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A Expansão comercial à empresa agrícola

Por:   •  7/3/2018  •  Resenha  •  5.736 Palavras (23 Páginas)  •  528 Visualizações

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Capitulo 1:

Da expansão comercial à empresa agrícola

A ocupação economica das terras americanas constitui um episódio da expansão comercial da Europa. O comercio interno Europeu, havia alcançado um elevado grau de desenvolvimento no século xv, quando as invasões turcas começaram a criar dificuldades crescentes às linhas orientais de abastecimento de produtos de alta qualidade, inclusive manufaturas.

A descoberta das terras americanas é basicamente um episódio dessa obra ingente.

O ouro acumulado pelas velhas civilizações da meseta mexicana e do altiplano andino é a razão de ser da américa, como objeto dos europeus, em sua primeira etapa de existencia histórica. A legenda de riquezas inapreciáveis por descobrir corre a Europa e suscita um enorme interesse pelas novas terras.

Devido a grande quantidade de ouro, houve uma possibilidade muito maior de lucro.

O inicio da ocupação economica do territorio brasileiro é em boa medida, uma consequência da pressão politica exercida sobre Portugal e Espanha pelas demais nações européias.

Os franceses organizam sua primeira expedição para criar a primeira colonia de povoamento do continente, é para a costa setentrional do Brasil que voltam as vistas. Esse movimento foi acompanhado de perto pelos portugueses a qualquer custo para evitar a ocupação de suas terras.

A miragem do ouro que existia no interior das terras do Brasil, à qual não era estranha a pressão crescente dos franceses, pesou seguramente na decisão tomada de realizar um esforço relativamente grande para conservar as terras americanas.

A Espanha teve que ceder à pressão dos invasores em grande parte das terras que lhe cabiam pelo tratado de Tordesilhas. [Espanha reduziu seus dominios para não perde-los por completo, aprofundou a tatica de povoamento em terras ricas]

O comércio de peles e madeiras com os indios, que se desenvolve durante o sexulo XVI em toda a costa do continente é de reduzido alcance e não exige mais que o estabelecimento de precárias feitorias [Intuito de produção]

Coube a Portugal a tarefa de encontrar uma forma de utilização economica das terras americanas que não fosse a fácil extração de metais preciosos. Somente assim era possível cobrir os gastos de defesa dessas terras.

A exploração economica das terras americanas deveria parecer, no século XVI, uma empresa completamente inviável. Por essa epoca nenhum produto agrícola era objeto de comércio em grande escala na Europa. [Não havia naquele momento uma demanda na Europa que justificasse tal empreendimento].

Capitulo 2

Fatores do Êxito da Empresa Agrícola

Os portugueses haviam ja iniciado há algumas dezenas de anos a produção, em escala relativamente grande, nas ilhas do Atlântico, de uma das especiarias mais apreciadas no mercado europeu: o açucar. Essa experiência formentou o desenvolvimento em Portugal da indústria de equipamentos para os engenhos açucareiros. Sem esse relativo avanço técnico de Portugal nesse setor, o êxito da empresa brasileira teria sido mais dificil ou mais remoto.

A crise de superprodução dessa época indica claramente que nas áreas comerciais estabelecidas tradicionalmente pelas cidades mediterrâneas o açucar não podia ser absorvido senão em escala relativamente limitada. Uma das consequencias principais da entrada da produção portuguesa no mercado fora a ruptura do monopólio, que mantinham os venezianos, do acesso às fontes de produção.

A produção portuguesa de açucar passa a ser mais uma empresa em comum com os flamengos que recolhiam o produto em Lisboa, refinavam-o e faziam a distribuição por toda a Europa, particularmente o Báltico, a França e a Inglaterra.

A contribuição dos flamengos - particularmente holandeses para a grande expansão do mercado do açucar, na segunda metade do seculo XVI, constitui um fator fundamental do êxito da colonização do Brasil [Houve espaço para absorção da produção brasileira]. Os holandeses eram nessa época o unico povo que dispunha de suficiente organização comercial para criar um mercado de grandes dimensões para um produto praticamente novo, como era o açucar.

Tudo indica que capitais flamengos participaram no financiamento das instalações produtivas no Brasil, bem como no da importação da mão-de-obra escrava. Poderosos grupos financeiros holandeses, interessados como estavam na expansão das vendas do produto brasileiro, seguramente terão facilitado os recursos requeridos para a expansão da capacidade produtiva. [Holandeses era o centro financeiro mundial]

Havia considerada escassez de oferta de mão-de-obra que prevalecia em Portugal. Por essa época os portugueses eram já senhores de um completo conhecimento de mercado africano de escravos. Mediante recursos suficientes, seria possível ampliar esse negócio e organizar a transferência para a nova colônia agrícola da mão-de-obra barata.

Houve resistências das tribos indigenas quanto ao trabalho escravo.

Cada um dos problemas referidos, técnica de produção, criação de mercado, financiamento, mão-de-obra, pôde ser resolvido no tempo oportuno e sem planejamento prévio.

O exito da grande empresa agrícola do século XVI, salva Portugal economicamente. No seculo seguinte, quando se modifica a relação de forças na Europa com o predomínio das nações excluídas da América pelo tratado de Tordesilhas, Portugal já havia alcançado enormemente ocupação efetiva da parte que lhe coubera.

Capitulo 3

Razões do Monopólio

Os espanhóis continuaram concentrados em sua tarefa de extrair metais preciosos. Ficaram cada vez mais limitados geograficamente devido as pressões de seus adversários. A forma como estavam organizadas as relações entre Metrópoles e colônias criaram uma permanente escassez de meios de transportes, e era causa de fretes excessivamente elevados. [As leis das Índias, impediam rigorosamente a entrada de barcos nac-espanhóis nos portos americanos e limitavam o tráfego com a Espanha ao porto de Sevilha]. As exportações são cada vez menores.

Os metais preciosos que a Espanha recebia da América sob a forma de transferências unilaterais provocavam um afluxo de importação de efeitos negativos sobre a produção interna e altamente estimulante para os demais economias européias. Por outro lado, a possibilidade de viver direta ou indiretamente de subsídios do Estado fez crescer o número de pessoas economicamente inativas, reduzindo a importância relativa na sociedade espanhola e na orientação da política estatal dos grupos dirigentes ligados às atividades produtivas.

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