A Analise Macroeconômica
Por: MIRELLE OLIVEIRA FONSECA • 11/5/2023 • Pesquisas Acadêmicas • 666 Palavras (3 Páginas) • 105 Visualizações
A política monetária é uma das principais ferramentas que o governo possui para controlar a economia de um país. No caso do Brasil, o Banco Central é responsável por definir a taxa básica de juros, a Selic, que é utilizada como referência para as demais taxas de juros praticadas no mercado financeiro. A decisão sobre a taxa de juros leva em consideração diversos fatores, como a inflação, o nível de atividade econômica, o comportamento dos preços de commodities, a situação fiscal do governo, entre outros. O objetivo principal é manter a estabilidade dos preços e, ao mesmo tempo, estimular o crescimento econômico.
Nos últimos meses, a inflação no Brasil tem apresentado um comportamento acima do esperado, pressionada pelo aumento dos preços de alimentos e combustíveis. Esse cenário tem gerado preocupação no governo e nos agentes econômicos, uma vez que a inflação pode comprometer o poder de compra da população e a competitividade das empresas brasileiras. Diante desse contexto, o Banco Central tem mantido a taxa de juros em níveis elevados, como forma de conter a inflação. No entanto, essa decisão tem sido alvo de críticas por parte de diversos setores da sociedade, que argumentam que os juros altos prejudicam o crescimento econômico e a geração de empregos. É importante destacar que a decisão sobre a taxa de juros não é uma questão simples e envolve muitos trade-offs. Por um lado, a redução dos juros pode estimular o consumo e o investimento, impulsionando a economia. Por outro lado, a redução dos juros pode aumentar a inflação e comprometer a estabilidade econômica a longo prazo.
No início deste mês, o presidente da instituição, Roberto Campos Neto, foi ao Senado em duas ocasiões para falar sobre o tema. As declarações dadas por Campos Neto não apaziguaram a tensão com membros do governo, que vêm pressionando a autarquia para diminuir os juros. No Dia do Trabalho, Lula voltou a criticar o patamar da Selic, dizendo que a taxa de juros “controla, na verdade, o desemprego”. Em entrevista à Folha, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, chamou Campos Neto de “empata gol” na economia.
Em sua avaliação de riscos para a inflação, o BC elencou entre os fatores que puxariam os preços para cima, “a incerteza ainda presente sobre o desenho final do arcabouço fiscal a ser aprovado pelo Congresso Nacional e, de forma mais relevante para a condução da política monetária, seus impactos sobre as expectativas para as trajetórias da dívida pública e da inflação, e sobre os ativos de risco”. Apesar da decisão contrariar a vontade da ala política do governo, desde o encontro de março, as expectativas de inflação dos economistas continuaram se deteriorando e a atividade econômica mostrando força com o vigor do mercado de trabalho, apesar da política de juros.
Ademais, na terceira reunião do Copom no novo governo Lula, o colegiado afirmou que a apresentação do arcabouço fiscal reduziu parte da incerteza, mas que a conjuntura é marcada por um processo de desinflação que tende a ser lento em meio às expectativas de inflação desancoradas. Segundo o colegiado, esse contexto demanda maior atenção na condução da política monetária. O Banco Central ainda repetiu que vai continuar vigilante, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa Selic por período prolongado será capaz de assegurar a convergência da inflação à meta. Mas acrescentou que o cenário de retomada da alta de juros é menos provável, embora garanta que não hesitará em tomar esse caminho caso o processo de desinflação não ocorra como o esperado. Na Focus, apresentada abaixo, a projeção para a Selic no fim de 2025 continuou em 9,00%, mesma mediana de quatro semanas atrás. O boletim ainda trouxe a projeção para a Selic no fim de 2026, que subiu de 8,88% para 9,00%, de 8,75% um mês antes.
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