O “Manifesto do Partido Comunista” de Karl Marx e Friedrich Engels
Por: brendac05 • 4/9/2018 • Trabalho acadêmico • 2.197 Palavras (9 Páginas) • 419 Visualizações
TRABALHO DE TGE
O “Manifesto do Partido Comunista” de Karl Marx e Friedrich Engels
“Tudo quanto Tocqueville assim denunciava dramaticamente: a discussão do direito de propriedade; as singulares doutrinas atacando a própria sociedade, até em seus fundamentos econômicos; as idéias ambiciosas ou loucas, visando a transformação do mundo – tudo isso se resumia numa palavra, apavorante para uns, mágica e plena de esperança para outros: socialismo. Uma variante do socialismo trazia um nome ainda mais apavorante ou mágico: comunismo.”
Socialismo e Comunismo:
Socialismo:
O socialismo tem uma longínqua raiz na eterna luta entre os ricos e os pobres, os que têm e os que não têm, na eterna reivindicação igualitária, no espírito “coletivista”.
Já individualismo possuía como bases a propriedade particular dos meios de produção; o lucro pessoal com exclusivo móvel da produção das riquezas; a livre concorrência ou livre jogo da lei da oferta e da procura, rejeitando toda intervenção do estado político. Eis que tais bases são novamente discutidas, submetidas a uma critica mais ou menos metódica, feita do ponto de vista dos interesses da classe industrial oprimida e explorada: o proletariado. Alguns pensadores marcaram essa vertente, antes de 1848:
Saint Simon: o governo é algo secundário, pura fachada – o que vale é a produção de todos os bens necessários à felicidade do homem, e a organização de tal produção. Pensador Utópico.
Fourier: é um simples empregado de comércio que quer criar pelo falanstério um novo meio social, propicio ao livre desenvolvimento do homem. Critica a indústria, suas crises de pletora ou superprodução, sua anarquia econômica, sua pseudo livre concorrência. Pensador Utópico.
Owen: o capitalismo, com suas duas pilastras (lucro e livre concorrência) não lhe parece conforme a ordem natural. Deve ser substituído por um sistema de produção em comum, cooperativo, fundado sobre a associação dos produtores, que criará um meio social conforme a ordem natural. Pensador Utópico.
Louis Blanc: propõe a oficina social, agrupando os operários do mesmo ofício; mas, diversamente de Fourier e Owen (pensadores utópicos), apela ao Estado para financiar a oficina, para regulamentá-la e regularizar-lhe a produção. O Estado será o banqueiro dos pobres, fornecendo-lhes instrumentos de trabalho.
Proudhon: o autor faz questão de separar-se violentamente dos socialistas que o precedem – “o socialismo nada é, nada foi, nada será jamais”. É um erro querer destruir ou mesmo restringir as forças econômicas existentes. É preciso “compensar” umas com as outras, equilibrá-las, sem matar a liberdade, força econômica por excelência.
Comunismo:
O socialismo amedrontava os burgueses; era, contudo, um movimento relativamente burguês em relação ao comunismo, movimento operário por essência.
Essa palavra (comunismo) ressaltava a ação de tornar comuns os bens; evocava uma tendência à ação proletária, direta e brutal, contra a ordem social existente; designava em geral o “socialismo dos operários”.
O comunismo censurava ao socialismo por ser “admitido nos salões”, por ser no fundo mais cioso de reparar o antigo edifício capitalista e de encobrir as suas falhas, do que de abatê-lo em proveito de um mundo novo.
Marx e Engels:
Foram os pensadores responsáveis pela criação, em um primeiro momento, do materialismo dialético.
Acreditavam que a emancipação dos operários deve ser obra prima da classe operária e, por esse motivo, declaravam-se comunistas, vendo no socialismo um movimento burguês.
“Não somos negociantes de sistemas. Não somos comunistas que pretendem realizar tudo pelo amor. Não somos comunistas que pregam desde já a paz perpétua, enquanto por toda parte se armam os nossos adversários para o combate. Não somos comunistas que julgam possível, logo após um combate vitoriosamente sustentado, introduzir-se como que por encanto a comunidade dos bens. Não somos comunistas que querem aniquilar a liberdade pessoal e fazer do mundo uma grande caserna ou uma grane oficina”. (Trecho da primeira e única edição da Revista Comunista, escrita pela Liga dos Comunistas, liderada por Marx e Engels).
Plano do “Manifesto”:
“É que a produção econômica e a organização social que dela resulta necessariamente para cada época da historia constituem a base da história política e intelectual dessa época; que, por conseguinte, toda a história tem sido uma historia de lutas de classes, de lutas entre classes exploradas e classes exploradoras, entre classes dirigidas e classes dirigentes, os diversos estádios da evolução social; mas que essa luta chegou presentemente a uma fase em que a classe explorada e oprimida (o proletariado) não pode mais se libertar da classe que a explora e oprime (a burguesia), sem libertar, ao mesmo tempo e para todo o sempre, da exploração, opressão e lutas de classes, a sociedade inteira.”
O plano é bem simples, constituído de quatro partes. A primeira intitulada “Burgueses e Proletários” é um grandioso afresco de filosofia da história; é o núcleo do Manifestp, sua parte vital.
A segunda parte, intitulada “Proletários e Comunistas”, explica a posição dos comunistas em relação ao conjunto dos proletários, repelindo as censuras feitas ao comunismo pela “burguesia”.
Sob o título “Literatura Socialista e Comunista”, a terceira parte passa sarcasticamente em revista as diversas formas, “reacionários” ou feudais, “de pequena burguesia”, “conservadoras” ou “burguesas”, “critico-utópicas”, do movimento social da época.
A quarta parte, brevíssima, esclarece a posição dos comunistas em face dos outros partidos da oposição.
Materialismo Dialético e Materialismo Histórico:
Materialismo: o mundo material, perceptível pelos sentidos, é a única realidade; fora dele nada existia; os seres superiores, criados pela imaginação religiosa dos homens, eram apenas “o reflexo fantástico” de seu próprio ser. A consciência e o pensamento do homem, por transcendentes que parecessem, eram apenas produtos de um órgão material, corporal: o cérebro.
Materialismo Dialético: nesse sentido, Marx e Engels conservaram o método de investigação e de conhecimento, a dialética hegeliana. O método dialético estudava as coisas enquanto “processo”,
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