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PORQUE OS BRASILEIROS NÃO GOSTAM DE LER

Por:   •  25/9/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.348 Palavras (6 Páginas)  •  509 Visualizações

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PORQUE OS BRASILEIROS NÃO GOSTAM DE LER?

INTRODUCAO

Atualmente a cultura de massa no Brasil, ainda está muito ligada a oralidade. As pessoas preferem se informar através de rádios, televisão, internet do que jornais, livros e revistas. Segundo algumas estatísticas, no Japão 65% das pessoas leem jornal, na Noruega 62,3%, na Alemanha 30%, na Eslovênia 25%, nos EUA 24,9%. Temos, no Brasil 4,5%. Perdemos para El Salvador 5,8%, Costa Rica 4,9% e Chile 4,9%.

A escritora Lya Luft afirma que os primeiros anos de escola são fundamentais, por serem a base do que seremos, do que faremos e do que aprenderemos depois. Os primeiros anos deveriam ser estimulantes, fortes, firmes e eficientes. E muitas vezes os programas educacionais pecam por obrigarem os adolescentes lerem clássicos da literatura, como Machado de Assis e Jose de Alencar, sendo que ainda não desenvolveram o gosto pela leitura.

Será que brasileiros não gostam de ler, ou simplesmente não leem?

UMA ABORDAGEM DOS FATORES

O Brasil é um pais que além de ler pouco, lê mal. É o que mostram resultados de diferentes instrumentos de avaliação. Relatórios do ENEM e SAEB apontam que alunos do 3°ano médio estão em estado crítico ou muito crítico de desenvolvimento de habilidades e competência da Língua Portuguesa, principalmente em leitura e interpretação de textos. Apenas 5% dos alunos estão em níveis aceitáveis ou alcançam considerável adequação a leitura.

Diante desse quadro, cabe perguntar: quais as causas dessa situação? O jovem brasileiro não gosta de ler? Que fatores socioculturais e escolares tem responsabilidade sobre esses resultados? E mais: o que pode ser feito a curto prazo para mudar esse quadro?

Não há uma causa simples que explique esses resultados, nem solução mágica que resolva. Vários fatores influenciam esses resultados, como o habito e a valorização da leitura em casa, a interferência e influência da tv e internet, o preço dos livros, a qualidade das obras destinadas a escola, a formação dos professores e sua concepção de leitura, enfim uma gama de aspectos devem ser observados na tentativa de pelo menos diminuir esses índices e modificar a realidade de leitura.

A quarta Edição da Pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, encomendada pelo Instituto Pró-Livro ao Ibope Inteligência, investigou o comportamento dos leitores brasileiros e os maiores influenciadores dos hábitos de leitura do brasileiro. Os resultados indicam que a mãe, seguida pelo pai tem forte influência no desenvolvimento da leitura e no despertar dos estímulos de prazer na formação de leitores.

Leitura é o que não falta na vida cotidiana dos brasileiros. Nesse caso, poderíamos dizer que todo aquele que estiver de posse desse trabalho lendo seu conteúdo é um leitor, certo?

Vejamos. Segundo o livro Retratos da Leitura, leitor é todo aquele que leu pelo menos um livro nos últimos três meses. E não leitor aquele que não leu pelo menos um livro nos últimos três meses, mesmo que tenha lido nos últimos doze meses. Isso exclui, revistas, jornais, folhetos, internet, etc.

Considerando que a maioria dos pesquisados são ainda estudantes ou acadêmicos, podemos considerar que esses quatro livros por ano são obrigatórios, diminuindo consideravelmente a quantidade de leitura espontânea.

Com o baixo interesse pela leitura já identificado e supra citado, vamos entender essa problemática.

Pais que leem são uma boa referência de leitura aos filhos, pois, a primeira influencia que a criança recebe é familiar. Se ao contrario, os pais e até familiares não cultivam esse habito, e ocupam seu tempo livre com outras ocupações como TV, rádio, internet, etc, a criança só vai reproduzir o que vê em casa.

Quando questionadas, as pessoas dão respostas surpreendentes para justificar os motivos pelos quais não leem.

53% afirmam que não tem tempo pra ler.

Com esses dados, concluímos que não falta tempo, mas falta interesse. A pessoa prefere tomar uma cerveja num bar ou passar horas navegando na internet em redes sociais, assistir um filme ou jogo de futebol do que sentar numa poltrona para ler um livro.

O mesmo ocorre quando a pessoas diz que não tem dinheiro para comprar livros, que esses são caros. Sim, por vezes são caros. Mas, sempre haverá o dinheiro reservado para a farra de final de semana. As pessoas não compram livros porque são caros, os livros são caros porque as pessoas não compram livros. Muitas vezes o habito não está ligado ao poder aquisitivo, visto que existem bibliotecas públicas repletas de livros.

Além disso, a leitura está fortemente ligada ao grau de escolaridade. Partindo do pressuposto que a família, em particular a mãe, é a base fundamental influenciadora da leitura, como enfrentar a dificuldade encontrada em famílias analfabetas?

Houve um tempo em que a alfabetização estava imposta a cartilhas que valorizavam apenas o lado funcional da escrita, onde o brasileiro identificava o professor como autoridade inquestionável. Esse modelo foi criado pensando nos trabalhadores que deveriam apenas se instruir para poder operar maquinas em suas demandas de produção.

De cinquenta anos pra cá, muitas mudanças vem sendo aplicadas na tentativa de desmistificar o terror da leitura e suas muitas obrigações. Muito se tem feito para introduzir o prazer pelos livros nas escolas, por exemplo a leitura obrigatória aos adolescentes. Pena, que sejam literaturas sem relevância e nada sedutoras a esse público, que continua olhando para os livros com temor e sem interesse algum.

O Brasil iniciou tardiamente seu processo de alfabetização. A leitura envolve imaginação e fantasia, elementos formadores importantes do mundo ao nosso redor e a nós mesmos. Se eu consigo ler, consigo entender a mim mesmo.

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