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Ética e Teoria da Justiça do Curso de Direito Universidade Cândido Mendes

Por:   •  26/6/2017  •  Resenha  •  1.250 Palavras (5 Páginas)  •  364 Visualizações

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RESENHA

EICHMANN EM JERUSALÉM

Resenha apresentada à Disciplina de Ética e Teoria da Justiça do Curso de Direito Universidade Cândido Mendes como requisito para composição de nota na P2 da referida disciplina.

 Arendt, Hannah. Eichmann em Jerusalém. São Paulo: Companhia das Letras. 1999. 336p.

A filósofa, escritora, jornalista, teórica política, professora universitária, judia e alemã Hannah Arendt foi designada pelo "The New Yorker" para escrever sobre o julgamento de Adolph Otto Eichmann, funcionário do governo nazista, responsabilizado por crime contra a humanidade pelo extermínio de judeus através da chamada "solução final". Dada a barbaridade dos atos cometidos contra os judeus corroborados por Eichmann, esperava-se um monstro. 

Da visão de Hannah Arendt sobre o julgamento, surgiu a obra "Eichmann em Jerusalém- Um Relato Sobre a Banalidade do Mal". Na obra a autora concentra-se de modo mais forte no diálogo do pensamento filosófico sobre a responsabilidade, o totalitarismo, a políticas a verdade e o mal por meio da dialética.

Fica nítido na obra da filósofa a idéia de que Eichmann não é um monstro ou um psicopata ávido, é sim um medíocre burocrata e em que seu maior objetivo era seguir o que lhe era imposto. Em sua tese, Arendt, escreve que Eichmann afirmou repetidas vezes que praticava o mal sem qualquer motivo ou razão pessoal, somente estava à cumprir ordens e que no cerne do contexto de burocratização do extermínio judeu houve um colapso moral e um problema chamado de “banalidade do mal”. Na Alemanha a banalidade do mal ocorria de forma que o mal era simplesmente praticado seguindo um sistema e as pessoas nem sequer notavam que ele ainda existia, ele torna-se banal. Sobre esse mal Arendt, propõe investigar os aspectos.

Arendt tbm preocupa-se em investigar as implicações morais e civis em relação à responsabilidade individual que resultaram na morte banal de milhões de Judeus.

A estruturação da obra se dá em 15 capítulos e distribuídos em 336páginas.

A obra é iniciada de uma forma um tanto quanto peculiar, no primeiro capítulo, intitulado “A Casa Da Justiça”, a autora descreve detalhadamente o cenário onde o julgamento ocorre, transportando o autor para a Beith Hamishpath. A formação da Corte era de 3 juízes, o advogado de defesa, o promotor com 4 advogados assistentes. É feita a apresentação do caso, sobre quando o primeiro ministro de Israel Ben-Gurion mandou que raptassem Eichmann para que fosse julgado perante um tribunal de judeus e com a ideia de que se conseguiriam ser localizados e julgados outros nazistas a partir desse julgamento, empreitada bem sucedida já que durante o capítulo nos é contado que vários crimes cometidos por nazistas foram julgados a partir do caso Eichmann.

II- Neste capítulo, intitulado de "O Acusado" fala-se mais a respeito da vida de Eichmann, suas vitórias, realizações e fracassos, até sua entrada na Força Militar Nazista. No capítulo também o réu reafirma a sua ideia de ser inocente, alegando que jamais teria matado qualquer pessoa e que ele somente era um burocrata que cumpria regras, mesmo sabendo que a deportação dos judeus em certas condições levaria à morte, ele agiu obedecendo às leis vigentes

O terceiro capítulo da obra é intitulado, "Um Perito Na Questão Judaica, nele é narrada a carreira de Eichmann no governo alemão e a ascensão do acusado, seu sucesso trabalhando numa espécie de emigração forcada, conseguindo emigrar 45mil judeus em somente 8 meses e da criação de um sistema em que a toda a questão emigratória era resolvida num só dia e no mesmo prédio. Destacando que o assassinato em massa dos judeus não era a ideia inicial e sim a deportação deles.

No quarto capítulo, nominado "A Primeira Solução: Expulsão", é relatado o que a autora chama de "primeira solução" que consistia na expulsão dos judeus do território alemão. É interessante que o réu se vangloria por teoricamente ter considerado que salvou milhares de judeus do massacre com a deportação para a Europa, ele era comandante da deportação em Viena.

O quinto capítulo, "A Segunda Solução: Concentração", aborda questão dos campos de concentração e como eles vinham sendo apontados como "solução" à presença dos judeus, uma vez que com a guerra os judeus não tinham para onde ser mandados. Eichmann trabalhou em 2 planos que não tiveram sucesso, mas que serviram para de subterfúgio para esconder as intenções dos nazistas de exterminar todos os judeus, o "plano Madagascar" é outra par aqui os judeus pudessem ter "Terra sob seus pés".

O sexto capítulo, "A Solução Final: Assassinato", se chega onde os nazistas almejavam, após a expulsão e a concentração, se chega ao que se convencionou chamar de "solução final", nela havia o extermínio judeu em massa. Eichmann foi um dos primeiros integrantes da SS em níveis inferiores a saber do plano. Não era algo mostrado às claras, ficava restrito aos altos escalões e em códigos. Eichmann foi mandado para verificar as atividades de extermínio da solução final, nunca se negou a obedecer o que lhe era designado, nem jamais pediu transferência da atividade, mesmo jamais tendo participado diretamente

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