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POLUIÇÃO PLÁSTICA NO MEIO AMBIENTE

Por:   •  4/11/2019  •  Artigo  •  5.516 Palavras (23 Páginas)  •  133 Visualizações

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POLUIÇÃO PLÁSTICA NO MEIO AMBIENTE

A percepção que o ser humano tem da natureza se diversificou ao longo da história. O desenvolvimento de habilidades e do intelecto, junto com os desafios enfrentados na luta pela sobrevivência evidenciou a necessidade do homem de intervir no meio para não só sobreviver a ele, mas também dominá-lo o quanto conseguir. Assim, o homem se pôs a explorar a natureza em prol da sua própria evolução, e no andar da história, enxergou-a não só como viva, mas também como infinita.

A linha que separa exploração de degradação foi ficando cada vez mais tênue, e a realidade enfrentada séculos depois é emergencial. O crescimento do homem no meio ambiente veio com a sua interferência direta sobre ele. Gerar novas tecnologias e matérias, por mais que traga incontáveis benefícios para a experiência de vida do homem, e seja até mesmo essencial muitas vezes, também é sinônimo da geração de resíduos, já que o ser humano não só extrai da natureza, mas também devolve a ela os frutos de seus inventos.

O presente artigo tem como objetivo elucidar como o impacto ambiental da utilização do plástico afeta negativamente o equilíbrio da natureza, focando na produção, comercialização, consumo e descarte dessa matéria que foi uma descoberta que trouxe inúmeras melhorias para diversas áreas do desenvolvimento humano, mas ao mesmo tempo que figura como uma vitória da ciência, carrega o peso de ser um grande poluente.

A CULTURA DESCARTÁVEL

Por definição literal, segundo traz o dicionário Michaelis (2019) a palavra plástico se refere a algo maleável, flexível, uma matéria sintética passível de ser modelada. Na natureza é possível encontrar matérias com essas propriedades, mas a sua criação artificial, cujo uso rotineiro pelos seres humanos foi apreciado, entre outros, pela praticidade de seu manejo e descarte, teve início em 1839, quando os primeiros passos foram dados pelo americano Charles Goodyear, como traz uma pesquisa realizada pela revista mundo estranho:

Em 1839, o americano Charles Goodyear (1800-1860) criou o processo de vulcanização da borracha, que transformava o material natural em um produto mais resistente às mudanças de temperatura. Décadas depois, em 1870, o americano John Wesley Hyatt (1837-1920) produziu celulóide a partir da celulose das plantas. O material era usado, por exemplo, para substituir o marfim na produção de bolas de bilhar. (MUNDO ESTRANHO, 2011, p.01)

        Os primeiros passos na produção de plástico foram dados utilizando-se elementos da natureza para que se constituísse uma matéria que tivesse mais resistência, e ainda, tivesse seus benefícios aprimorados. Mas a criação do primeiro plástico sintético e que possibilitaria a disseminação comercial e utilização em escala maior foi anos depois, como continua o texto da publicação:

Mas a verdadeira revolução viria em 1907, quando o químico belga, naturalizado americano, Leo Baekeland (1863-1944) criou o primeiro plástico totalmente sintético e comercialmente viável, o Bakelite. Começava a era dos plásticos modernos, feitos à base de petróleo, carvão e gás natural. A chave desse novo processo foi a polimerização, que consiste em juntar, a partir de diversas reações químicas, várias moléculas menores em uma grande, que não se quebra facilmente e dá ao material maior durabilidade. (MUNDO ESTRANHO, 2011, p.01)

        A partir da evolução no processo de manipulação dos elementos formadores do plástico, foi possível a criação de diversos outros tipos de polímeros em anos seguintes, sendo alguns deles o silicone, poliéster, náilon e PVC. A diversificação e acessibilidade de custos disseminou cada vez mais o plástico na rotina da humanidade, que aderiu a sua utilização em praticamente todos os setores da vida, utilizando-o de forma desenfreada cada vez mais.

        Em entrevista concedida ao site do Instituto Humanitas Unisinos, IHU online, a oceanógrafa e mestra em química Mônica Costa explicou o processo de degradação do plástico após o seu descarte, fator que também está por traz do conflito ambiental de lidar com essa matéria, e figura como uma das maiores desvantagens de ter o plástico agregado à rotina das pessoas:

O plástico não se degrada facilmente; ele sofre alguns tipos de degradação como, por exemplo, a fotodegradação, que é a exposição à luz, e a degradação física, que é a fragmentação. No entanto, ele não faz a biodegradação, como fazem os materiais orgânicos, que retornam ao estado de CO2 e água. (COSTA, 2018, p.01)

E continuou o raciocínio ao mencionar o aumento na utilização do plástico em massa com uma visão social de que o padrão de consumo sofreu mudanças, e evidenciou as vantagens que a invenção do plástico proporcionou, espalhando-o ao redor do globo:

Essa mudança de hábitos que ocorreu depois da Segunda Guerra levou a uma mudança do padrão de consumo, a qual foi direcionada para avanços tecnológicos, e, possivelmente, o maior avanço foi a manipulação do plástico: inventamos o plástico, dando a ele praticamente a forma e a utilização que quiséssemos. Essa mudança do padrão de consumo fez com que o plástico se tornasse extremamente desejável, barato, viável, interessante, fortemente ligado à alimentação, à saúde, à prática de esportes, às tecnologias espaciais e às tecnologias que permitiram explorar o fundo do oceano. Tudo isso se tornou dependente de plástico. (COSTA, 2018, p.01)

        A evolução, em tantas áreas, que acompanhou a criação dessa matéria que se tornou objeto de discussão pelos efeitos negativos, transparece a necessidade de se discutir a fundo não só o processo de utilização, mas especialmente o descarte e como é a forma menos danosa de se lidar com os resíduos gerados.

A WWF-Brasil, uma ONG constituída com o objetivo de trabalhar pela preservação ambiental, demonstrou através de um quadro o panorama de como foi o crescimento da utilização de plástico pela humanidade desde os anos 50 até a atualidade, também prevendo o aumento proporcional para os anos à frente caso a situação permaneça a mesma, conforme a figura 1:

[pic 1]

Figura 1: crescimento mundial da produção de plástico.

Fonte: www.wwf.org.br 1

Desde o custo mais acessível até a facilidade de manipulação, a utilização de plástico tomou lugar em larga escala, sendo cada vez mais inserido na rotina da sociedade que se aliou não só à praticidade que trouxe como a facilidade de poder simplesmente se desfazer deste, que se mostrou cada vez mais essencial no mundo, seja em um setor mais óbvio, como o de embalagens, até onde não o percebemos à primeira vista muito embora usemos todos os dias, como alguns tipos de tecido.

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