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Resenha da obra Leviatã de Thomas Hobbes

Por:   •  15/8/2019  •  Resenha  •  1.106 Palavras (5 Páginas)  •  449 Visualizações

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RESUMO DO LIVRO “LEVIATÔ DE THOMAS HOBBES

        Conforme podemos nos aproveitar, inicialmente, , Hobbes rompe em sua obra “Leviatã” com a herança aristotélica e medieval de que o rei era concedido de poderes pela divindade, fundamentando o poder como o consenso de indivíduos que formalizam um contrato, derivado de uma criação artificial do homem em contraposição ao seu estado de natureza.

        Hobbes foi o primeiro contratualista e o maior defensor do absolutismo monárquico, em que está contextualizado na época (1651) em que a Inglaterra vivia e Revolução Inglesa do Século XVII, passando de uma monarquia absolutista para um governo republicano governado por um militar, período denominado de protetorado de Cromwell (ou República Inglesa), que figura da derrubada do Rei Carlos Stuart I para Oliver Cromwell. Nesta época a Inglaterra vivenciava período de instabilidade política, de guerras civis e disputa de poder pelas classes sociais (monarquia versus parlamento, monarquia versus burguesia, burguesia versus nobreza, calvinistas versus anglicanos versus católicos) sendo sua análise uma contribuição para a saída dessas crises.

        Ao analisar a guerra civil vivenciada, o estudioso defendeu a racionalidade para a sociedade e para o poder político, vindo em oposição as teorias religiosas de divindades para governo que eram irracionais, sendo necessária para a volta da paz e a vida em harmonia um fundamento racional para uma sociedade possa se manter e funcione.

Leviatã é um monstro bíblico, encontrado no livro de Jó, sendo uma besta, um monstro apocalíptico, um demônio necessário, para se referir ao Estado e a sua necessidade de existência.

Portanto, a mecânica da obra é centrada na busca pela paz social-política da Inglaterra, em que somente o Estado poderia controlar o homem cujo seu estado de natureza não conseguiria manter a paz por si só, havendo aí, a passagem do homem em seu estado de natureza para o homem artificial controlado pelo Estado.

O homem em seu estado de natureza é perverso, competitivo, ganancioso, erra pela ganância, sendo incapaz de viver em paz, sendo a paz uma necessidade em que esses homens abrem mão de seu estado de natureza para alcança-la, transferindo ao Estado para viver sob o seu controle (o homem artificial).

Segundo Hobbes, o homem em seu estado de natureza é egoísta, luxurioso e inclinado a violência, a agredir mutuamente pela sede insaciável da violência, que acarreta numa vida solitária, repulsiva e breve, pois o espírito competitivo do homem, em guerra contra todos, performa esse contexto, fazendo jus a frase de ser ”o homem o lobo do próprio homem”. Nesse estado natural não há senso do que é ou não justo, do certo ou errado, pois o homem vive pelas suas paixões, desejos, sendo incapaz da racionalidade em seu estado de natureza, pois não deixa de suas paixões para o bem-estar.

        No entanto, Hobbes defende que há de haver uma inclinação racional do homem  que percebe que não deve querer para os outros aquilo que não quer para si, e para tanto, precisa renunciar dos seus direitos, oportunidade na qual transfere ao poder irresistível que o conduz ao controle, ou seja, apesar da natureza combativa e violenta do ser humano, há um lado racional que leva a compreensão de que necessita abrir mão do poder para o Estado, almejando a completude do estado de paz, para que esse seja alcançado (impossível de ser alcançado pelo homem sem seu estado de natureza).

        Para Hobbes, o homem naturalmente não possui o instinto da sociabilidade, e só busca os seus semelhantes por interesse, necessidade, constituindo-se a sociedade política como fruto artificial de um pacto voluntário, “de um cálculo de interesse”.

Assim, Hobbes defende que apesar do estado de selvageria do homem, nos seus momentos de racionalidade ele compreende que a sociedade não pode seguir no estado de selvageria e barbárie, necessitando de paz, percebendo que somente um Estado forte com o poder é que garantirá a paz e que o homem não se auto destrua, emergindo por um pacto voluntário o homem artificial, que é firmado entre os homens que almejam a sua própria proteção e da ordem, sendo esse o único caminho da salvação.

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