Resenha Crítica do Livro Matar ou Morrer - O caso de Euclides da Cunha
Por: Caio Sampaio • 8/9/2015 • Trabalho acadêmico • 2.538 Palavras (11 Páginas) • 1.120 Visualizações
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Curso de Graduação em Direito
Caio Sampaio Menezes
Resenha Crítica do Livro Matar ou Morrer - O caso de Euclides da Cunha
Santo Antônio de Jesus - BA
2015
Caio Sampaio Menezes
Resenha Crítica do Livro Matar ou Morrer - O caso de Euclides da Cunha
Orientadora Zully Borges
Santo Antônio de Jesus - Ba
2015
Resenha Crítica do Livro Matar ou Morrer - O caso de Euclides da Cunha
O livro Matar ou Morrer - O Caso de Euclides da Cunha escrito por Luiza Nagib Eluf, 2ª Ed. 2009, é uma produção que relata uma tragédia real, ou seja, uma infelicidade de uma família como um todo. A obra começa com o encontro de Euclides da Cunha e sua futura esposa, Anna Emília Ribeiro, na casa do pai da mesma. Com isso, uma relação de interesse mútua se deslancha e após sair da casa de Anna, o escritor deixa um bilhete para a moça: “ Entrei aqui com a imagem da República e parto com a sua imagem...” Tal sentença se explica pelo fato do pai de Anna ter sido uns dos responsáveis pela proclamação da República.
Posteriormente, em 10 de janeiro de 1890 se consagrou o casamento de Anna e Euclides. Ele já tinha concluído o curso avançado na Escola Superior de Guerra, já era segundo – tenente e nasceu a primeira filha: Eudóxia, contudo, ela não foi o ultimo filho de Anna e Euclides, depois veio Sólon; Euclides Filho e Manuel Afonso. Em 1896 Euclides se desliga do Exército, se dedicando à Engenharia como funcionário público, além de ser colunista em vários jornais, que em 1897 foi convidado pelo O Estado de S. Paulo através de Julio de Mesquita então diretor do mesmo para cobrir a guerra de Canudos.
O livro Os Sertões consagraria o autor, que foi publicado em 1902. Paralelamente a isso o casamento de Euclides entrava em profunda crise, devido às desavenças e o seu temperamento reservado e arredio. Depois de Canudos, Euclides partiu para o Amazonas para demarcar a fronteira entre Brasil e o Peru, no Alto Purus (Acre). Com o seu espírito aventureiro e conservador, acabou que Euclides deixou sua família padecer devido a grandes dificuldades financeiras no Rio de Janeiro. Devido a tal situação Anna se viu com enorme carência e teve que internar os dois filhos mais velhos ( Sólon e Euclides Filho) ficando apenas com o mais novo, Manuel Afonso. Mediante essa situação ela se viu inconscientemente “cercada” por familiares do seu futuro amor, Dilermando Assis, pois ela acabava por conviver com Nicolau Ratto e Angélica Ratto, que eram tios de Dilermando, Luciana Ratto; irmã da mãe de Dilermando, e por ultimo, a mãe do mesmo.
Numa pensão em São Paulo, Anna conheceu Dilermando que tinha 17 anos. A partir disso, o amor mútuo se consagrou e eles se mudaram para uma casa alugada em Monat. Com isso, a intensa paixão conseguiu uma maior liberdade, sendo ainda mais catalisada pela evidente ausência de Euclides e da sua falta de atenção com a esposa, pois não escrevia para ela deixando um espaço realmente grande entre os conjugues, facilitando ainda mais a inserção de Dilermando na relação. Para estragar a felicidade dos amantes, em 1906, Anna foi surpreendida por um telegrama do marido anunciando a sua chegada à baía, a bordo do Tennyson e ordenando sua busca. A fim de disfarçar a situação,
Anna pediu a Dilermando para buscar Euclides no cais com os seus empregados, em seguida Dilermando entrou para Escola de Guerra, passando a visitar Anna e Euclides nos finais de semana. Entretanto, escola foi transferida para Porto Alegre, dificultando ainda mais a situação dos amantes.
Após se situar na sua nova residência, Euclides aos poucos foi se dando conta dos fatos ocorridos em sua ausência, alinhado com uma carta de Anna que pedia a separação entre eles. Não obstante, ela não contou que estava grávida de Dilermando e quando a mesma não conseguia mais ocultar o crescimento do ventre, Euclides comprovou a traição e passou a agredir Anna de todas as formas possíveis, fisicamente; moralmente e socialmente, mas quando estava calmo o marido afirmava ter perdoado ela. Criando assim, uma dualidade, pois em momentos de irá Euclides agredia Anna indiscriminadamente e em outros, pedia para não ela não abandona-lo. Dessa forma, se caracterizava um conflito interno de Euclides já que ao mesmo tempo em que queria continuar casado não podia suportar a traição, resultando numa violência e instabilidade psicológica que aos poucos todos percebiam. Anna teve o filho de Dilermando, Mauro, que acabou por falecer devido aos maus tratos de Euclides.
Dilermando voltando ao Rio de Janeiro, ao encontro de sua amada, que diante da intransigência de Euclides decidiu por deixar o lar e se mudar com seu amante para o bairro da Piedade, levando consigo dois filhos, Luiz e Sólon. Euclides ao perceber a ausência de Anna, se deu conta do que realmente havia acontecido, sendo tomando pela irá e passando a noite em claro, decidiu ir à busca da mulher armado por um vizinho através de uma desculpa ridícula e incrédula. Por não ter o endereço da residência dos amantes, suplicou a Angélica Ratto e a mesma o disponibilizou. Perceba que todos ao redor de Euclides contribuíram para a futura tragédia.
Por volta da manhã do dia 15 de agosto de 1909 no bairro da piedade, Euclides abordou a casa de Dilermando atordoado e foi recebido por Dinorah, irmão de Dilermando, que, no entanto, não conseguiu conter Euclides. Anna se escondeu com seus filhos e Dilermando correu para se vestir para o “encontro”, contudo, foi interceptado em seu quarto por Euclides que o atingiu na virilha, a localização mirada por Euclides era evidente. Dilermando tentando desarmar Euclides, mas sem sucesso, acabou por Dinorah que seguirá Euclides da sala até o quarto e em seu confronto acabou sendo atingindo. Continuando o conflito, Dilermando reuniu forças para apanhar seu revólver se dirigindo ao encontro de Euclides e deflagrando um tiro para conter o agressor, mas não foi suficiente, pois Euclides tentou novamente um tiro, mas ele não saiu. Assustado Dilermando atirou no pulso de Euclides, contudo, o atingido revidou com outro tiro nas costelas de Dilermando. Por fim, Dilermando em legítima defesa e na eminência de morrer, deflagrou mais dois tiros em Euclides que andou até o jardim e caiu de bruços.
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