RESENHA CRÍTICA: AS VEIAS ABERTAS DA AMÉRICA LATINA
Por: Pietro Marins • 2/4/2018 • Dissertação • 1.499 Palavras (6 Páginas) • 1.412 Visualizações
RESENHA CRÍTICA: AS VEIAS ABERTAS DA AMÉRICA LATINA
EDUARDO GALEANO
RESUMO
No livro ‘As Veias Abertas Da América Latina’ o autor tem por prioridade mostrar a história de colonização, como as tais ocorreram, qual influência isso trouxe para os explorados, no caso nós, mostrar ao leitor que o fato de existir países desenvolvidos e subdesenvolvidos se deve ao fato da exploração agressiva que ocorreu há muitos anos atrás em nosso continente, que segundo o autor: “A divisão internacional do trabalho significa que alguns países se especializam em ganhar e outros em perder. Nossa comarca no mundo, que hoje chamamos América Latina, foi precoce: especializou-se em perder desde os remotos tempos”[1] (Galeano, 2010, página 10). Mostrando que países explorados são especializados em perder para os países desenvolvidos ganharem, sobretudo pelo fato de tal continente, e os países que aqui estão serem extremamente ricos naturalmente e com muitos recursos, e atualmente haver tanta pobreza comparado com os países ditos como de primeiro mundo.
O modo como os países colonizadores fizeram suas intervenções aqui foi de forma agressiva e nada pacífica, de modo com que, mataram muitos nativos, impondo-se pela força física e religiosa – sabendo que na Inglaterra o cristianismo era a religião predominante, senão, oficial – dizendo que os nativos aqui não eram humanos, pois não haviam alma. De forma irracional, os tais civilizados se acharam no direito de explorar tudo que lhes apetecesse, criando uma dependência que perdura até os dias de hoje, apenas com o adendo de outros países. Tal dependência se deu pelo fato dessa “ditadura” requerer um casamento monogâmico e assim só haveria comércio com a Inglaterra, mesmo sabendo que tal regime era reciproco pois grande parte das coisas que os Ingleses usavam, como roupa, comida e entre várias coisas era vinda de cá. Dessa forma o Autor consegue romper com os ideais eurocêntricos e mostrar para nós que somos o que somos atualmente por conta do nosso passado, além de criar um sentimento de revolta em quem lê o livro, pois, por muito tempo esse assunto era escondido de todos nós, ou não era trazidos às claras.
ANÁLISE CRÍTICA
Focando sobre a aculturação dos nativos e a imposição bruta do capitalismo mesmo que de forma não selvagem como nos dias atuais. Mas, tendo em vista que ocorreu uma ruptura na ideologia dos índios da América Latina, sabendo que a cultura dos índios era totalmente visada no bem comum, mesmo tendo hierarquias dentro de tais culturas, mas todos eram tratados como iguais.
Tal aculturação dos índios ocorre de forma com que há uma desorganização social de uma forma geral, onde chegam colonizadores, confundidos com deuses, por sua diferença cultural e pela inocência dos nativos da época, tal fato facilitou a imposição da escravidão sobre os índios, resultando em milhares de morte de nativos dessa terra, que tiveram suas riquezas roubadas. Onde houve escambo, mesmo que feito de forma imoral, sabendo que os nativos não tinham ciência do que estavam oferecendo em troca para os colonizadores – que seria, muita riqueza natural que futuramente teria um valor altíssimo - que mais a frente se tornariam seus ditadores.
Esse fato se deve pela ruptura que houve na época, onde em uma sociedade dita como avançada era mais desumana que os nativos da América Latina, na tal sociedade avançada era comum o desnível social e econômico, ademais que a elite representaria uma pequena parcela sobre a base social (os que não tinham privilégios) que a mantem de pé. Chegam impondo um sistema totalmente novo para os nativos, que davam valor apenas as coisas que realmente precisavam, é evidente que mesmo que de forma sutil começasse a implantar o capitalismo e até o consumismo, pois, o consumismo é a necessidade de sempre obter mais e mais objetos, de forma irracional e compulsiva para suprir suas necessidades de se sentir vivo e parte da sociedade, os nativos vendo que os Europeus davam valor aos metais preciosos, para as madeiras e uma variedade de coisas, que para os nativos era apenas algo natural, e necessário para a vida humana (caso seja), há uma desorganização mental e social, pois tudo isso era novo para eles.
Outra ruptura grotesca é a implementação do cristianismo para os nativos, além do fato dos Europeus considerarem eles sem alma, “E é justo e útil que sejam servos, e vemos isso sancionado pela própria lei divina”[2] (Laplantine, 2009, p. 27), nesse caso fica evidente a “superioridade” dos ditos como civilizados, além de que tal argumento ser apenas para ter uma justificativa divina, para os Europeus (sem nenhuma razão lógica para um Deus requerer que os tais saqueassem uma nação pura e inocente, como os índios) cometerem suas próprias vontades desumanas e egocêntricas. Fato esse, mostra que a falta de noção de diversidade cultural é capaz de fazer, de considerar o outro desumano pois você desconhece tal cultura.
Todos esses pontos e outros vários que não me cabe apontar aqui, construiu, ou melhor dizer, desconstruiu a cultura nativa dos donos dessas terras e suas riquezas; construiu-se uma cultura eurocêntrica e imperialista em grande parte da américa latina, e desconstruiu a cultura dos índios que por falta de poder bélico – o que era esperado – não pode sequer resistir de forma justa contra os colonizadores, e os quais se rebelavam era mortos, para mostrar que o sistema que estava sendo implantado era rígido e bruto.
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