Resenha de Operação Banqueiro
Por: alinejf • 24/5/2018 • Trabalho acadêmico • 816 Palavras (4 Páginas) • 172 Visualizações
OPERAÇÃO BANQUEIRO
VALENTE, Rubens. Operação Banqueiro. São Paulo: Geração Editorial, 2014. 462 p.
Rubens Valente, jornalista investigativo, repórter desde 1989, formado em Jornalismo pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, cobriu diversos escândalos e investigações federais e recebeu diversos prêmios em sua carreira, publicou Operação Banqueiro em 2014. O livro retrata um dos maiores escândalos da história política brasileira, Operação Satiagraha, desencadeada pela Polícia Federal.
Operação Banqueiro é um texto narrativo baseado em documentos oficiais, provas e testemunhos buscados pelo autor, gerados durante a operação Satiagraha, resultado de uma série de investigações realizadas pela Polícia Federal com o intuito de varrer a corrupção do país porém não deixou de ser um dos muitos casos de impunidade.
O enredo conta a trajetória de Daniel Dantas desde seus antepassados até sua formação acadêmica que foi essencial para iniciar seus contatos no governo. Apresentado ao então presidente Fernando Collor pelo seu professor Simonsen como aluno exemplar, auxiliou o chefe do executivo no plano Collor e logo depois criou o Banco Opportunity, posterior alvo das investigações da Polícia Federal.
O negócio de Dantas era o setor público, assim, com as privatizações de estatais no governo Fernando Henrique, Daniel Dantas estreiou sua estratégia na primeira venda de uma estatal de energia elétrica, a Escelsa. A primeira de várias participações, mas sua prioridade era o setor se telecomunicações. O pacto Citibank-Opportunity foi essencial no leilão de empresas telefônicas, fazendo com que a TCS fosse arrematada quase que por acaso pelo consórcio de Dantas, o que gerou denúncias sobre um favorecimento pelo governo à Daniel.
Com a chegada do governo Lula, Daniel Dantas deixou de ter privilégios e passou a buscar a influência perdida com o novo governo, tentando uma aproximação com pessoas ligadas a ele, pois Dantas acreditava estar sendo perseguido pelo governo Lula. Foi nessa época que o banqueiro criou várias inimizades, inclusive com o Demarco, ex-sócio de Dantas, com o qual iniciou-se uma extensa batalha judicial nas Ilhas Cayman.
Demarco passou a ser alvo de investigações da Kroll, empresa privada de investigações contratada por Dantas, e também colaborou com investigações da Polícia Federal, como a Operação Macuco que investigava evasão de divisas. Posteriormente a Kroll também foi alvo de investigações. Na verdade
os italianos começaram vigiados pela Kroll a mando da BrT, passaram a investigar a agência e depois fizeram um acordo com o banqueiro e voltaram sua espionagem para os desafetos do brasileiro, que eram os fundos de pensão e Demarco – que, por sua vez, já haviam sido espionados pela mesma Kroll. (VALENTE, 2014, p. 193)
Dantas foi novo alvo de investigação durante a crise do Mensalão mostrou que Marcos Valério também operou politicamente para o Oppotunity pois havia uma reunião marcada em sua agenda com Carlos Rodenberg, homem de confiança de Dantas. Outro dado que chamou a atenção dos investigadores foi que um dos principais clientes de Marcos Valério era a Telemig Celular, companhia telefônica controlada por Dantas. Come ele não possuía foro privilegiado a investigações foram enviadas ao Ministério Público do estado e se iniciou um processo criminal. A juíza responsável solicitou o HD do servidor de rede do Opprtunity que havia sido apreendido da Operação Chacal e a perícia apontou a prática de crime de evasão de divisas. Assim, o processo foi remetido para a Justiça Federal, iniciando-se a Operação Satiagraha.
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