Sociologia e Direito – A ideologia como desconsiderarão do caráter científico
Por: Alex Nepo • 16/5/2018 • Relatório de pesquisa • 1.489 Palavras (6 Páginas) • 267 Visualizações
Sociologia e Direito – A ideologia como desconsiderarão do caráter científico
A Verdade é entendida como a propriedade de estar em conformidade com os fatos ou a realidade, ou ainda, a condição de uma afirmação de coisa, fato ou evento real no campo da percepção humana. A verdade como significado sempre foi e será objeto de busca e compreensão do homem, desde os tempos de sua condição de ignorância no limiar do início da vida social, seja agrupamento em cavernas, ou na em aglomeração tribal de nômades caçadores coletores.
A busca do significado da verdade é de tal importância para a condição humana que filósofos como Sócrates, Aristóteles, Platão, Santo Agostinho, São Tomás de Aquino, dentre outros, imbuídos do sentido da razão e no contexto de seu tempo, debruçaram seus esforços na busca da verdade (das verdades) enquanto elemento indissociável da razão que observa a realidade dos fatos, e elabora o raciocínio destes na compreensão da verdade substancial. Esse processo seguiu até a modernidade e seguirá adiante, como ínsito a condição humana.
Dessa evolução movida pelo anseio dos homens pela, razão, conhecimento e verdade, muitos aspectos foram eleitos como prioridade se sua reflexão e pensamento. Em particular pode-se entender a busca pelo sentido de liberdade social dentro da convivência em sociedade, característica essa inerente da condição humana de ser social.
Sistema de governo, organização e estrutura social, poder, política, representação, liberdade civil e individual, distribuição dos frutos do trabalho e do emprego do capital, todas foram questões que coadunaram o pensamento na pré e pós era das ideologias políticas da revolução francesa.
Os revolucionários da queda da Bastilha derrubaram as antigas estruturas da aristocracia encastelada, mas edificaram novos muros para preservam sua própria ideologia em detrimento das demais, reforçando seu próprio entendimento de mundo e verdade. Nesse ponto, a supremacia da ideologia dogmática passa a ser matéria e instituto de dominação social que alicerça as estruturas de controle de um dado regime. Nessa revolução específica, tem-se a exemplo a supremacia do juspositivismo, em cuja ideologia de pensamento jurídico, baseado na pretensa idéia de igualdade, liberdade, e fraternidade, perseguiu dissidentes de toda sorte e ceifou a vida de milhares ao longo dos seus quase 100 anos de consolidação. De certo, pela verdade dos fatos históricos postos uma vez que tal movimento de extensão de direitos nega o jusnaturalismo, e priva o ser humano do direito incito a sua condição humana.
A sociologia surge como resultado dessa efervescência do caldo intelectual, social, econômico, político e cultural da era moderna da história humana. E nasce com o virtuoso intuito de promover o estudo científico da organização e do funcionamento das sociedades humanas, bem como das leis fundamentais que regem as relações sociais, as instituições, dentro outros aspectos concernentes a vida do homem sociedade. Assim sendo, como ciência orienta-se pela descrição sistemática e análise de determinados comportamentos sociais.
Como ciência social é virtuosa, mas como ciência social aplicada, entendida como aquela pela qual se propõe e se executa reengenharia social que muda estruturas da sociedade, a luz dos fatos históricos contemporâneos, é uma atrocidade enquanto instrumento a serviço nas perversidades e misérias do poder do Estado em relação a sua população.
Entende-se tal verdade a exemplo da Revolução Russa de 1917, implementada com base na sociologia como ciência social aplicada, usada como instrumento intelectual, político, técnico, ideológico e prático, cujo resultado culminou em 20 milhões de homens, mulheres e crianças mortos, em prol instalação, manutenção e disseminação do comunismo como nova estrutura social de equidade social. Esse número de mortos é incomensurável, mas contabiliza somente a tragédia envolvendo a união soviética.
O golpe de Estado bolchevique do início Revolução Russa de fato extinguiu o czarismo em favor da ascensão um grupo de políticos idealistas, como Lenin, Trostsky, Stalin, na busca de uma nova era para humanidade, por sociedade mais justa, igualitária. O comunismo então, foi inspirado do pensamento do sociólogo Marx, traduzido como reengenharia social que materializaria esse ideário em realidade. São alguns dos legados dessa época de engenharia social calcada na sociologia: os inúmeros massacres em larga escala, deportações de populações inteiras para gulacs na Sibéria, sem chance de sobrevivência, os expurgos assassinos que de opositores do regime, a morte por fome e inanição como política de governo para substituição de etnias e populações, como no caso da Ucrânia... e tantos outros exemplos.
Como elemento de exportação cultural, a sociologia como ciência social aplicada gerou 65 milhões de mortos na China Comunista, 1 milhão de mortos, no Vietnã, 2 milhões de mortos na Coréia do Norte; 2 milhões de mortos no Camboja, 1 milhão de mortos nos países do leste Europeu, 1,5 milhão de mortos na África; 1,5 milhão de mortos no Afeganistão, e outros 150.000 mortos na América Latina, mais precisamente em Cuba, a ilha da utopia caribenha do comunismo, dos idealistas Fidel Castro e Che Guevara.
Mas como a verdade é a verdade, e a ciência não se confunde com mística da ideologia, a sociologia tem nova oportunidade no campo da razão com a queda do Muro de Berlim em 1989. Desse marco temporal a sociologia apartada da ideologia, mas apoiada com outras ciências sociais, incluindo a própria história, elucida-se mais claramente o significado da utopia de paraíso comunista proposto pela reengenharia sociológica, mais ligado ao inferno das práticas sociais inumanas, levadas a cabo em prol do ideal ideológico de uma sociedade justa.
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