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Sociologia (Violência, raça e classe)

Por:   •  18/9/2019  •  Trabalho acadêmico  •  644 Palavras (3 Páginas)  •  161 Visualizações

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5. O que Angela Davis caracteriza como sendo “o mito do estuprador negro”? A que se relacionaria, nas intepretações da autora, a excessiva presença de homens negros entre os condenados pelo cometimento de crime de estupro, nos Estados Unidos da América, entre os anos de 1930 e 1967? Como Davis situa as acusações de estupro em meio aos linchamentos ocorridos após a abolição da escravidão, em 1863?

O “mito do estuprador negro” é uma maneira de atribuir questões racistas e sexistas ao homem negro, e é sempre a ele recorrido quando ondas de violência contra a comunidade negra exigem justificativas plausíveis. Nesse sentido, o homem negro sempre estaria marcado como “estuprador de mulheres brancas”, o que facilita a exploração e a discriminação dos mesmos.

Para entender o porquê da maioria de homens negros presos por acusação de estupro em relação aos homens brancos, é necessário entender o pretexto jurídico da criação de leis que criminalizavam os estupros. A princípio, as leis que criminalizavam esse ato eram elaboradas para a proteção da honra dos homens de alta classe social, os quais possuíam filhas e esposas que corriam risco de sofrerem com isso. Dessa forma, com certa proteção legal, poucos homens brancos foram condenados no período de 1930 a 1967. 89% dos homens condenados eram negros, o que se subentende-se falsas alegações partindo de concepções racistas.

“O uso do estupro como um instrumento de terror pela supremacia branca acontece em alguns séculos a instituição do linchamento. (DAVIS, 2018) Seguindo a linha histórica, o estupro, no período de escravidão, era usado como instrumento de repressão e controle, tanto dos homens quanto das mulheres negras. Porem, os negros eram açoitados, mas não linchados por práticas errônea. Os linchamentos começaram a crescer junto a campanha contra o regime escravocrata. Assim, mulheres negras lideraram, após a abolição da escravidão em 1863, movimentos contra os linchamentos. Esses linchamentos vinheram à tona em conjunto com o mito do estuprador negro, criando uma ideologia racista.

6. Correlacione os processos de constituição de vítimas e algozes de que tratam os trabalhos de Juliana Farias, Ana Luiza Pinheiro Flauzina e Ângela Davis. Que disputas são travadas nesses processos? O que aproxima e diferencia as vítimas e algozes nos contextos da definição do genocídio, das experiências da Alemanha e de Ruanda, e das mortes no Morro do Russo?

Como dito pelo professor Roberto em sala, “o crime é menos aquilo que se faz e muito mais quem se é”. Nessa perspectiva, é fato de que a estética (cor e traços étnicos) e o lugar social sempre fala mais alto quando se fala em crimes. Isso se da por um processo histórico de racismo, que se instalou em toda a estrutura social, advindo do processo de escravidão. Dessa forma, a constituição de vítimas e algozes é bem simples: negro(a)e podre é sempre algoz; branco e rico é sempre vítima (o sempre usado de maneira figurativa para provocar o pensamento de uma enorme maioria).

No trabalho de Juliana Farias, a construção de algozes é esta, os moradores mortos no Morro do Russo, que eram pobres e negros, foram mortos a tiros, sem nem mesmo o poder de justificativa. Já no estudo de Ângela Davis, os algozes eram os negros, recém saídos de um processo historicamente longo de escravidão, pobres e marginalizados.

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