O Tráfico de Drogas e o Racismo

O artigo referido tem por objetivo traçar uma analise a respeito da repressão que é exercida pelo amplo varejo relacionado ao tráfico de drogas, o partir; tomando como base o conceito de Racismo de Estado formulado pelo filósofo Michel Foucault. Uma vez que as práticas de repressão ao tráfico são legitimadas por ações de um contexto geopolítico com bases de apoio em comunidades de moradias desassistidas de políticas públicas e sociais.

Observando o contexto histórico e econômico-social do tráfico de drogas, a opção individual de adesão a esta atividade ilícita muitas vezes é vista como uma prática de ascensão econômica, o tráfico revela-se como um fenômeno de aliciamento, os indivíduos envolvidos conhecem outros e dessa forma acontece, até mesmo crianças, porém estas iniciam o trabalho em níveis hierárquicos mais baixos com a possibilidade de um retorno financeiro rápido e cada vez maior.

Analisando o conceito das comunidades de moradia, nota-se uma exclusão social também acompanhada de uma exclusão de cidadania, posto que o Estado, detém o papel de garantidor do bem-estar social, e caso este papel tenha algum déficit de desenvolvimento este pode ser um fator que acarreta uma exclusão social, na qual o individuo pode se encontrar sem proteção e acesso aos seus direitos básicos de cidadãos. Somando os fatos tem-se a sedução consumista que, independente do poder de aquisição do indivíduo, cria uma urgência de posse como sinônimo de sucesso, o que desencadeia uma ilusão de poder e reconhecimento, derivados do que se é capaz de adquirir; e, é neste ambiente fértil, que o tráfico de drogas, mostra-se como uma atividade econômica, apresentada como uma oportunidade de inclusão na ordem capitalista, de uma maneira ilícita e moralmente questionada pela sociedade.

O modo de funcionamento do tráfico de drogas, dentro da marginalidade, pode assumir características peculiares, apesar de seguirem suas próprias premissas da administração, que pode ser comparada a produção e vendas adotadas por grandes empresas legalmente. Apesar de ser um modo de vida por vezes perverso, é uma opção de muitos que visam uma boa estruturação financeira, embora tenham que enfeitar todo o risco.

É notório que, no contexto histórico-econômico atual do Brasil, existe uma grande demanda de desempregos e trabalhos com condições precárias, além do fato do pais ser regido por uma ordem econômica que exclui do mercado de trabalho parte da população os quais são ditos como mão de obra não capacitada, essa camada por muitas vezes não atua também como compradores em potencial. Parafraseando, as pessoas não são tem formação capacitada para o emprego, assim, acabando por ficares desempregadas ou recorrem a trabalhos com condições precárias, os produtos de consumo atingem preços elevados que não são condizentes ao salário da maioria da população; dessa forma é possível notar uma situação de exclusão social com dimensões estruturais, pois apesar do contexto ser nacional estes fatos se referem a uma crise de contextualização mundial, na qual o social se torna submetido ao capital.

Enquanto, o documentário Notícias de uma guerra particular de origem brasileira; apresenta o cotidiano social a respeito da realidade da comunidade Santa Marta, localizada no Rio de Janeiro, neste é possível separar as informações da comunidade em dois