Seminário Formação Mundo Contemporâneo
Por: Julio20166 • 13/11/2016 • Trabalho acadêmico • 1.649 Palavras (7 Páginas) • 324 Visualizações
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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
Faculdade Mineira de Direito
Curso de Direito
Unidade São Gabriel
QUESTIONÁRIO E SEMINÁRIO
Belo Horizonte
2016
QUESTIONÁRIO E SEMINÁRIO
Trabalho apresentado à disciplina Formação do Mundo Contemporâneo do Curso de Graduação em Direito da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Unidade São Gabriel.
Professora: Maria Ester Saturnino Reis
Belo Horizonte
2016
Estudo Dirigido
- Analise a importância da escrita da história, tendo em vista:
a) Afirmação do Jornalista Thomas Paine “Está em nossas mãos recomeçar o mundo outra vez”.
R.: A afirmação do jornalista Thomas Paine "Está em nossas mãos recomeçar o mundo outra vez" traduz uma característica muito ligada à importância da escrita da história, no sentido de que essa mesma história é fruto da ação humana, ou seja, pode ocorrer a construção de outros versionamentos decorrentes de novas interpretações, sob influência de quem as elabora e até mesmo pela época em que se está inserido. É possível, portanto, concluir que, por meio da escrita, pode-se recriar a própria história, e retratar fatos passados de forma crítica. Como bem afirma o autor Caio Cesar Boschi, em seu livro “porque estudar história?”, “a verdade histórica está sempre sendo revisitada, revista e refeita. (...) Ela se transforma (...)”.
b) O contexto do filme “Narradores de Javé”
R.: A escrita da história possui uma importância crucial, pois é por meio dela que se retrata todo o contexto de vida, hábitos e experiências, sem ela não seria possível manter registros, conhecimentos e repassá-los entre gerações. Através da escrita pode-se tomar conhecimento de fatos do passado e, com isso, entender melhor a própria história.
Uma história contada apenas verbalmente, corre grandes riscos de serem repassadas pelo ouvinte com algum viés e assim sucessivamente, fazendo com que o contexto inicial vá se perdendo ao longo do tempo.
E o filme “Narradores de Javé” retrata bem essa situação, onde para não ver destruída a Vila, os moradores decidiram registrar suas memórias e lembranças, para mostrar aos que lá queriam instalar uma hidrelétrica, inundando tudo, a importância do lugar e que ele não merecia tal fim. No entanto, ao se tentar registrar os fatos, muitas eram as versões de uma só história, sendo impossível para o então escrivão “Antônio Biá”, que era o único letrado do vilarejo, colocar no papel as histórias do local.
- Escolha um dos capítulos do livro e elabore uma breve síntese do mesmo. Analise as situações apresentadas no filme a partir das análises propostas no capitulo escolhido.
R.: No capitulo 5, Boshi transpõe a memória e identidade por meio da História, auxiliando no entendimento de como surgem e se expressam os valores locais, regionais e nacionais e não pressupõe o afastamento em relação ao outro, ao diferente. Através da história é possível coletar dados e informações de grupos e a interação entre eles, assim ocorre o fortalecimento das identidades se conectando com a consciência histórica da sociedade e até unindo as pessoas em momentos de crise. Essa consciência histórica não existe por si só, é criada em determinados contextos ou circunstâncias.
O autor também apresenta a diferença entre o mito e a histórica e sua influência mútua, o mito é uma narração que teve origem em data impossível de ser apurada, referindo-se a episódios hipotéticos ou idealizados, sendo importante como fonte informativa para o conhecimento histórico. Já a história se apoia em estudos e evidencias documentadas, partindo de fatos que realmente são fundados, quanto mais se conhece os valores e tradições, mais estimulante deve ser a interação entre culturas diferentes.
Também é demostrado que a memória é seletiva, pois se perde de fatos e personagens que um determinado grupo quer conservar à margem. A memória seleciona as lembranças de acordo com os interesses daqueles que a vivenciaram. Ela é utilizada para buscar registros mentais para recordar dados ou imagens do passado, adaptada afim de enriquecer e manipular o presente exonerando fontes objetivas.
Ao determinar a identidade, Boschi afirma que ela sempre estará em processo, é importante para o ser humano como sujeito histórico, sendo um objeto de análise constante. Perceber no outro o que tem de diferente, compreender e aceitar como ele é, torna-se um ponto fundamental para valorizar o multiculturalismo e assim interagir com as diferenças do outro. A análise crítica da história auxilia para que possa ser ampliado o ponto de vista e valorizando suas diferenças e diversidades. Também há o destaque para o etnocentrismo, muito utilizado na história para afastar grupos excluídos, como índios e negros, ao buscar informações no contexto histórico é possível perceber que tais grupos tem conseguido na atualidade conquistar o espaço que pertence a eles na história.
No filme Narradores de Javé, é possível perceber diversos pontos apresentados no capítulo 5, do livro Porque estudar história? do autor Caio Bosch, para impedir que a cidade seja destruída por uma represa que precisava ser construída no local, a população do vilarejo resolveu se unir para demonstrar que a cidade possui um valor histórico a ser resguardado, conforme apresentado no texto, para fortalecer a identidade é necessário se unir em momentos de crise.
A população precisava descrever os fatos que são contados pelos moradores e repassados por gerações, tais acontecimentos são relatados em tom de mitos por eles, com o intuito de apresentar através da vida do seu fundador, Indalécio, e a importância da sua participação e de outros personagens como Mariadina na verdadeira fundação da cidade de Javé. Por fim confirmar a história do vilarejo com documentos para comprovação dos fatos, obter um registro oficial e cientifico. Nesse momento é possível perceber a diferença de mito e história apresentados no texto de Bosch.
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