Trabalho apresentado a Disciplina de Cultura Religiosa: pessoa e sociedade na PUC Minas Contagem.

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS

Faculdade de Direito

Natalice Guedes Moreira

A Tolerância

Contagem

2016

Natalice Guedes Moreira

A Tolerância

Trabalho apresentado a Disciplina de Cultura Religiosa: pessoa e sociedade na PUC Minas Contagem.

Orientador: José Ruiz Guillén

Contagem

2016

1-Na sua opinião, que é a tolerância (elementos, conceitos que devem fazer parte dessa definição).

        Acredito que tolerância seria uma virtude em que nós atingiríamos um estado de civilidade tal que fosse possível agir com respeito diante daquilo que nos for diferente ou contrário. Não é simplesmente tolerar opiniões, crenças, pensamentos diferentes mas sim respeitar tal diferença seja ela qual for. Vejo a tolerância como uma das virtudes mais difíceis de serem alcançadas na atualidade, por estamos emergidos num século de grande intolerância as diferenças, crenças, pensamentos e pessoas, pois vivemos em uma época marcada pela mundialização da economia e pela aceleração da mobilidade, da comunicação, da integração e da interdependência, das migrações e dos deslocamentos de populações, da urbanização e da transformação das formas de organização social. E acredito que uma das melhores maneiras de agirmos tolerantemente com um critério de limite ao não tolerar tudo, mas tolerar o necessário esteja baseado no fato de amar ao próximo. Com isso se alguém agiu para o mal teu ato não deve ser simplesmente tolerado, a partir do momento que se possa colocar no lugar do oprimido, da vítima. E quando nos colocamos no lugar do outro perceberemos a situação em que a Tolerância seria admitida. A educação é o meio mais eficaz de prevenir a intolerância, pois é uma das maneiras de atingirmos um meio termo, ensinando e proporcionando aos indivíduos entender quais são seus direitos e suas liberdades com intuito de assegurar seu respeito e de incentivar a vontade de proteger os direitos e liberdades dos outros.

2-Estudo de caso

2.1                Em janeiro de 2016, o presidente do Irã, Hassan Rouhani, visitou a França e a Itália. No primeiro pais não foram oferecidas refeições porque o governo de François Hollande não aceitou o pedido iraniano de retirar o vinho da mesa; já na Itália, o primeiro ministro Matteo Renzi, foi duramente criticado por mandar cobrir as estátuas de mulheres nuas dos Museus Capitolinos, em Roma, durante a visita de Hassan Rouhani.

        No caso 2.1 O Presidente do Irã em ambas as situações possui o direito de ter suas crenças e querer respeitar sua cultura independentemente do lugar em que esteja. Porém baseando até mesmo no conceito de Tolerância que nos é concedido pela Declaração de Princípios sobre a Tolerância aprovada pela Conferência Geral da UNESCO em sua 28ª reunião Paris em16 de novembro de 1995, tolerar é o respeitar, aceitar e ter apreço da riqueza e da diversidade das culturas de nosso mundo, de nossos modos de expressão e de nossas maneiras de exprimir nossa qualidade de seres humanos. A tolerância é a harmonia na diferença. Assim como o Presidente do Irã tinha direito em manifestar sua cultura o governante Francês o direito de manter sua cultura. Porém o que houve nesta situação de  François Hollande não aceitar o pedido iraniano de retirar o vinho da mesa, foi um ato intolerante na visão dos iranianos porque este não cedeu a um pedido. Porém a tolerância não é uma concessão, é, antes de tudo, uma atitude ativa fundada no reconhecimento dos direitos universais da pessoa humana e das liberdades fundamentais do outro. Com isso não vejo motivos pelos quais o governo francês não podia abrir mão de um rito cultural deles em favor dos visitantes, já que a tolerância é também aceitar as diferenças dos outros. Contudo em uma das notícias pesquisadas tem-se que : ”Rohani não toleraria até mesmo que os não-muçulmanos consumissem bebidas alcoólicas em sua presença.” e neste quesito eu considero intolerante o fato de não conseguir suportar que outras pessoas além dele tomassem bebidas alcoólicas em sua presença, afinal tolerância é respeitar a diferença. E quando analisamos as notícias sobre a Itália, o pedido das autoridades iraniana foi que fossem cobertas as estátuas nuas que decoram a sede histórica da prefeitura de Roma, durante a visita de Rohani. E as autoridades Italianas aceitaram tal pedido e as cobriram com painéis brancos. Se vermos que houve uma hospitalidade por parte do governo italiano veríamos que eles foram tolerantes com a cultura iraniana a fim de sobrepor sua própria cultura, e não acredito que o papel da tolerância seja tal extrema a chegar a este ponto dele ter rejeitado a própria cultura e toda a questão que permeia a tolerância está no fato de saber viver com as diferenças.

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