A Formação Econômica Brasileira Açúcar
Por: Rafael Lima • 11/10/2022 • Resenha • 1.414 Palavras (6 Páginas) • 99 Visualizações
O objetivo da formação econômica brasileira é entendermos as raízes do nosso atraso, partindo do ponto das formações das colônias em que, por exemplo, o Brasil durante o período da Revolução Industrial era uma colônia exportadora de commodities.
A Europa passava por transições devido ao renascimento comercial e urbano com a burguesia A moeda tornou-se fator primordial da riqueza e as transações comerciais foram monetizadas. Com a guerra dos 100 anos intervindo em rotas comerciais e a peste negra matando um terço do mercado consumido, a solução foi fazer as grandes navegações, ou seja, iniciou a expansão ultramarina, inaugurando com Portugal que como a maioria dos países na época seguia a doutrina do mercantilismo que dizia “quanto mais metal, mais rico será o país”. Essa doutrina também estimulava o colonialismo, sendo assim, um dos motivos da colonização brasileira.
Com a colonização, os portugueses depois de explorarem o país, levarem o pau brasil etc. Desenvolveram a indústria açucareira em que seria feita em grandes propriedades agrícolas com uma produção em larga escala, monocultura, ou seja, só açúcar seria plantado. Entretanto encontrava-se dificuldades no início devido à escassez de mão de obra, pois mesmo com o esforço do governo português em atrair e dar favores aos colonos, desde o primeiro momento a escravidão demonstrou ser a solução. No início a mão de obra do homem da terra foi utilizada, porém o indígena conhecia a região então escapava facilmente, ou seja, a mão de obra africana chegou para expandir a indústria já instalada. Superada as dificuldades iniciais, sobretudo com a MDO, a produção cresceu rapidamente.
Depois de um século de ciclo açucareiro, a economia praticamente não e alterou devido ao baixo fluxo de renda interno, onde a renda gerada vinha das exportações de açúcar e eram gastas com a compra de mão de obra, consumo e equipamentos, ou seja, o dinheiro sempre voltava para a metrópole, não permitindo tanta mobilidade econômica quanto social.
Ao expandir a economia açucareira, a necessidade de animais cresceu mais que proporcionalmente, pois com a devastação das florestas litorâneas obrigava a buscar lenha em distâncias cada vez maiores, isto é, a pecuária se desenvolveu como uma economia acessório, como uma opção para aqueles que não eram detentores do capital. Surgiu e se ligou a atividade açucareira e dela se tornou dependente.
A pecuária se desenvolveu fora da faixa litorânea, sendo expansiva e extensiva, incorporando novas pastagens. Também utilizava trabalho escravo e tinha uma rentabilidade baixa. No entanto por ser uma economia acessório, dependia essencialmente do bom desempenho da atividade açucareira, ou seja, quando o ciclo açucareiro começou a empobrecer, a pecuária também era afetada, se deslocando mais tarde para o Sul.
A economia açucareira começou a entrar em crise na segunda metade do século XVII, com a expulsão dos holandeses do nordeste brasileiro. Empreendedores holandeses foram para a região das Antilhas produzir açúcar. Os holandeses se tornaram um forte concorrente, pois vendiam o açúcar mais barato na Europa, além de controlarem o transporte e comércio do produto. Desta forma, os holandeses conquistaram o mercado consumidor europeu, iniciando uma forte crise na economia açucareira no Brasil.
A crise se acentuou ainda mais em meados do século XVIII, período em que a economia brasileira passou a se voltar para o ouro da região das Minas Gerais. A região Sudeste passou a atrair investimentos, a capital foi transferida de Salvador para o Rio de Janeiro e o Ciclo do Açúcar chegou ao fim.
Com o fim do ciclo Portugal compreendeu que a única saída estava na descoberta de metais preciosos, retrocedendo então a ideia primitiva de que terras americanas só se justificavam economicamente se chegasse a produzir ditos metais. A propriedade mineira não tinha um vínculo com a terra, ou seja, trabalhava-se até o esgotamento. O homem livre tinha uma maior mobilidade podendo ser dono de lavra com escravos quando tinha recursos e se não tinha poderia exercer a função de faiscador. Isso mostrava que a o fluxo de renda da atividade mineira era maior que a do ciclo açucareiro, mas o problema é que não gerou uma atividade que pudesse prevalecer nos momentos de contração cíclica, ou seja, deveria ter feito manufaturas.
Contudo, com os vários acordos estabelecidos entre Portugal e a Inglaterra a partir de 1642 foram concedidos grandes privilégios ao comércio e súditos britânicos, bem como a liberdade do comércio para os ingleses no Brasil e na Índia. O ouro brasileiro ajudou, assim, a Inglaterra a concentrar reservas que fizeram, do sistema bancário inglês, o xprincipal centro financeiro da Europa, bem como tornou possível o financiamento da Revolução Industrial inglesa. Não havendo criado nenhuma outra atividade econômica, era natural o esgotamento do ouro.
No século XVIII havia uma bipolaridade no poder mundial em que Portugal estava no centro da disputa e os ingleses tinha uma estratégia para solucionar esse problema. Desde o século XVI a França buscava hegemonia continental tendo como principal oponente a Inglaterra inaugurando um longo período de conflitos que perduraram por mais de 100 anos devido a supremacia do comércio global.
A França percebendo a dependência da Inglaterra que se encontrava “longe” do continente, iniciou um plano de bloqueio continental, sendo assim fazendo com que todos os países que tinham comércio com a Inglaterra fechassem os portos. Portugal era um desses países e recebeu um ultimato exigindo o fechamento dos portos aos navios ingleses, cancelamento de relações diplomáticas. O príncipe regente se reuniu a uma convenção secreta de Londres para decidir o que fazer, pois se atendesse aos pedidos dos franceses, provavelmente perderia a colônia da Ilha de Madeira e talvez o Brasil seria afetado. Canning já tinha uma estratégia caso Portugal se alinhasse com a França, um ataque ao Brasil seria feito ou em Recife ou em Santa Catarina.
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