OS MOVIMENTOS E MANIFESTAÇÕES SOCIAIS
Por: DaiBarbo • 12/4/2019 • Trabalho acadêmico • 1.769 Palavras (8 Páginas) • 192 Visualizações
UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA
DIREITO
FILOSOFIA JURIDICA
MOVIMENTOS E MANIFESTAÇÕES SOCIAIS
(MANIFESTAÇÕES E REFORMAS)
Introdução
As manifestações da forma como se tem acompanhado nos últimos meses no Brasil, expressa uma reação de caráter publico, onde os manifestantes se organizam com objetivo de terem suas opiniões e reivindicações ouvidas de forma a influenciar as politicas de governo. E é justamente neste contexto, que se verifica o aspecto das reformas, necessárias que também é tema desta pesquisa acadêmica.
Carlos Melo, cientista politico em entrevista ao programa painel do globo News, entende que este clamor popular propiciou um momento privilegiado para repensar a estrutura politica brasileira, esta que, há tempos apresenta sinais de desgaste, e que o sistema representativo brasileiro não cumpre seu papel.
Nesta perspectiva, a pesquisa apresenta uma breve discussão teórica que articula as manifestações coletivas dos movimentos sociais.
1 - Manifestações e Reformas.
Moisés Farah Jr., economista e professor de mestrado (UTFPR) em seu artigo: MANIFESTAÇÕES NO BRASIL: QUAIS AS RAZÕES? Apresenta algumas observações a cerca dos movimentos sociais que se destacaram no cenário nacional nos últimos meses, como uma nova força e de forma vigorosa, tanto é que está sendo considerado um marco divisor entre um Brasil que durante décadas viveu sob um manto de povo pacífico e tolerante, de repente saem às ruas de forma programada e organizada através das redes sociais, para protestar inicialmente pelo aumento nas tarifas dos transportes coletivos, na sequência incorpora outros temas poucos discutidos: corrupção, falta de transparência nos gastos públicos, que definitivamente reflete diretamente na vida das pessoas e deixaram perplexas as autoridades da União, Estados e Municípios provocando repercussão mundial.
Um dos motivos deste novo cenário de manifestações deve-se, ao fato que nos dias atuais aproximadamente 8% da população brasileira, frequenta algum tipo de curso superior de ensino, ou seja, brasileiros que estão inseridos em um ambiente acadêmico, que existe debates e discussões acaloradas sobre tais questões, enquanto que há 12 anos este percentual de acadêmicos era de apenas 3% da população do país. (Grifo nosso).
2 – Movimento Social
Para compreender o que é um movimento social, faz-se necessário apoiar no autor: Ilse Scherer-Warren – “Movimentos sociais uma interpretação sociológica”. Nesta obra destacam-se os elementos que compõem o campo de analise de um movimento social: o projeto, a ideologia e a organização.
2.1 – O projeto
Significa a proposta de um movimento, que pode ser de mudança ou de conservação das relações sociais, assim, todo movimento social contém um projeto, e quando se pergunta qual o projeto de um movimento, estamos pensando em seus objetivos, em suas metas, enfim, no que o movimento pretende.
Para um movimento social atingir os objetivos a que se propõe, é necessária estratégia certa, procedimentos adequados que possibilitem o sucesso da ação coletiva. Ao mesmo tempo em que o projeto revela o desejo, a intenção de um movimento, ele nos mostra como os seus participantes se veem o que demonstra a consciência de sua força, bem como a força de seu adversário, contra quem o movimento se dirige.
A complementação dessas ideias sobre o projeto, ou da apreensão de seu conteúdo, deve ser feita levando-se em consideração a analise dos outros elementos.
2.2 – A Ideologia
A ideologia corresponde às idéias que os homens fazem da sociedade em que vivem. Quando elas expressam “corretamente” as relações existentes, mostrando os interesses que animam as relações, podemos dizer que a ideologia se constitui num instrumento de luta dos grupos sociais. Se, ao contrario disso, as ideias não correspondem a realidade das relações de opressão existentes, poderemos dizer que se trata de um “falsa consciência”. Nesse sentido, a ideologia atuaria como uma forma de mascaramento das reais condições de opressão, atendendo, por conseguinte, aos interesses dos grupos dominantes. É a ideologia que fundamenta os projetos e as praticas dos movimentos e define o sentido de suas lutas. A própria forma de organização e direção de um movimento revela seu caráter ideológico.
2.3 – A organização
O Prof.º Eduardo Biruel traz uma contribuição quando define que: os movimentos sociais possuem uma organização hierárquica que pode ser descentralizada ou comum a estrutura definida com lideres e demais participantes do movimento. A forma de organização de um movimento social tem consequências importantes com relação a sua dinâmica interna e externa. Internamente, observa-se que uma organização sem a devida hierarquia entre liderança e base pode favorecer certo espontaneismo das ações, o que levaria a falta de controle do movimento, resultando em seu próprio prejuízo. Por outro lado, uma organização fundada num corpo de lideres afastados da base pode ser conduzido a praticas autoritárias e elitistas, com os demais participantes desempenhado o papel de “massa de manobra”.(PROF.º EDUARDO H. BIRUEL) http://biruelsociologia.blogspot.com.br/
Jean Jacques Rousseau foi um dos filósofos que influenciaram os movimentos sociais, políticos e econômicos que culminaram na Revolução Francesa. Foi sob a ideologia deste filosofo que a burguesia da época alcançou, além da liberdade politica, a igualdade politica.
Na visão de Karl Marx, esta mesma burguesia tem no Estado o privilegio do exercício do controle social. Na economia capitalista o Estado tem exercido o controle social sobre o conjunto da sociedade em favor dos interesses da classe dominante.
Para Gramsci, o controle acontece na disputa entre classes pela hegemonia ou seja domínio na sociedade civil e no Estado. Assim o controle social é contraditório: ora com uma classe, ora de outra; e esta batizado pela referida relação de forças.
Há consenso entre alguns autores, de que os movimentos sociais proporcione a difusão dos ideais de emancipação, que alimentam o desejo de liberdade, mas também podem ser vistos como agentes que anunciam o novo, ao desafiar a cultura politica existente e o modo operante da classe dominante (MERLUCCI, 1989).
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