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A Evolução do Capitalismo (Maurice Dobb)e

Por:   •  18/10/2017  •  Resenha  •  2.694 Palavras (11 Páginas)  •  1.804 Visualizações

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História Econômica Geral

Maria Elisa de Lima – RA-31523311

Resenha:  A Evolução do Capitalismo (Maurice Dobb)

Capítulo I -  O Capitalismo

No primeiro capítulo  Dobb  nos fala sobre o termo “capitalismo” que é usado de forma variada e talvez não possua um acordo quanto a sua utilização.  

Devido a seus conceitos centrais o termo raramente é mencionado na teoria econômica, chegando a ser negada sua definição exata como sistema econômico por certa escola de pensamento. Já para os historiadores seria equivocada qualquer simplificação do processo histórico, definido a partir um único elemento, uma vez que “existe uma variedade e complexidade de acontecimentos históricos”.

O termo “capitalista” é descrito de formas diferentes pela interpretação histórica e pela Escola Austríaca. Sendo na primeira definido não pela base dos nossos interesses, mas sim o resultado do princípio em que os acontecimentos históricos ocorrem, definindo o capitalismo de acordo com a forma real do desenvolvimento histórico.  Já pela Escola Austríaca o termo é utilizado no sentido técnico, relacionado ao uso dos métodos de produção “indiretos” ou de redução do tempo de produção através do uso de capital. Referindo-se á origem econômica e a medida do seu uso e não da modalidade de propriedade dos instrumentos de produção, único sistema histórico.

O capitalismo tornou semelhante a um regime laissez-faire ou um regime de livre concorrência. Assimilando-se à um sistema de “livre empresa”. Podendo ser identificado como um sistema de empresa individual sem obstáculos: “um sistema em que as relações econômicas e sociais são governadas por contrato, em que os homens são agentes livres na busca de sua subsistência, e em que estão ausentes quaisquer compulsões e restrições legais.” (DOBB, 1987, p.13).

Ao Capitalismo atribuiu-se três significados.

  • Primeiro -  Werner Sombart - analisou os estados de espíritos e de comportamentos humanos, que resultariam nas formas e relações econômicas e buscou origem do capitalismo nas características do mundo moderno. Acreditando-se que o “espírito capitalista”  já havia existido, antes mesmo de qualquer organização capitalista.

  • Segundo - a definição historicista, que identifica o capitalismo como organização de produção para um mercado distante. O regime da antiga guilda artesanal não se inclui nessa definição, pois ocorria adiantamento de dinheiro e de estoques para a produção de artigos vendidos no atacado em mercados distantes, objetivando o lucro. Conforme a Escola Histórica Alemã, com a diferença entre a “economia natural” do mundo medieval e a resultante “economia monetária”, explicou as etapas do desenvolvimento econômico moderno. Para Bücher, há um critério para “a relação existente entre produção e consumo de bens, ou a extensão da rota percorrida pelos bens, ao passarem do produtor para o consumidor”. Para Pirenne, o capitalismo se dá ao uso “aquisitivo” do dinheiro, declarando que “as fontes medievais situam a existência do capitalismo no século XII além de qualquer dúvida”. Tendo o capitalismo como meio de produção para o mercado, o Professor Nussbaum o define como “um sistema de economia de trocas” no qual o “princípio orientador da atividade econômica é o lucro irrestrito”.

  • Terceiro – Karl Marx - buscava a natureza do capitalismo no modo de produção, descrito pelo nível técnico, nas forças produtivas e nas relações sociais de produção. Onde o capitalismo era um sistema onde a capacidade de trabalho “se torna uma mercadoria” e  não apenas um sistema de produção para o mercado, podendo ser comprada e vendida como objeto de troca. Tendo como  pré-requisitos a “concentração da propriedade, dos meios de produção em mãos de uma classe, que consistia apenas numa pequena parte da sociedade, e o aparecimento consequente de uma classe destituída de propriedade, para a qual a venda de sua força de trabalho era a única fonte de subsistência”.

Segundo Dobb, as revoluções sociais que marcam a alteração de um antigo sistema econômico para um atual são refletidas pela mudança de direção do fluxo histórico. De acordo com a teoria de desenvolvimento econômico na julgam as mudanças como um fator crescente, diferindo da ideia que se tem de um desenvolvimento atraves de revoluções periódicas.

Tem a ideia de que no capitalismo, o período histórico é formado através da principal influência de um modo econômico relativamente homogêneo, definido de acordo com a natureza desse tipo de relação socioeconômica.  

Acredita-se que a sociedade é formada pelo conflito e interação dos seus principais elementos, e não por seu movimento e mudança. Devendo-se a isso a particularidade nas estruturas históricas que permite sua homogeneidade na organização de certo período de tempo.

Dobb ainda nos fala sobre a sociedade de classes que representa o capitalismo em uma diferente ordem econômica, impondo uma uniformidade à qualquer período histórico. Onde uma classe não é necessariamente composta por pessoas de mesmo nível de renda, mas sim pelos objetivos em comum e a relação entre o processo de produção e outros setores da sociedade geram esse interesse em comum.

Com isso o crescimento da indústria cria a invenção de novos e variados instrumentos de produção, gerando novas classes e requer  novas formas de apropriação do trabalho excedente em benefício dos donos dos novos instrumentos de produção.

A relação entre trabalhador e o capitalista é uma característica da sociedade moderna, com uma forma puramente contratual. A transformação da forma medieval de exploração do trabalho excedente para a moderna se diferencia no aparecimento de novos instrumentos de produção, nas modificações das técnica no desenvolvimento das trocas, numa crescente divisão de trabalho  e numa crescente separação entre o produtor, a terra e os meios de produção e seu aparecimento como proletário.

Não se pode datar  o início do período capitalista,  pois esse deu quando ocorreram mudanças no modo de produção, criando uma dependência entre produtor e capitalista, não simplesmente relacionado ao aparecimento do comercio.

Identificam –se três momentos importantes ligados ao capitalismo:

  • O século XVI  marca a desintegração do feudalismo, esse período não parece ter sido feudal e nem capitalista, no que diz respeito ao modo de produção.
  • As transformações políticas e sociais ocorridas no século XVII, como as lutas dentro das corporações e a luta parlamentar contra o monopólio.
  • A Revolução Industrial inicada no final do século XVIII, com grande importante econômica e politica. Sendo considerada por alguns como “as dores do parto” do capitalismo moderno, portanto, o momento mais decisivo no desenvolvimento econômico e social desde a Idade Média.

Temos que assumir que a história do capitalismo e seus estágios de desenvolvimento apresentam datas diferentes para diversas partes do país, mas formam, no entanto, um conjunto de histórias do capitalismo, com  semelhança na  forma.

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