A INFLAÇÃO, ESTAGNAÇÃO E RUPTURA: 1961-1964
Por: Rochele Santrelly • 29/5/2022 • Resenha • 842 Palavras (4 Páginas) • 179 Visualizações
INFLAÇÃO, ESTAGNAÇÃO E RUPTURA: 1961-1964
Mário M.C. Mesquita
Durante o período que compreendeu os anos de 1961 a 1964 o Brasil experimentou diversas inquietações políticas, “teve três presidentes, cinco chefes de governo e seis ministros da Fazenda”. (p.179)
Os primeiros anos da década de 60 foram marcados por inflação alta, desestabilização política, e os problemas já iniciados nos anos 40 e 50 foram se tornando cada vez mais intensos. (p.179)
- A Tentativa de Estabilização sob Quadros
Em janeiro de 1961 foi a vez de Jânio Quadros assumir como Presidente da República por meio de voto popular, sendo um dos mais expressivos da história. As dificuldades enfrentadas na política se deram em grande parte por causa da herança deixada por Kubitscheck. (p.180)
“As iniciativas de política econômica do governo seguiram essa ordem de prioridades: redução do desequilíbrio do balanço de pagamentos, renegociação da dívida externa e combate à inflação, em linhas gerais de forma consistente com o que se entendia na época como a visão ortodoxa”. (p.180)
Jânio possuía um programa ligado a estabilização político-econômica do país, o que foi por água abaixo com sua renúncia em agosto do mesmo ano, sendo que até setembro foi vivenciado um descontrole fiscal, monetário e creditício. (p.183)
- O Impasse Parlamentarista
A renúncia de Jânio fez com que fosse adotado o regime parlamentarista, posto que os militares vetaram a posse do Vice, João Goulart. O programa de governo que foi sugerido pelo primeiro-ministro possuía bons objetivos e intenções, era ousado e extensivo. (p.183)
“A política econômica externa sob o parlamentarismo foi marcada por três eventos: o abandono do movimento em direção à unificação cambial, a negociação do primeiro Acordo Internacional do Café e a aprovação da Lei nº 4.131, a chamada Lei de Remessa de Lucros, que ainda regula aspectos importantes dos fluxos de capitais entre o Brasil e o exterior”. (p.186)
Mesmo com as relações Brasil-Estados-Unidos abaladas, ambos se uniram para negociar o Acordo Internacional do Café, tendo este logrado êxito em consolidar os valores da commodity em seu período de validade. (p.187)
- A política econômica sob o presidencialismo restaurado
No ano de 1963 foi votado por meio de plebiscito o retorno do presidencialismo, e nesse embalo foi aprovado Plano Trienal de Desenvolvimento Econômico e Social. (p.188)
Ainda em março deste ano foi implementado um plano para conter as despesas da União em conjunto com as políticas restritivas da SUMOC. Porém, no mês de maio o plano passou a ser deixado de lado, até porque foi estabelecido um reajuste do funcionalismo. (p.190)
“Se os resultados domésticos mostraram-se decepcionantes, a evolução do setor externo da economia teve aspectos favoráveis. (...) O abandono do realismo cambial coincidiu com o fracasso das negociações, lideradas por Santiago Dantas, para reescalonar os compromissos externos do país”. (p.191)
As forças políticas durante esse período foram pequenas, Goulart não se demonstrava capaz o suficiente para resolver os problemas macroeconômicos, apesar disso não pode esse fato ser o responsável pelo golpe militar inteiramente, mas certamente teve contribuição. (p.194)
- Avaliação do período
Em resumo, o período de 1961 a 1964 se caracterizou pela recessão de 1963, o crescimento do PIB foi o mais baixo desde o fim da Segunda Guerra, a restrição de liquidez influenciou o desempenho da indústria. (pg.194)
A estabilidade procurada durante esse período não foi alcançada, pode-se explicar pela ausência de espaço, as ideias de expansão eram limitadas pelas posturas dos governantes. (p.195-196)
REFERÊNCIAS
ABREU, Marcelo de Paiva. A Ordem do Progresso: cem anos de política econômica republicana 1889 - 1989. Rio de Janeiro: Campus, 2016.
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