A CONTRIBUIÇÃO DA ECONOMIA CIRCULAR NA EFETIVIDADE DOS OBJETIVOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NO ESTADO DO CEARÁ

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08 a 11 de outubro de 2019

A CONTRIBUIÇÃO DA ECONOMIA CIRCULAR NA EFETIVIDADE DOS OBJETIVOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NO ESTADO DO CEARÁ

1 Darwin Nascimento Oliveira, Gabriel Afonso Fernandes de Castro, Juliana Azevedo da Silva, Junivan Rocha Medeiros, Mikael da Silva Colaço, 2Laudemira Silva Rabelo

1 Estudantes do Curso de Economia Ecológica da Universidade Federal do Ceará

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2 Professora do Departamento de Estudos Interdisciplinares, da Universidade Federal do  Ceará.

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GT19: Jovens Pesquisadores

Resumo

Neste trabalho, pretende-se apresentar uma análise sobre as possibilidades de incorporar a Economia Circular na efetividade dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável para a compreensão da importância das questões ambientais. Os documentos utilizados para esta investigação são fontes primárias e secundárias. Foi realizado um estudo com abordagem qualiquantitativa a nível estadual, envolvendo a aplicação das estratégias da Economia Circular e da Política de Resíduos Sólidos. A Política de Resíduos Sólidos e a implantação da economia circular buscam construir um ambiente propício ao desenvolvimento da economia sustentável no país. É constatado que há insuficiências e deficiências de políticas públicas ambientais, e por consequência, há resistência das empresas à incorporação de práticas que visem e assegurem a efetividade do desenvolvimento sustentável no estado do Ceará.

Palavras-chave: Desenvolvimento sustentável. Resistência. Resíduos sólidos.

Introdução

As grandes mudanças tecnológicas do período histórico recente estão ensejando inovações nos paradigmas de organização econômica. Em particular, nas estruturas de um modelo econômico linear, em direção a um de caráter circular. Reciclar, reduzir e reutilizar são algumas das características fundamentais desse novo paradigma econômico. Entretanto, por serem inovações conceituais relativamente recentes, sua aplicação prática ainda encontra empecilhos e limitações, conforme apresentado mais adiante neste escrito.

Objetivos

Esta pesquisa objetiva analisar A Contribuição da Economia Circular na Efetividade dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável do Estado do Ceará. Para tal, definiu-se os seguintes objetivos específicos: a) Descrever as vantagens do modelo de Economia Circular, detectando sua eficiência socioeconômica e ambiental no estado do Ceará; b) Analisar as potencialidades e limitações dentro de empresas cearenses que utilizam a economia circular; e c) Identificar a contribuição e os desafios da implantação da Política de Resíduos Sólidos no cenário Estadual.

Metodologia

Neste artigo, optou-se por realizar uma pesquisa com fontes primárias e secundárias para analisar os conceitos e vantagens da Economia Circular, com evidências restritas ao Estado do Ceará. Produziu-se um estudo com abordagem qualiquantitativa, identificando as potencialidades e limitações por meio de uma pesquisa exploratória sobre empresas que aplicam as estratégias de implantação da Economia Circular no estado; bem como analisando as Políticas de Resíduos Sólidos, a partir de normas, legislações, regulamentações e de registros documentais, com referências governamentais, artigos científicos e dados que serão dimensionados através dos resultados pesquisados.

Resultados e Discussão

O modelo econômico ‘extrair, transformar, descartar’ da atualidade está atingindo seus limites físicos. A Economia Circular é uma alternativa atraente que busca redefinir a noção de crescimento, com foco em benefícios para toda a sociedade. Isto envolve dissociar a atividade econômica do consumo de recursos, e eliminar resíduos do sistema por princípio. Apoiado por uma transição para fontes de energia renovável, o modelo circular constrói capital econômico, natural e social. (MACARTHUR FOUNDATION, 2019).

“A Economia Circular tem benefícios operacionais e estratégicos, ambos em níveis micro e macroeconômico. Este sistema agregou diversos conceitos criados no último século, como design regenerativo, economia de desempenho, “cradle to cradle” (do berço ao berço), ecologia industrial e blue economy, para desenvolver um modelo estrutural para a regeneração da sociedade. O conceito de Economia Eircular é baseado nessa inteligência da natureza, onde os resíduos são insumos para produção de “novos produtos”.” MOTA; GUELERE, 2017, p. 200). “Portanto, representa um potencial econômico no mercado futuro, em função da crescente exigência do mercado consumidor por produtos sustentáveis e da provável escassez de recursos. Apesar disso, o modelo circular “economicamente perfeito” não é ainda colocado em prática, visto que o pleno funcionamento dessa economia ultrapassa os conceitos de reciclagem e logística reversa e demanda o uso correto e parcimonioso de recursos naturais, uso de materiais que não agridam o meio ambiente, utilização de fontes renováveis de energia, entre outros.” (MOTA; GUELERE, 2017, p. 201).

“De qualquer forma, o mérito deste modelo é demonstrar que trazer materiais já utilizados de volta ao ciclo produtivo é economicamente vantajoso e rentável, embora haja necessidade de atenção ao planejamento para aplicação das estratégias, incorporação e aperfeiçoamento dos processos produtivos com a finalidade de não causar danos ao meio ambiente, como enfatiza o conceito de “cradle to cradle”, que é a proposta da não geração de resíduos no processo de produção e consumo dos produtos (inspirada nos sistemas de fluxo de nutrientes da natureza em que nada é desperdiçado e não existe um fim, pois com o término de um ciclo outro se inicia). “(MOTA; GUELERE, 2017, p. 202).

“O Brasil ainda enfrenta dificuldades na implantação da Economia Circular devido à própria Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS)– tenta criar um ambiente propício ao crescimento da economia sustentável no país – que determina a responsabilidade das organizações de criar formas de descarte de resíduos através da logística reversa. É preciso que a PNRS se torne efetiva e, consequentemente, a economia circular tomará forma, concretizando a regularidade entre a tríade da sustentabilidade: ambiental, econômica e social.” (MOTA; GUELERE, 2017, p. 202).