O precesso
Por: Paulo Garcia • 14/4/2015 • Projeto de pesquisa • 738 Palavras (3 Páginas) • 268 Visualizações
[pic 1] | PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO - FACULDADE DE DIREITO |
FICHAMENTO: Uma Analise sobre o filme "O Processo" - obra literária de Franz Kafka
[Paulo Consoni Garcia]
3º Termo - Direito
Turma MF3
Disciplina Filosofia do Direito
Prof. Lafayette Pozzoli
2015
O presente trabalho analisa a obra de Franz Kafka reproduzida cinematograficamente por Orson Welles em 1962. O filme, O Processo, retrata a história de Josef K. um funcionário de um banco que é autuado em um processo injustamente, retratando de maneira literária a crítica a arbitrariedade do poder judiciário, esgarçando as falhas que o sistema compõe em seu ordenamento. No contexto da obra, o personagem Josef K. no inicio é acusado e supostamente detido injustamente. Porém, todos à sua volta passam a desconfiar dele e colocar suas confianças a prova. Assim enfrenta a burocracia desse sistema provocante e ludibriador. Começa a sua peregrinação na busca do juiz que o condenou, do alto tribunal que não se prontifica a chamá-lo, fazendo-o esperar, como os outros acusados, e, busca também, ter clareza de sua acusação do qual é julgado.
O surrealismo presente da obra se vincula em paralelo a parábola "Diante da Lei" que destaca a dificuldade que tem o cidadão comum para ter acesso ao Poder Judiciário, mesmo compreendendo em princípio que tem o direito a seu acesso. Tal dificuldade é representada pela figura do porteiro que estava diante da lei. E a inocência do homem do campo, a representação da sensibilidade epistemológica que o cidadão de direito tem em relação à burocracia do sistema judiciário, que impõem àquele, soluções injustas, morosas, meândricas e pragmáticas. Trata-se da corrupção do sistema que deixa de buscar a verdade e fica a serviço de fins utilitaristas, ao prazer de poucos e a ignorância de muitos.
O porteiro representa a ingenuidade daqueles que trabalham para o funcionamento do sistema jurídico, do qual como cidadãos de direito, também o representa. Sendo apenas uma engrenagem, que segue ordens superiores, não tendo o direito de possuir senso crítico ou tomar partido axiológico sobre as situações das quais é imposto a fazer, engordurados pela graxa espessa da hierarquia que o imprime a seguir um mesmo movimento, sem tomar partido ou consciência da ação. Um "cão de guarda" que não conhece o interior da lei, mas somente a sua porta de acesso.
Durante a obra se observa que os conflitos vivenciados pelo protagonista são submetidos sobre uma relação de poder de um homem para outro, de maneira irracional dentro dos ditames do sistema. A alienação é a consequência do excesso burocrático da racionalização, que é demonstrada pela instabilidade psicológica do personagem na dramaturgia. Este protagonista é um personagem esférico que demonstra suas digressões emocionais através do medo, da desorientação, da coação, da fragilidade, da culpa e do sofrimento. A perda da autonomia civil ao ser acusado injustamente sem a possibilidade de defesa. O incomodo de não compreender a realidade do que foi acusado, e aproximação com os absurdos que vivencia de uma realidade que beira a loucura, a insensatez e a subordinação.
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