O Fichamento Universidade Para que Darcy ribeiro
Por: Eduarda Albuquerque • 4/5/2023 • Resenha • 891 Palavras (4 Páginas) • 103 Visualizações
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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
GRADUAÇÃO FACULDADE DE DIREITO
DISCIPLINA: INTRODUÇÃO AO DIREITO I
DOCENTE: JOSÉ GERALDO DE SOUSA JÚNIOR
DISCENTE: EDUARDA ALBUQUERQUE RIBEIRO
MATRÍCULA: 231014876
RIBEIRO, Darcy. Universidade para Quê?. Brasília: Editora UnB, 1986
O texto “Universidade para Quê?” trata-se do discurso do antropólogo Darcy Ribeiro durante cerimônia de posse do reitor Cristóvam Buarque ou, como o próprio nomeou, o renascimento da UnB.
Darcy evidencia a importância do nome de cada lugar e mostra como tudo foi pensado, planejado e homenageado. O Auditório dos Dois Candangos, onde Darcy discursa, conta a história de Expedito Xavier Gomes e Gedelmar Marques, dois trabalhadores que acabaram soterrados em um acidente durante a construção da Universidade.
Darcy revive alguns de seus companheiros que estavam presentes durante seu discurso inaugural da Universidade de Brasília e hoje não estão mais presentes em vida, o antropólogo faz questão de manter viva a memória e o agradecimento a eles: João Goulart, Ex-Presidente da República; Hermes Lima, Primeiro-Ministro; Oliveira Brito, Ministro da Educação em 1961; Anísio Texeira, educador e idealizador do modelo pedagógico da UnB; Frei Mateus Rocha, Vice-Reitor e Reitor da Universidade de Brasília; Maurício da Rocha e Silva e Walter Oswaldo Cruz, alguns dos fundadores da UnB; Héron Alencar, um dos escritores dos estatutos da Universidade; Artur Neves, editor; Eduardo Galvão, etnólogo; Fritz Teixeira Sales; Paulo Emílio Sales Gomes e Machado Neto.
Ainda em um cenário saudosista, relembra que o Instituto de Teologia Católica foi o único Instituto censurado e destruído durante a ditadura militar, Darcy afirma que católicos que entendiam suas responsabilidades eram, para eles, piores que comunistas.
Em sua fala, Darcy Ribeiro fala sobre a equipe da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) e sobre a intenção de todos os fundadores de criar não somente uma instituição de ensino clássica, comum, mas sim uma universidade-semente. Os fundadores se viram em um grande desafio: repensar o conceito de Universidade. Se recusavam a aceitar o país sem uma universidade séria. O objetivo da Universidade de Brasília é criar pessoas pensadoras, que tenham domínio do saber humano, que pensam, repensam e polemizam. E foi exatamente isso que a UnB fez desde antes de sua inauguração.
[...] o Brasil não pode passar sem uma universidade que tenha o inteiro domínio do saber humano e que o cultive não como um ato de fruição erudita ou de vaidade acadêmica, mas com o objetivo de, montada nesse saber, pensar o Brasil como um problema. Esta é a tarefa da Universidade de Brasília. Para isso ela foi concebida e criada. Este é o desafio que hoje, agora e sempre ela enfrentará. (RIBEIRO; Darcy, 1985, p. 5)
Darcy evidencia suas lástimas ao chamado Dia da Vergonha, onde duzentos e dez professores, os quais foram escolhidos e trazidos por Darcy, foram removidos da universidade em uma tentativa de invasão. A UnB foi atacada por ser aquilo que nasceu para ser - livre. Ele retoma seu discurso afirmando que após esse período de censura, a UnB deve ter autonomia e liberdade suficiente para repensar-se. Em sua visão sobre utopia, o primeiro reitor deixa claro que a função da utopia não é necessariamente se realizar, mas ordenar uma visão utópica de como espera que seja a UnB com o passar dos anos, para que, assim, seja mantido os propósitos fundadores da instituição e ninguém consiga desfazer essa liberdade e coragem.
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