O uso de animais em pesquisas científicas
Por: ronaldoluizs • 4/10/2018 • Pesquisas Acadêmicas • 559 Palavras (3 Páginas) • 358 Visualizações
O uso de animais em pesquisas científicas
O uso de animais em pesquisas científicas e para fins comerciais é uma questão que vem sendo discutida atualmente por ser muito polêmica. Em 2008, foi promulgada uma lei para regulamentar o uso de animais em procedimentos científicos e experimentais chamada Lei Arouca (Lei 11.794 de 2008). Essa lei define parâmetros para o uso de animais, bem como cria o Conselho Nacional de Controle e Experimentação Animal (CONCEA) e as Comissões de Ética no Uso de Animais (Ceuas). Para realização de experimentos com animais deve-se submeter o pedido aos comitês de ética e só poderão ser realizados, se for aprovado.
De um lado, as pessoas que são contrárias a essa prática e do outro os cientistas que defendem a necessidade do uso dos animais em procedimentos científicos.
Os protetores dos animais afirmam que referidas práticas causam sofrimento, independente de qual seja o animal, que essa prática é uma forma de exploração e alegam também que o resultado obtido em animais não humanos nem sempre são os mesmos obtidos em humanos. Já os argumentos usados pelos cientistas são os de que os testes em animais não humanos são submetidos a comitês de ética e existem regras que protegem o bem-estar destes animais; que os testes feitos em animais não humanos beneficiam eles próprios, pois são desenvolvidas vacinas e medicamentos veterinários; e principalmente que não há como substituir o animal não humano em todos os testes, mas sempre que um método alternativo tiver sua eficácia comprovada, deverá ser substituído.
Um caso que ficou famoso no Brasil foi a invasão de um laboratório que realizava testes em animais e estava sendo acusado de maus tratos.
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Este fato trouxe à tona mais uma vez o debate sobre a possibilidade de utilizar métodos alternativos em testes científicos em vez dos animais não humanos. De acordo com a pesquisadora da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP, Silvana Gorniak,
a decisão de usar bichos em suas pesquisas não é simples — nenhum pesquisador faz isso porque gosta. Ademais, esse tipo de estudo é muito caro, pois o custo das cobaias animais eleva em muito o preço dos experimentos. Por isso, há décadas, laboratórios de todo o mundo procuram por métodos alternativos. Nos últimos anos surgiram novas técnicas de cultura celular e modelos de computador, capazes de substituir os animais em algumas pesquisas, mas não todas.[2]
Já o médico Ray Greek, afirma que “não só é desnecessário o uso de animais em pesquisas científicas, como esta opção poderia até atrasar o avanço da ciência.”[3]
Logo após a invasão ao laboratório de pesquisa em São Roque, uma pesquisa foi realizada pelo instituto Datafolha em 2014 sobre o uso de animais não humanos em pesquisas e revelou que 41% dos brasileiros discorda plenamente dessa prática, enquanto que 36% concordam plenamente e os outros 18% concordam apenas parcialmente.[4]
Observa-se atualmente que de uma forma geral, a população não aprova os experimentos com animais por considerar que essa prática fere a sua integridade física, e concomitante a isso, a comunidade cientifica vem tentando encontrar métodos alternativos ao uso de animais, no entanto, ainda não há como excluir totalmente essa prática tendo em vista a necessidade de descobrir cura para determinadas doenças, testar a eficácia de medicamentos e vacinas importantes para o desenvolvimento do ser humano.
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