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A ECONOMIA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA

Por:   •  5/5/2017  •  Projeto de pesquisa  •  2.081 Palavras (9 Páginas)  •  206 Visualizações

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ECONOMIA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA
1- O processo de industrialização: do processo de expansão capitalista do fim do séc. XIX às crises dos anos 1920; da industrialização brasileira dos anos 1930 ao fim dos anos 1955; os anos do governo JK. Os anos de 1960 e 1970: desaceleração do crescimento; inflação e reformas; o retorno ao crescimento e suas distorções; choques externos; os programas e os planos de desenvolvimento; 

No primeiro período entre 1500-1808, se fazia restrição ao desenvolvimento de atividades industriais no Brasil. Havia apenas uma pequena indústria para consumo interno.
Na primeira fase do segundo período, de 1808-1850, foram abertos os portos ao comercio exterior com a fixação de altas taxas de câmbio com privilégios para os portugueses e ingleses, que era o momento da implantação do processo de industrialização, com forte protecionismo. Neste período o desenvolvimento industrial foi mínimo devido à forte concorrência dos produtos ingleses. 
Na segunda fase do segundo período, de 1850-1930, é assinada a lei Eusébio de Queirós, proibindo o tráfico intercontinental de escravos. A partir daí, os capitais que seriam investidos na compra de escravos ficaram disponíveis e foram aplicados no setor industrial. E a cafeicultura que estava em pleno desenvolvimento, carecendo de mão de obra, atraiu muitos imigrantes. Durante esse período o setor que mais cresceu foi o têxtil, favorecido em parte pelo crescimento da cultura de algodão, em decorrência da Guerra de Secessão dos EUA. 
O Brasil é uma nação muito jovem, a formação inicial da economia brasileira foi de um grande exportador de matérias primas e de bens primários, e por outro lado, de um grande comprador de bens de consumo e bens de capital desses mesmos países. 
O fornecimento de produtos fabricados no exterior ganha espaço no mercado brasileiro até meados de 1930 devido principalmente a: inexistência de capital fixo e de giro disponíveis aos industriais, ou seja, inexistência de poupança interna; o governo não impunha barreiras para os produtos com baixas margens de ganho; o foco do financiamento dos investidores (instituições financeiras estabelecidas localmente) era o governo e o comércio exterior; os pequenos industriais não tinham peso/ abertura política; ausência de energia (carvão), consumida quase que integralmente pelos grandes industriais; logística. 
Diante de todas essas dificuldades, restou ao industrial brasileiro o ramo alimentício, têxtil, de bebidas e confecções. O Brasil importava apenas 14% desses gêneros, e representavam 75% das riquezas produzidas.
Com o início da Primeira Guerra, o Brasil viu-se em boas condições de exportar produtos semimanufaturados, têxteis e alimentos para os países de onde importava. Até porque, eles em guerra precisavam ser abastecidos desses gêneros.
A verdade é que o governo não aproveitou a oportunidade para desenvolver uma política industrial voltada à manutenção desse esforço produtivo a longo prazo, capacitando a mão de obra local, ou mesmo criando mercado interno para esses produtos. 
A crise de 29 foi uma crise de superprodução. Com o fim da Primeira Guerra, os países europeus compravam alimentos e produtos industrializados dos EUA para se manter. Quando eles se recuperaram, passaram a importar cada vez menos dos EUA que não tinha mais para quem vender seus produtos. Oferta maior que a demanda, queda brusca de preços, diminuição da produção, desemprego, crise. 

A crise de 29 trouxe grandes agravantes à economia brasileira, toda embasada na exportação de café, trazendo grandes mudanças políticas e sociais. Se por um lado foi um grande abalo aos países industrializados, para os países manufatureiros como o Brasil acabou forçando o processo de industrialização. Uma vez que o Brasil teria que se manter, não teria para quem vender o seu café, e nem de quem comprar seus produtos. O mercado interno teria que se desenvolver. 
Processo de industrialização da década de 1920 |
21-24: Aceleração- valorização do café, investimento em máquinas. |
24-29: Desaceleração- Para a retomada das importações. |

1930-1945 Era Vargas- Vargas forjou o Estado como vemos hoje, com suas políticas modernizadoras e transformadoras, embora ele não tenha sido o único. Em resposta a crise financeira que interrompeu os fluxos econômicos internacionais e diminuiu a capacidade de importação, optou pelo corte das despesas e negociações pontuais da dívida externa.
Uma boa política de substituição das importações deve ser sistemática, ou seja, não pode produzir qualquer coisa, a qualquer custo e de qualquer forma. Um país pode implantar uma política de substituição por vários motivos: para se prevenir de escassez, guerras, etc. 
Diversos fatores explicam o nascimento da indústria no Brasil: formação de capital inicial a partir do comercio exportador e da lavoura cafeeira, a política de valorização do café, a política de incentivo à migração, a Primeira Guerra Mundial.
1956-1960 Governo JK- Período conhecido como anos dourados devido ao grande processo de industrialização do momento. JK conseguiu aproveitar o período que estabilidade econômica de que o Brasil gozou em seu governo para implantar seu plano de metas com vistas ao desenvolvimento econômico do Brasil. 
Apelou ao capital estrangeiro para a promoção do desenvolvimento industrial; investimento na industrialização pesada com forte participação do setor público; o protecionismo, através do sistema cambial e das alíquotas; a articulação das metas, fazendo com que o desenvolvimento de um setor beneficiasse outros; financiamento inflacionário; e concentração industrial no Centro-Sul, principalmente São Paulo. 
Devido a expressões que utilizava, JK ficou conhecido como nacionalista, e foi sua proximidade política com o movimento nacionalista que desenvolveu a ideologia do nacional-desenvolvimentismo.
O movimento nacionalista- Possuía duas grandes tendências: Nacional desenvolvimentismo e nacional econômico. O primeiro defendia uma industrialização do tipo capitalista com a ase do capital externo, o segundo defendia a industrialização sobre bases nacionais.
Outro segmento de grande influência era o ruralista, é nesse contexto que surge Brasília, JK construiria a nova capital com um conjunto de rodovias integrando várias regiões a Brasília. Para os industriais era a integração da população do interior com a litorânea ampliando o mercado consumidor interno. Para os ruralistas era a oportunidade de ampliação das fronteiras agrícolas e de novos latifúndios. JK se posicionou a favor dos ruralistas, tanto que para a população interiorana não foram bons tempos. 
A política econômica foi marcada pela política cambial e de comércio exterior, bem como pela política industrial delineada pelo Plano de Metas essas políticas provocaram grandes transformações na sociedade e na economia brasileira. Três campos afetaram as decisões de JK na área político-econômica: o campo internacional, o Estado e os setores econômicos. No entanto, havia três prioridades inegociáveis para ele: o crescimento, a construção de BSB e a decisão de não fazer reforma cambial. 
Formou grupos executivos para implantarem suas metas. No contexto dos dois primeiros anos do seu governo, o Ministério da Fazenda o Conselho de Desenvolvimento e o BNDE foram importantes elementos de sua política. 
Nos dois anos posteriores a inflação cresceu surgindo manifestações e greves por todo o país. JK manteve firme suas metas, o que marca o período como de grande centralização das decisões econômicas. Com tudo isso foi bem sucedido na consecução de suas metas industriais.
Com isso houve criação de empregos, aumento do consumo pela classe média.
Quanto à política cambial e de comércio exterior não obteve tanto êxito, então procedeu ao incentivo cambial, favorecendo a instalação de grandes complexos industriais, também contribuiu a medida de emissão de licença do governo Café Filho 1955.
Com relação a importações e exportações, manteve a política cambial estabelecida no governo de Vargas, e mediante tal política que captou receitas para os gastos resultantes da construção de Brasília.
Tamanha abertura ao mercado estrangeiro acabou estremecendo a relação do governo com a burguesia local. JK conseguiu também a insatisfação do FMI e por fim cortou relações até 1960- uns 2 anos. 
A partir de 1958 houve a simplificação do sistema cambial mediante tarifa organizada e produzida na CNI- gradual redução de controles (licenças prévias, cambio múltiplo, quotas de importação), isso respondia em partes as recomendações do FMI.
Em 1960 a balança comercial ficou deficitária, os fluxos de capital privado se reduziram e aumentou o pagamento de serviços no exterior, o que levou o governo a reatar com o FMI e sacar empréstimos a curto prazo. 
Pontos positivos do governo JK | Pontos negativos do governo JK |
Desenvolvimento e ampliação do parque industrial do país | Grande presença do capital externo |
Infraestrutura- energia e transporte | Grande aumento dos gastos públicos |
Brasília (aceleração do crescimento na região central ,etc) | Deixou alta inflação e dívida externa e balança de pagamentos |
Estabilidade política do seu governo- fundamental p/ Plano de Metas | Proteção da elite rural (população rural não se beneficiou c/ seu governo) |
Fundamentalmente se beneficiou SP. A indústria de bens de capital.
1960 e 1970- Não há dúvidas que uma das principais razões para o agravamento da instabilidade econômica, principalmente do péssimo estado das contas públicas, das contas externas e o agravamento da inflação no Brasil a partir de 61 foi o modelo de desenvolvimento adotado pelos governos anteriores, em especial as estratégias adotadas no governo JK e seu Plano de Metas.
Jânio Quadros assume nesse contexto em 1961, e impõe uma nova dinâmica de desenvolvimento ao país, rompendo drasticamente com planos e objetivos traçados por seus antecessores. No campo econômico tomou medidas também drásticas, extinguindo, por exemplo, a política de controle cambial e nada fazendo de concreto para combater os altos índices de inflação instalados. Em meio a essa turbulência e sem apoio político, renuncia.
Assume em setembro de 1961 o vice, João Gulart, durante o governo Jango, o foco serão as reformas de base na economia nacional, conforme defendidas pelo Plano Trienal de Desenvolvimento Econômico e Social, que tinha como objetivo o crescimento econômico combinado com medidas de caráter social, como a implantação da reforma agraria, da reforma bancária e educacional, além da contenção da inflação. Porém o plano não tratava das sérias e emergentes decisões que precisavam ser tomadas para corrigir os rumos da economia nacional. 
Durante o seu governo o país volta a ser assombrado pela problemática da necessidade de importação de máquinas e equipamentos, combinado com a baixa no preço das exportações de produtos primários, agravou mais ainda o péssimo desempenho das contas externa nacionais. Esse desequilíbrio da balança comercial, combinado com o aumento da dívida externa, bem como o desequilíbrio dos gastos públicos, eram os motores de uma inflação crescente e de difícil controle. 
Preocupado em implantar suas políticas econômicas expansionistas e suas ações de caráter social, o governo Jango acabou abrindo espaço para um período inflacionário que gerou forte reação contrária dos setores ainda mais conservadores da classe média, dos industriais e do setor financeiro, com inflação na casa dos 80% em 63. A sua falta de resposta a crise econômica, preferindo renegociar a dívida externa e dar continuidade a suas políticas nacionalistas e de reformas populares, criou um clima de incerteza política e social, que combinada com as incertezas no campo econômico, possibilitaram sua deposição pela Junta Militar em abril de 64.
Análise importante: Todo o processo de promoção da substituição de importações, apesar de ter transformado de forma significativa a economia e a sociedade brasileira, não obteve sucesso na questão da distribuição de renda para a maioria da população e no desenvolvimento em grande escala de tecnologias próprias nacionais. A despeito dos grandes esforços de Vargas, JK, em todo o período de 1930-1960 não houve a conclusão da montagem do parque industrial. A combinação de uma indústria voltada para o consumidor local, e uma exportação concentrada em bens não-industriais, que acabou por consolidar um modelo de desenvolvimento dependente dos grandes centros industriais como EUA e Japão. 
Governo Militar, 1964-1984- Era fundamental que o governo militar conseguisse o apoio da população para se manter no poder. Com objetivo de fomentar o desenvolvimento, optou pela expansão do endividamento externo para operar o “milagre econômico”. O Brasil vivenciou esse milagre de 68-73. Com crescimento de 10% ao ano e inflação abaixo de 20%, tornou-se um grande importador de bens de capital (maquinas e equipamentos), ganhando incentivos à exportação (com o benefício da moeda desvalorizada) e reformas financeiras e fiscais. 
Com a crise internacional do petróleo em 73 o fluxo de capital externo diminuiu significativamente, voltando a inflação a crescer a galopes. Com menos recursos em caixa, maiores dificuldades de refinanciamento da dívida externa e descontentamento social. 
Como resposta foi lançado o II PND- Plano Nacional de Desenvolvimento, com vistas a sustentar a produção interna sem necessidade de importações em larga escala, alcançado parcialmente no período. Com início de um lento e gradativo processo de abertura política e passou-se a focalizar a contenção da inflação.
Durante o último período da ditadura as coisas foram de mal a pior, a inflação chegou a 220% a.a. Em 1985, Tancredo Neves é eleito Presidente pelo Congresso (eleição indireta), acabando então o período militar.

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