OS GÊNEROS TEXTUAIS ACADÊMICOS
Por: Claudiomar Cardoso • 11/6/2019 • Trabalho acadêmico • 2.163 Palavras (9 Páginas) • 279 Visualizações
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
Curso de Graduação: Bacharel em Direito
Claudiomar Vieira Cardoso.
Mauro Marciano de Oliveira.
Metodologia do Trabalho Científico:
Gêneros Textuais Acadêmicos
Belo Horizonte 2019
A importância da pesquisa na universidade.
O ensino jurídico vem atravessando mais uma grande modificação estrutural, talvez a maior na história do ensino superior no Brasil, o que vem provocando debates mais que salutares. Embora se venha escrevendo copiosamente sobre metodologia de pesquisa no Brasil, o direito tem sido sistematicamente esquecido. A pesquisa jurídica é das mais atrasadas do país e os investimentos governamentais na área são irrisórios, nada obstante ser direito um dos cursos superiores mais importantes e procurados pelos egressos do segundo grau no país . Este fenômeno deve-se a diversos fatores, tais como a profissionalização (e mesmo proletarização) da profissão, mercantilismo nos cursos jurídicos privados, omissão do Estado e da sociedade, sem falar nas duradouras consequências do esvaziamento qualitativo do corpo docente jurídico levado a efeito pelo governo militar que se estendeu desde 1964. Apesar de sua importância, não cabe aqui considerar essas causas.
Além da ignorância sobre como pesquisar e como apresentar os resultados de suas pesquisas, os juristas estão em geral tão envolvidos com problemas práticos do dia-a-dia que não têm tempo para estudos mais aprofundados. A pesquisa toma tempo, exige grande dedicação e as recompensas imediatas são parcas, ainda que seu resultado, o saber, seja extremamente útil no tratamento de problemas práticos do dia-a-dia.
Conforme relata Johnny José Mafra em seu livro "Ler e Tomar Notas" A atividade universitária não pode viver estancada, a espera de leis e decretos que programem sua evolução. A universidade e autoajustável e autorreformável. Este incremento à pesquisa, com a consequente oportunidade de divulgação, permitiu a introdução no ensino universitário de disciplinas como "Técnicas de comunicação científica" ou "Metodologia Científica", com vistas a tornar as técnicas da pesquisa familiares a professores e alunos.
Formação do Pesquisador
A formação do pesquisador segue um processo contínuo, desde o inicio de sua vida escolar até a realização das suas mais altas experiências. De fato uma pesquisa não parte do nada, mas de um dado objetivo e conhecido, em torno do qual se situam problemas que devem ser esclarecidos. Alguns requisitos são essenciais para formação do pesquisador, podemos destacar alguns deles sendo:
a) Competência a respeito do assunto da pesquisa. Considero umas das mais importantes, pois é de fato essencial a busca pelo conhecimento, a descoberta de novas experiências, a ponto de esclarecer fatos e pontos obscuros em um determinado assunto ainda não explorado ou pouco explorado.
b) Domínio dos instrumentos da pesquisa.
E importante conhecer o processo de planejamento em pesquisas de campo, levantamento correto de dados, de modo a conseguir uma análise correta e concreta da realidade observada, caso seja um pesquisa experimental o pesquisador deverá ter uma formação suficiente e adequada a poder lhe da com tal situação.
c) Formação linguística e domínio da leitura.
O texto científico é o que identifica o pesquisador frente à comunidade científica na qual atua, ou seja, é aquilo que lhe provê uma identidade perante o grupo. Um pesquisador, para ser considerado pela comunidade científica, precisa demonstrar conhecimento de causa, conhecimento da área e desenvoltura no assunto tratado, bem como trazer, no interior do próprio artigo, indicações de sua própria relevância para a área com a qual pretende colaborar.
Formação do Pesquisador
Entende-se por trabalho cientifico a pesquisa executada em todas as suas etapas, para apresentação de um resultado em forma de texto. Também podemos dizer que o trabalho científico é materialização da atividade executada cientificamente, ou seja, a investigação, o tratamento das questões abordadas metodologicamente.
Podemos destacar três modalidades básicas de pesquisa, uma vez que essa investigação pode ser feita: bibliograficamente, documentalmente e de campo, como exemplificaremos abaixo:
a) Pesquisa de campo:
Esse tipo de pesquisa vai muito além da observação dos fatos, fenômenos e faz uma coleta do que ocorre na realidade a ser pesquisada. Depois disso, elas são analisadas e seus dados são interpretados com base em uma fundamentação teórica sólida com o desígnio de elucidar o problema pesquisado.
b) Pesquisa bibliográfica:
A pesquisa em documentos e livros chama-se comumente pesquisa bibliográfica, "se utiliza de fontes, isto é, documentos escritos originais primários. O documento como fonte de pesquisa pode ser escrito e não escrito, tais como filmes, vídeos, slides, fotografias ou pôsteres. Esses documentos são utilizados como fontes de informações, indicações e esclarecimentos que trazem seu conteúdo para elucidar determinadas questões e servir de prova para outras, de acordo com o interesse do pesquisador (FIGUEIREDO, 2007). Tendo em vista essa dimensão fica claro existir diferenças entre pesquisa documental e pesquisa bibliográfica.
Oliveira (2007) faz uma importante distinção entre essas modalidades de pesquisa. Para essa autora a pesquisa bibliográfica é uma modalidade de estudo e análise de documentos de domínio científico tais como livros, periódicos, enciclopédias, ensaios críticos, dicionários e artigos científicos. Como característica diferenciadora ela pontua que é um tipo de “estudo direto em fontes científicas, sem precisar recorrer diretamente aos fatos/fenômenos da realidade empírica” (p. 69). Argumenta que a principal finalidade da pesquisa bibliográfica é proporcionar aos pesquisadores e pesquisadoras o contato direto com obras, artigos ou documentos que tratem do tema em estudo: “o mais importante para quem faz opção pela pesquisa bibliográfica é ter a certeza de que as fontes a serem pesquisadas já são reconhecidamente do domínio científico” (p. 69).
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