Análise Capítulo "O Capitalismo" de Maurice Dobb
Por: TomasLahoz • 15/1/2021 • Trabalho acadêmico • 642 Palavras (3 Páginas) • 400 Visualizações
Aluno: Tomás Fernandes Lahoz
Curso: Ciências Econômicas
Disciplina: Economia A
Professor: Anderson Tadeu Marques Cavalcante
Capítulo I, “O Capitalismo”, de Maurice Dobb
Maurice Dobb começa introduzindo o capítulo I de seu livro, “O Capitalismo”, tentando demonstrar que não há uma definição para capitalismo e sim diversas visões que tentam explicar o termo. Alguns acreditam que constitui uma noção econômica abstrata e não histórica, outros acreditam que seja apenas um artifício político e assim por diante.
No entanto, com o passar do tempo o significado do termo dentro de uma interpretação histórica entrou em desuso e passou a ser usado em um sentido puramente técnico. Esse sentido técnico, utilizado por muitos economistas, se dá através dos chamados métodos de produção “indiretos”, que se referem à sua origem econômica e à medida de seu uso, ou seja, nesse sentido, toda produção pode ser considerada em certo grau “capitalista”.
Dessa forma, o outro sentido de capitalismo associado a história, em que era identificado como um sistema de empresa individual sem obstáculos, um sinônimo de um regime de laissez-faire, um regime de livre concorrência, deixa de ser útil em um contexto dos dias atuais. Isso ocorre, uma vez que, o capitalismo está em constante mudança. Inglaterra e Estados Unidos que, durante o século XIX, eram os únicos países que se assemelhavam ao um regime de “individualismo puro”, com o tempo, devido ao declínio do laissez-faire, ultrapassou esse modelo. Ou seja, não há como delimitar o capitalismo à um curto período de espaço tempo, o capitalismo é algo mutável.
Com isso, Dobb cita que surge três significados associados à noção de capitalismo que se destacam. Sendo o primeiro deles divulgado pelas obras de Werner Sombart. Sombart tentou buscar o sentido do capitalismo através do comportamento humano de acordo com as formas econômicas modernas. Esse comportamento estaria ligado no que ele chamou de estado de espírito, que seria a busca por empreendimento ou por um espírito burguês.
O segundo é o capitalismo atrelado ao lucro. O capitalismo nesse sentido seria o sistema de atividade econômica dominado por um motivo, esse motivo é o lucro.
Em terceiro lugar é o capitalismo ligado a um modo de produção. O primeiro a conferir tal significado foi o sociólogo alemão Karl Marx, que explicava que o modo de produção não estava só na técnica, mas também nas relações sociais entre os homens. Marx explica que o sistema capitalista era um sistema no qual a própria força de trabalho era uma mercadoria, se assemelhando aos produtos, podendo ser comprado e vendido dentro do mercado. A sociedade, devido ao capitalismo, era marcada por uma grande desigualdade, na qual a concentração de propriedade era destinada à uma minoria e a maioria ficava destinada a vender sua força de trabalho como fonte de subsistência.
Dobb explica que tanto o primeiro significado, divulgado por Sombart, quanto o segundo que caracteriza o capitalismo pela busca por lucro, se demonstram defeituosos, uma vez que, são tão abrangentes e elásticos que impossibilita delimitar o capitalismo a um certo período de tempo. Através dessas duas concepções podemos recuar cada vez mais no tempo, até uma hora que chegaremos à conclusão que na Grécia e Roma antiga a presença do capitalismo não pode ser negada. Por outro lado, o autor chega à conclusão que, a definição utilizada atualmente de capitalismo se relaciona com aquela utilizada por Marx. A ênfase na diferenciação de classes entre capitalistas e operários ao invés de ser no lucro como motivo da atividade econômica; o foco na relação entre produtor e capitalista análoga a relação entre patrão e assalariado.
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