O Ócio Criativo
Por: IvanildaN • 14/5/2018 • Trabalho acadêmico • 630 Palavras (3 Páginas) • 182 Visualizações
ÓCIO CRIATIVO
Domenico de Masi é responsável pela criação da idéia de Ócio Criativo, que consiste num bem-estar e libertação que proporciona a felicidade e a produção do desenvolvimento criativo e intelectual.
O conceito de Ócio Criativo foi desenvolvido em resposta à sua insatisfação diante da centralização da importância do trabalho e da competitividade e discorre sobre o assunto de sua tese em entrevista concedida à Gazeta Mercantil.
Em seus livros, Masi afirma que o mundo vive hoje uma era pós-industrial e que a tecnologia e as máquinas substituem a maior parte dos trabalhos antes realizados pelo homem através de esforços físicos e que, por esta razão resta o desenvolvimento do trabalho intelectual criativo.
Afirma ainda que atualmente há que se destacar duas situações importantes geo-politicamente: a primeira é que o mundo modificou sua forma de divisão, sendo agora dividido em três grandes grupos, os dos países desenvolvidos, o dos países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil, e o do países subdesenvolvidos, que se sujeitam politica e economicamente aos outros países. Há também uma transformação a ser observada em alguns países sobretudo do bloco dos países em desenvolvimento, que é a formação de uma situação anômala, um tanto suis generis, que é a convivência de realidades sociais extremamente diferentes, como no caso da china, que em 2005 um operário custa 24 vezes a menos que um operário em Nova York, e já um engenheiro custa uma vez e meia a mais que um engenheiro de Nova York.
Diante dessas transformações e evolução de automação tecnológica, Masi conclui que, se por um lado, quando a automação atingiu o campo da agricultura, a mão-de-obra passou para o campo da indústria, com trabalhos de montagem de peças e manutenção de máquinas; quando a automação atingiu o setor industrial, a mão-de-obra passou a ser voltada para o comércio, e quando por sua vez a automação passou para o comércio, a mão-de-obra se voltou para o setor de telecomunicação e após isso, finalmente, a mão-de-obra passa a ser votada para o campo reflexivo e de formação de profissionais voltados a cultura, bem-estar e trabalhos de formação mais intelectual, como os jornalistas, advogados, professores, artistas, etc.
Porém, em que pese ser importante o desenvolvimento intelectual e criativo, Masi destaca que é muito mais fácil explorar um trabalhador intelectual, que muitas vezes é um autônomo, do que explorar um operário, que geralmente é sindicalizado, coeso, organizado e possui uma luta histórica por reconhecimento. E completa afirmando que a exploração só se finda com a luta da classe, quando a classe se organiza e se rebela.
Comentando sobre o mercado competitivo e a globalização, Masi aduz que, enquanto à época de Karl Marx o operário tinha como inimigo o patrão, hoje tem como inimigo não só seu patrão, na lógica de sistema capitalista, como também possui como inimigo a concorrência que vem de todos os lados, inclusive de outros países. O patronato na percebeu a mudança nas relações de consumo e ganha mais ainda em cima disso, reta os trabalhadores perceberem, se organizarem e exigirem o reconhecimento justo e proporcional de seu trabalho.
No entanto, Masi deixa claro que devemos ter consciência de que o trabalhonão é nem deve ser tudo, porém crescemos sendo ensinados a trabalhar, seja no seio familiar, na escola, faculdade, mais ninguém nos encina a “ociar”. Nos países mais desenvolvidos, tem-se mais pessoas exercendo trabalhos mais prazerosos, porém isto depende muito da liberdade que se tem de da auto-determinação. Por esta razão, Masi defende a redistribuição de renda para equacionar as relações sociais e aumentar o bem-estar da sociedade e completa afirmando que o Brasil possui quatro importantes desafios: dividir melhor a riqueza, o trabalho, o saber e o poder. Masi diz que o Brasil é o único país do mundo que possui todos os elementos para ser feliz.
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