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O Retorno do Teológico Político

Por:   •  14/6/2016  •  Pesquisas Acadêmicas  •  1.017 Palavras (5 Páginas)  •  419 Visualizações

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O retorno do teológico-político – págs: 21 a 29.

Marilena Chaui

 Marilena começa citando Espinosa, um filosofo do século XVII, tentando dar, ou trazer a tona um sentido para por que de o homem com medo cria uma superstição para culpar ou beneficiar suas ações. Espinosa cita que o homem não tem domínio de suas ações, e se tivesse, a existência do sobrenatural seria dispensada. O sobrenatural leva a religião e coloca o homem em uma espécie de conforto, para ter a quem culpar e a quem agradecer caso algum mal ou bem lhe ocorra, o homem sempre acha conforto na religião, nessa busca ao sobrenatural, diz Espinosa. Para o homem ter a mínima esperança, do homem não sentir medo, ele cria a ilusão do sobrenatural e viabiliza sua crença em um poder sobrenatural que hora lhe é proveitoso hora lhe é árduo e pesado.

 O homem acredita que a criação do sobrenatural pode trazer a ele o conforto de explicar aquilo que a razão não pode, logo se este se encontra sem explicação para um acontecimento de fato racional como uma luz surgindo no horizonte todas as manhãs e sumindo em outro horizonte todos os finais de um dia ele acredita que algo move aquela luz ou que a luz se move sozinha, o argumento de Espinosa sobre tal fato seria que racionalmente, a luz que nasce seria o sol que é uma estrela de gás no espaço, mas para o homem o conveniente seria dizer que algo sustenta aquela luz, como um deus, ou algo parecido, levando este, a conspiração do sobrenatural para explicação de algo natural.

 Espinosa prosseguindo sobre o medo do homem, propõe três conclusões do por que o medo faz o homem criar a superstição sobrenatural. Os homens na primeira conclusão, são supersticiosos sobre a divindade emanada da superstição, logo entram na ignorância quando tornam a superstição a causa da ignorância sobre a divindade criada a partir da superstição.

Já na segunda, a superstição não deve ser constante, tendo em vista que cada individuo sente medo e esperança de formas diferentes, mudando assim o que seria o fim tanto do temor tanto da esperança. E a terceira conclusão é a mais conclusiva, o homem só cria a superstição por temer a ele mesmo, suprime então suas vontades e desejos em valor da superstição e não deixa o sentimento mais forte sobressair a superstição, como criando um porque de suas ações.

 Espinosa acredita que os homens não se mantem muito tempo em uma superstição, por isso se essa superstição for tomada e “proclamada” para controle daqueles que a tem como verdade, esta superstição tem de ser muito bem estruturada como a religião, que em sua forma toma o medo como algo passageiro e que o melhor vira depois de todos os medos aqui passados.  

 Espinosa ainda acrescenta como a religião monoteísta é mais eficaz, por manter um maior controle, fazendo seus fiéis acreditarem “fielmente” nas palavras proferidas por aqueles designados por seu deus para proferirem tais palavras. Ela se faz mais eficaz quando esse deus revela sua vontade e faz com que seus fieis sigam essa sua vontade e diga a eles como devem agir e ser, sendo muito mais forte se tiver escolhidos estes profetas para dirigir a vontade divina a seus fieis. Sendo a profecia, o guia fundamental da religião provinda da superstição, regendo essa seus governantes aqui na terra e regendo suas leis para o controle de cada individuo.

 Continuando com Espinosa, este cita  interpretação do texto sagrado como o vinculo para saber qual a vontade do livro sagrado dirigido por um deus. Logo o teólogo que tem o dever da interpretação que foi dirigida por um profeta ao povo, é quem vai interpreta-la para transmitir ao povo da melhor forma, para manter o controle.

 A teologia pode ser perigosa, pois para Espinosa, pode ser usada de livre e espontânea forma de interpretação, sendo assim controlada por aqueles que a interpretam e a dão forma. Sendo de forma livre interpretadas, os homens ficam à mercê de seus governantes, tanto terrenos como divinos, aceitando assim suas condições por temor.

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