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A ECONOMIA SOLIDÁRIA E O DESEMPREGO DIANTE DA COMPETITIVIDADE CAPITALISTA

Por:   •  11/7/2018  •  Exam  •  2.272 Palavras (10 Páginas)  •  282 Visualizações

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RESUMO

Raul Carvalho Batista

Com índices desagradáveis de desemprego, questionamentos quanto a capacidade de integração produtiva do capitalismo são levantadas, e é natural que se busque por alternativas para resolver a problemática da absorção de mão-de-obra ociosa da sociedade; nesse cenário, a economia solidária então surge como alternativa para indivíduos deslocados no mercado de trabalho. O texto, baseado em diferentes autores, discute os problemas da competitividade capitalista e suas implicações no que diz respeito a quadro social e econômico, para análise de maneira sucinta sobre a questão de trabalhadores não empregados vigentes no Brasil, ociosos na produtividade. Por outro lado, se apresenta a economia solidária, onde com preceitos de equidade, ajuda mútua e solidariedade, indivíduos se unem para assegurarem uma remuneração frente as dificuldades empregatícias propiciadas pelo sistema econômico. O que os leva a se diferirem de muitas concepções de empresas capitalistas, onde se organizam de maneiras bem contrárias uma da outra, questão essa a ser comparada e analisada como contrapontos; no mais é necessário conhecer até que ponto a economia solidária pode atender como solução para o excedente de cidadãos não empregados.

Palavras-chaves: Competitividade, Solidariedade, Economia, Emprego.

A ECONOMIA SOLIDÁRIA E O DESEMPREGO DIANTE DA COMPETITIVIDADE CAPITALISTA. 

Frente aos avanços do capitalismo até ao contemporâneo, questionamentos permanecem contundentes acerca dessa doutrina econômica, a competitividade promovida pela mesma muitas vezes não assegura oportunidades de inclusão produtiva para os indivíduos que vivem na sociedade, tal como necessita que se pratique a concorrência saudável para seu bom funcionamento, o que não ocorre, são fatores que acabam ocasionando num desdobramento de problemas não só de ordem econômica, mas assim como  igualmente de ordem social. Sendo melhor compreendida sua crise estrutural, através de Meszáros:

A novidade histórica da crise de hoje torna-se manifesta em quatro aspectos principais: (1) seu caráter é universal, em lugar de restrito a uma esfera particular (por exemplo, financeira ou comercial, ou afetando este ou aquele ramo particular de produção, aplicando-se a este e não àquele tipo de trabalho com sua gama específica de habilidades e graus de produtividade etc. (2) seu alcance é verdadeiramente global (no sentido mais literal e ameaçador do termo), em lugar de limitado a um conjunto particular de países (corno foram todas as principais crises no passado); (3) sua escala de tempo é extensa, contínua, se preferir, permanente-, em lugar de limitada e cíclica, como foram rodas as crises anteriores do capital; (4) em contraste com as erupções e os colapsos mais espetaculares e dramáticos do passado, seu modo de se desdobrar poderia ser chamado de rastejante, desde que acrescentemos a ressalva de que nem sequer as convulsões mais veementes ou violentas poderiam ser excluídas no que se refere ao futuro: a saber, quando a complexa maquinaria agora ativamente empenhada na “administração da crise” e no “deslocamento” mais ou menos temporário das crescentes contradições perder sua energia. Seria extremamente tolo negar que tal maquinaria existe e é poderosa, nem se deveria excluir ou minimizar a capacidade do capital de somar novos instrumentos ao seu já vasto arsenal de autodefesa contínua. Não obstante, o fato de que a maquinaria existente esteja sendo posta em jogo com frequência crescente e com eficácia decrescente é uma medida apropriada da severidade da crise estrutural que se aprofunda. (MÉSZÁROS, 2002, p. 795-796).    

 

Nesse contexto então, salienta-se para a Economia Solidária, nascida das imperfeições do capitalismo e dos princípios do cooperativismo, buscando em sua atuação não uma maximização de lucro, característica da competitividade econômica, para que possa ser repartido em diferentes proporções devido ao escalonamento do trabalho, como ocorre nas empresas capitalistas. Mas sim uma distribuição quantitativamente mais equilibrada para que possa garantir aos seus empregados rendimentos mais justos, onde estes não recebem salários, auferem retiradas.  Mesmo que nem todas as cooperativas acabem optando pela divisão estritamente uniforme dessa retirada, a decisão da divisão da mesma se dá por meio de uma assembleia dos sócios que compõe a cooperativa fazendo uso do consenso. (SINGER, 2002)

         A competitividade das empresas não é de todo um mal, mas se torna um. Em um primeiro instante já se é esperado o fluxo natural dessa concorrência: a competitividade entre as empresas acabam por favorecer o consumidor, uma vez que uma competição livre contará com um grande número de vendedores, assim como de compradores, buscando o equilíbrio da oferta e demanda. Contudo, é necessário se ter em mente que a longo prazo a competitividade premia seus vencedores, à medida que estes são compensados com um maior capital fixo em detrimento dos demais, tal como pune seus perdedores, os deixando questões delicadas socialmente e economicamente.  

Nada de errado até então, todavia, a competitividade livre citada é substituída por um oligopólio de empresas que já não permitem uma competição entre muitas empresas, mas sim de organizações que transcendem fronteiras internacionais e controlam o fluxo econômico em diversos países, já que em grande maioria tratam-se de multinacionais, cerceando a potencialidade e a atuação dos demais concorrentes. Afinal, previamente foram favorecidos com um maior volume de capital para seus giros de negócio.

No fim, as empresas componentes do oligopólio, acabam por serem agentes econômicos os quais incidem em fatores macro, e acabam por influenciar mesmo que indiretamente em fatores importantes da sociedade na qual estão inseridas. A concorrência dessas, já por si reproduz efeitos individuais e coletivos na sociedade na qual operam.    

        Não obstante, a sociedade acaba por se comportar conforme a competitividade exposta acima, onde o indivíduo para conseguir a sua inserção no mercado de trabalho, deve deter qualificações e conhecimentos superiores aos dos demais para que de tal forma garanta um meio de remuneração afim de atender suas necessidades básicas e supérfluas.

Contudo, tal como se montam os oligopólios de empresas que limitam as potencialidades das demais fora do nicho privilegiado, também ocorre tal situação com os indivíduos da sociedade capitalista, onde por mais que muitos desejem ocupar um bom cargo remunerado, não possuem as mesmas condições financeiras, e outras vantagens decorrentes dessa condição, dos indivíduos com maior poder aquisitivo que gerarão uma disputa desigual por esses cargos no mercado. Uma vez que estes terão maior capital para aplicar em si.

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