A Globalização Financeira
Por: guaturani • 12/6/2023 • Monografia • 1.492 Palavras (6 Páginas) • 86 Visualizações
- Introdução
Nos arquivos audiovisuais disponibilizados na biblioteca do PI3 pode-se notar uma discussão sobre a forma que o capitalismo influencia diretamente a vida das pessoas, independentemente da época. No filme ‘A bolsa ou a Vida’, o embaixador Celso Amorim relata que o capitalismo cria continuamente a desigualdade, ou seja, pessoas já detém capital considerável tendem a adquirir ainda mais em crises, como foi na pandemia da COVID-19, e pessoas com menos capital ficam mais vulneráveis com as consequências causadas por essas crises. Para Celso Amorim, a desigualdade só diminui quando há uma determinação muito forte de um governo progressista em atuar contra a corrente.
Para corroborar com a afirmação citada no início do texto, observa-se no filme ‘O dilema das redes’ como somos manipulados pelas grandes empresas google, instagram e outras redes sociais. No filme, especialistas que trabalham ou já trabalharam nessas empresas relatam as estratégias adotadas para se prender cada vez mais a atenção do usuário e incentivá-lo a comprar produtos de patrocinadores que anunciam através dessas plataformas.
Nosso grupo se reuniu através do aplicativo WhatsApp, pelo qual nos comunicamos e discutimos sobre os materiais estudados e buscamos alinhar nossas ideias para que pudéssemos desenvolver o trabalho de forma colaborativa e produtiva. O objetivo do nosso trabalho é apresentar aquilo que pesquisamos sobre a temática norteadora, bem como expor nossas ideias a partir do que foi discutido. No capítulo 2 apresentaremos o conceito de globalização financeira, crises sistêmicas, financeirização da economia, especulação e regulação, bem como as respostas para os seguintes questionamentos ‘Como descrever as grandes crises econômicas dos séculos XX e XXI, seus gatilhos e suas consequências para diferentes países?’, ‘Quais os processos gerenciais mais afetados pelo contexto de crise econômica? Por quê?’ e ‘Há relação entre gestão financeira ética e responsável e sobrevivência das organizações?’ No capítulo 3 apresentaremos nossa conclusão baseado nos fatos pesquisados acerca da temática norteadora.
- Desenvolvimento
- Globalização financeira
Entende-se como globalização financeira o resultado de transformações estruturais ocorridas no sistema monetário-financeiro internacional liderados pelo Estados Unidos (EUA), com destaque aos processos de liberalização e desregulamentação das finanças, conectando os mercados financeiros.
Carvalho (2008, p. 24-30 apud Xavier, 2020, p.24) define a globalização financeira como sendo o alargamento da área de atuação das instituições monetárias para além das fronteiras nacionais, o que aumentou relativamente a competição nos mercados.
Prado (2003, p. 04) define globalização financeira como a integração dos mercados financeiros nacionais em um grande mercado financeiro internacional.
- Crises sistêmicas
O termo ‘crise sistêmica’ é aplicado principalmente no contexto econômico e está relacionado com crises enfrentadas em determinados períodos no mundo. Exemplos de crises sistêmicas são a de 1873, que durou 23 anos, a de 1929, chamada crise entre guerras e a de 2008. Entretanto, de acordo com a temática norteadora, trataremos apenas das crises ocorridas no século XX, dito isto, nos próximos parágrafos serão abordadas as causas e as consequências das crises de 1929 e 2008 a nível global.
No final da década de 20, estourou uma forte recessão econômica afetando a economia estadunidense que tomou proporções internacionais. Com o fim da primeira grande guerra no ano de 1918 e com a devastação da Europa os Estados Unidos da América se tornaram a primeira potência do planeta disponibilizando recursos pra esses países se reestruturarem, chegando a ter mais de 40% da produção industrial do mundo. Com esse rápido crescimento gerou uma grande euforia na população norte americana marcada pelo consumismo, esse estilo de vida americano era pautado pela padronização social onde apresentava a aquisição de bens materiais como casa, carro, eletrodomésticos como sinônimo de uma vida feliz, esse modelo era vendido como sonho possível de ser alcançado pela população americana de uma forma em geral, mas toda essa prosperidade estava sustentada por uma base muito frágil, tendo como um dos principais fatores que levaram a crise foi o próprio resultado da euforia econômica, o aumento do consumo fez com que a indústria norte americana aumentasse sua produção, só que em determinado momento não havia mais mercado pra essa produção tão extensa. Com a recuperação da Europa diminuiu a dependência desses produtos norte-americanos, e com a média salarial muito baixa, os trabalhadores não tinham condições financeiras de adquiri-los (crise de superprodução).
Enquanto a euforia dominava a economia americana muita gente passou a investir em ações na bolsa, mas devido à crise de superprodução começaram a cair, e as pessoas com medo dessas empresas irem à falência, colocaram essas ações à venda fazendo o preço despencar cada vez mais até chegar ao seu valor mais baixo caracterizando à quebra da bolsa de Nova Iorque em 24 de outubro de 1929, levando muitos investidores à falência e deixando milhões de pessoas desempregadas e sem nenhum centavo no bolso. Logo essa crise se espalhou pelo mundo afetando até mesmo o Brasil, que exportava café em grande quantidade para os Estados Unidos, onde acabou sofrendo com a lotação dos seus estoques durante esse período. Os Estados Unidos só começou a sair dessa situação em 1933 quando o Presidente Franklin Delano Roosevelt é eleito e implementa um plano chamado “NEW DEAL”, programa de recuperação da economia.
De acordo com Prado (2011) a crise de 2008 teve início com o estouro da bolha imobiliária e o crash no mercado de Subprime nos EUA. Segundo o mesmo autor, a crise bancária afetou diretamente a oferta de crédito gerando desconfiança de empresários e consumidores, provocando recessão nos EUA e no resto do mundo. Japão e alguns países da Europa foram diretamente afetados pela crise, no Brasil crise foi sentida pela queda de ações e aumento no preço do dólar.
Durante uma crise econômica há um grande declínio da atividade econômica. A demanda por consumo diminui, o que leva à diminuição de muitas partes de uma empresa e uma delas é a taxa de lucro. Com isso as empresas passam a lucrar menos, muitas delas acabam demitindo funcionários e isso leva ao aumento de taxas de desemprego. Com mais pessoas desempregadas, a renda diminui, o que leva a um menor consumo das famílias, ou seja, menor demanda. Como podemos ver, esse ciclo tende a se reproduzir e se intensificar. Para frear o ciclo, é necessário adotar políticas econômicas de estímulo à economia e o sucesso – ou não – dessas medidas, vai determinar a intensidade e duração dessas crises.
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