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A Economia Brasileira

Por:   •  3/4/2018  •  Resenha  •  1.312 Palavras (6 Páginas)  •  159 Visualizações

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1800-1850

Segundo Bielschowsky, dentro de uma analise estruturalista, Furtado identifica o problema especifico do subdesenvolvimento brasileiro como sendo a dualidade tecnológica existente entre os anos de 1500 a 1850, ou seja, a coexistência de setores modernos e de subsistência, além de uma escassa diversificação no sistema produtivo.

Celso Furtado explica de forma detalhada a trajetória econômica brasileira, segundo ele a ocupação econômica do território brasileiro é consequência da pressão política exercida sobre Portugal e Espanha. Enquanto a Espanha concentra sua atenção no ouro e metais preciosos, Portugal dá inicio a exploração agrícola das terras brasileiras, cujo êxito foi favorável devido ao elevado conhecimento sobre as técnicas de produção do açúcar e ao auxilio da Holanda financiando as instalações produtivas no Brasil e importando mão de obra escrava.

Porem, durante a permanência no Brasil, os holandeses adquiriram conhecimento e desenvolveram um mercado paralelo e concorrente ao de Portugal nas terras caribenhas. Com a expulsão dos holandeses da região nordeste do Brasil, estes encontraram nas Antilhas condições ideais para a produção do açúcar: clima favorável e uma lto núcleo de população europeia proveniente das invasões por parte da Inglaterra e França.

A maior dificuldade encontrada no mercado açucareiro foi a falta de mão de obra na colônia. Com o desenvolvimento da economia do açúcar e o acumulo de capital, foi possível trazer mão de obra africana para a expansão do negócio. A economia açucareira era muito rica, porem toda essa riqueza era concentrada nas mãos de proprietários de engenho. Nessa economia exportadora escravista, não havia fluxo monetário, visto que boa parte da renda era transferida para o exterior através da importação de equipamentos, materiais e mão de obra escrava.

A abundância de terras próximas ao núcleo açucareiro resultou na criação de um segundo sistema econômico dependente da economia açucareira no nordeste, a atividade criatória que tinha rentabilidade baixa e não necessitava de muita mão de obra. Porem, com a expansão geográfica a distancia entre o núcleo açucareiro e criatório aumentavam, elevando o custo e reduzindo o lucro, tornando a atividade criatória em economia de subsistência.

Houve um rápido crescimento populacional promovido pelo crescimento e extensão da atividade açucareira, porem com a queda do preço do açúcar, o aumento no preço dos escravos e a emigração de mão de obra especializada para a produção de ouro, a atividade açucareira entra num lento declínio. A economia açucareira do nordeste passou então a acomodar as crises do setor exportador. Segundo Furtado o “complexo econômico nordestino” era composto pela economia açucareira e criatória e a forma que assumia esses dois sistemas tornou-se características básica do subdesenvolvimento brasileiro, cuja formação prossegue com o exame da economia escravista.

Com o advento da mineração buscou-se duplicar a população de origem europeia, porem logo após sua implementação, gerou-se grande dificuldade de abastecimento, elevando os preços dos alimentos e dos animais de transporte de modo que o desenvolvimento do mercado formado na região escravista mineira teria sido praticamente nulo. Segundo o autor, a estagnação teria sido aspecto marcante da historia desde o final do ciclo da mineração até meados do século XIX, cuja saída veio através do surto cafeeiro.

O problema que surgiu para resolver a assim viabilizar a expansão cafeeira era o da mão de obra, cuja solução foi dada pela corrente emigratória europeia. Na primeira metade do século XIX (1800-1850) a mão de obra servil ter-se-ia reduzido em função de sua elevada taxa de mortalidade, e a abolição da escravatura se deu quase ao mesmo tempo em que a produção se deslocava para terras mais férteis, porem a força de trabalho escrava livre, voltou-se para atividades de subsistência e aquelas que foram para as lavouras de café passou a exigir altos salários.

Para Leff, durante quase 5 seculos de historia o brasil havia se tornado uma máquina de produzir gente barata: alto numero de trabalhadores pouco qualificados e que custavam pouco, importados, antes de tudo, da África. E mesmo após o fim da escravidão, a restrição ao acesso a terras no século XIX e o incentivo da imigração de trabalhadores europeus com baixa escolaridade foram providenciados para que o mecanismo continuasse assim. Algo que se contrastava com a experiência norte-americana. Leff defende que o ponto para entender o porque o Brasil se tornou um país pobre e com renda per capita inferior aos da Europa e Estados Unidos, estava no século XIX. E que as razões do subdesenvolvimento econômico brasileiro estavam nas dificuldades enfrentadas pelo mercado interno para se articular e crescer de maneira mais rápida, só que ao invés de responsabilizar as relações comerciais com a Europa, como fez Furtado, ele apontava para a falta de integração interna da economia brasileira e o alto custo de transporte, que não contava com uma boa rede de rias para escoar a produção, tampouco havia construído canais ou boas estradas que facilitassem a circulação de mercadorias. Apenas a partir da década de 1850, quando as ferrovias começaram a ser construídas, o mercado interno se expandiu, aumentado a produção agrícola e finalmente o país se industrializou.

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