A Economia Brasileira III
Por: Dimitri Bentok • 19/9/2018 • Artigo • 567 Palavras (3 Páginas) • 217 Visualizações
4 - BRASIL
JK (1956 – 61)
O elemento de destaque do governo Café Filho (54-56) é a Instrução 113 da Sumoc, que permitia a importação de maquinas e equipamentos sem cobertura cambial. Isso significa que, podia-se pode importar maquinas e equipamentos sem a garantia de existência de reservas estrangeiras no balanço. O governo de JK fez intenso uso dos recursos dessa instrução em seu Plano de Metas. Haveria investimentos em áreas consideradas prioritárias: energia, transporte (infra-estrutura), siderurgia, alimentação, educação (com 2% ou 3% dos recursos apenas).
Quando falamos em energia, falamos em energia elétrica, que é fundamental para a modernização. Há necessidade de construção de hidrelétricas, principalmente. Pelo lado dos transportes, temos o advento do rodoviarismo, uma opção do governo brasileiro. Essa opção é boa porque a curto prazo, abrir estradas é muito mais barato e rápido. O rodoviarismo era a forma de ligar os pontos mais distantes do país e implementar uma integração nacional adequada. Na área da siderurgia, temos a alimentação da nova indústria de bens duráveis (Usiminas). O financiamento seria feito através do chamado tripé econômico (K privado nacional, K do governo e K estrangeiro privado). Ainda havia a meta-síntese: a construção de Brasília, que não estava prevista no orçamento original. Para isso, JK usará todos os fundos que conseguir captar.
Jânio Quadros (1961)
Jânio Quadros consegue a renegociação da dívida e novos empréstimos. O governo acaba sendo exitoso no sentido de implementação de políticas ortodoxas. Do ponto de vista macroeconômico interno, Jânio vai levar adiante a tradicional ortodoxia financeira: política monetária contracionista ancorada no aumento do controle sobre oferta de moeda, que havia se expandido de maneira excessiva.
João Goulart (1961-64)
A intenção de seu governo era implantar o pensamento estruturalista no Brasil. Segundo o presidente, o principal entrave ao desenvolvimento latino-americano era a sua estrutura econômica colonial. Se não houvesse a reforma dessa estrutura não seria possível nenhum processo de desenvolvimento econômico. Como exemplo, poderíamos pensar no oligopólio. Esses produtores tinham poderes para reduzir a produção e fazer com que o preço subisse.
Ou seja, era preciso quebrar os oligopólios e isso só poderia ser feito por meio de reforma agrária. Se houvesse um grande número de ofertantes, isso diminuiria a concentração de oferta. Do ponto de vista industrial, a desconcentração deveria ser feita por meio de políticas industriais para aumentar concorrência. Outro ponto problemático era a grande concentração de renda, o mercado consumidor continuava pequeno e a escala industrial e produtiva se mantinha pequena, redundando em altos custos e altos preços. A solução era criar mecanismos para distribuir renda e essas poderiam ser feitas através de aumentos reais nos salários dos trabalhadores. Isso geraria maior mercado consumidor, ampliação da oferta e o aumento do crescimento econômico. Uma outra maneira de redistribuir renda seria através da reforma urbana.
Existiria uma pressão estrutural sobre a inflação e esta só seria corrigida quando reformássemos a estrutura arcaica do país. Com o modelo agrário exportador, a desvalorização é fundamental para a solvência. Estava-se vivendo um novo momento de desequilíbrios nas contas externas, isso significava que era uma ótima oportunidade de aprofundar o modelo de substituição de importações e não haveria ortodoxia que resolvesse isso. Em 1962, o governo lança o Plano Trienal, que tinha como objetivos: a aceleração do crescimento, o combate à inflação e a implementação de reformas sociais, além da renegociação da dívida externa. O mesmo, porém, é abandonado antes da implementação por falta de apoio político.
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