido como produto de uma crença coletiva para a qual contribuem teorias políticas e jurídicas.
Sua análise está na transição do Estado absolutista para o Estado moderno, cuja constituição vai se moldando ao longo dos séculos a partir da separação entre poder político e religioso e da diferenciação entre os poderes.
Para compreender os fundamentos de autoridade e dos mecanismos que promovem o seu reconhecimento, Bourdieu deixa de lado as formulações pensativas e da ênfase a análise de medidas e ações do Estado. Assim, ele retoma pesquisas realizadas sobre o mercado da casa própria na França, especialmente a investigação efetuada sobre uma das comissões criadas - a Comissão Barre - para tratar do assunto.
A comissão, exemplo de uma invenção organizacional, condensa o processo de formação da lógica estatal. O estudo sobre seu funcionamento permite esclarecer o mistério que dota os agentes, atos e efeitos do Estado de seu caráter oficial, público e universal.
A análise desfaz a fantasia do pensamento de Estado ou a crença em um princípio de governo orientado para um bem comum, mas também a do Estado como construção de um aparelho burocrático cuja função seria manter a ordem social.
Ao analisar o argumento do autor constatamos que é na crença organizada, na confiança organizada, que se encontra a chave para se decifrar a lógica de constituição do poder simbólico do Estado.
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